Projeto de extensão da UFSC publica cartilha sobre segurança alimentar e combate à fome no Brasil

25/04/2025 10:03

A Teia de Articulação pelo Fortalecimento da Segurança Alimentar e Nutricional da Universidade Federal de Santa Catarina (TearSAN/UFSC), em parceria com o Ministério do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), acaba de lançar a cartilha “SISAN: O Sistema que garante a Segurança Alimentar e Combate à Fome no Brasil”. O material é uma ferramenta para instruir a entrada dos municípios no Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), estruturando as ações e políticas que garantem o Direito Humano à Alimentação Adequada (DHAA).

cartilha propõe um passo a passo de como os municípios podem aderir e implementar o SISAN; e apresenta as vantagens e oportunidades para aqueles que aderirem, como apoio técnico e possibilidades de financiamento. O documento também traz orientações para o funcionamento das Câmaras Interministeriais de Segurança Alimentar e Nutricional e dos Conselhos de Segurança Alimentar e Nutricional, as etapas de adesão, os documentos necessários, e as instruções para o que fazer depois de aderido.
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Investimento em Segurança Alimentar e Nutricional cresce, mas distribuição é desigual

11/02/2025 11:08

Imagem de Michi por Pixabay

De 2000 a 2022, o Brasil registrou crescimento nos investimentos em Segurança Alimentar e Nutricional (SAN), o conjunto de iniciativas que buscam garantir o acesso à alimentação adequada e saudável, envolvendo áreas da gestão pública como saúde, educação, proteção social, agricultura e meio ambiente. No total, foram executados R$ 3,8 trilhões com variação anual positiva de 10,1%. Os dados foram publicados na Revista de Saúde Pública a partir de um estudo da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

O estudo é de autoria da da doutoranda Milena Corrêa Martins, do coorientador Mick Lennon Machado e das professoras Patrícia de Fraga Hinning e Cristine Garcia Gabriel, orientadora da pesquisa. Os autores integram o Grupo de pesquisa e extensão Teia de Articulação pelo Fortalecimento pela Segurança Alimentar e Nutricional (TearSAN/UFSC), do Programa de Pós-Graduação em Nutrição (PPGN/UFSC).

A pesquisa utilizou dados do Sistema Integrado de Planejamento e Orçamento (SIOP) do governo federal e analisou recursos públicos federais investidos de 2000 a 2022, categorizando ações conforme os temas da agenda de SAN. A categoria mais contemplada foi a de “acesso à alimentação”, que engloba, por exemplo, a aquisição e distribuição de alimentos a famílias e pessoas em vulnerabilidade social , com média de 73,4% dos recursos alocados no período. O pico foi em 2020, quando registrou 91% do valor executado por conta do investimento em ações que buscassem atenuar a insegurança alimentar provocada pela pandemia de covid-19.

Por outro lado, a categoria “sistema agroalimentar”, referente à produção, extração e processamento de alimentos de forma sustentável e descentralizada, reunia 36% dos recursos liquidados em 2000, mas teve a maior perda de orçamento executado no período. A categoria ocupou apenas 2,3% do valor total em 2022, com reduções principalmente nos programas de fortalecimento e aquisição de produtos da agricultura familiar. Já a categoria “acesso à água”, que no início do milênio representava quase 16% do orçamento executado, despencou para 0,2% em 2022.

De forma geral, houve crescimento progressivo dos valores em segurança alimentar até 2015, quando o setor executou R$ 236,53 bilhões. Porém, entre 2016 e 2019, os investimentos caíram. Já em 2020, impulsionado pela pandemia, o orçamento alcançou R$ 601,6 bilhões. Apesar da queda nos dois anos seguintes, os valores permaneceram acima dos níveis pré-crise sanitária, chegando a R$ 312,5 bilhões. Mesmo assim, a insegurança alimentar voltou a atingir níveis semelhantes aos da década de 1990, observa o estudo.

Impactos variam conforme o governo em vigor

Para Milena Corrêa Martins, doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Nutrição da UFSC e uma das autoras do artigo, reduzir as discrepâncias exige considerar as demandas da sociedade civil e adotar uma gestão mais intersetorial. Ela também destaca o impacto que poderia ser alcançado caso os investimentos reconhecessem a agenda pública de SAN enquanto uma política de Estado, já que as agendas variam e sofrem impacto conforme o governo em vigor. O período de queda nos investimentos (2016-2019) coincide com o período que Michel Temer assumiu o poder e o início da gestão de Jair Bolsonaro, observa.

“A fome é uma escolha do governo. O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo, então como a população passa fome? As políticas de Segurança Alimentar e Nutricional já foram estruturadas, nós já saímos do Mapa da Fome em 2014. Mas essa mazela reflete uma condição histórica, a partir de escolhas econômicas e políticas”, aponta Milena.

A pesquisadora também atenta para as limitações de uma agenda pública de SAN pautada numa lógica assistencialista, com foco na distribuição de alimentos em situações de crise. “Somente ofertar políticas de alimentação e nutrição não é o suficiente. São necessárias políticas estruturantes, capazes de transformar realidades, como o fortalecimento da agricultura familiar e de desenvolvimento econômico e social”, acrescenta Milena.

O estudo deriva da tese de doutorado de Milena, que analisa a tendência temporal da Segurança Alimentar e Nutricional no Brasil e seus determinantes. O objetivo da pesquisa é contribuir para qualificar os investimentos apresentados por formuladores de políticas públicas, fortalecendo o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan). A pesquisa terá desdobramentos, incluindo um estudo sobre a situação de Povos e Comunidades Tradicionais, como indígenas e quilombolas, os mais afetados pela insegurança alimentar e com menor destinação de recursos, conta a pesquisadora.

A pesquisadora sugere que estudos futuros explorem os investimentos em níveis municipal e estadual para identificar como os recursos estão sendo aplicados localmente. “É nos territórios que podemos ver as especificidades de como o direito à alimentação é violado ou garantido”, finaliza Milena.

Agência Bori

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“Morrer de fome é criminoso”, diz ex-professora da UFSC homenageada na Alesc

19/04/2023 18:25

Neila Maria Viçosa Machado ao lado da sua homenagem

“Ninguém pensa que fome é um crime, mas morrer de fome é criminoso”, é assim que a professora aposentada Neila Maria Viçosa Machado, do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), expressa sua indignação pelas condições atuais do país em relação à fome. Neila, que desde meados do anos 90 é ativista na luta contra a fome no país, foi homenageada pela Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc), no dia 27 de março, em razão do seu envolvimento com a Campanha da Fraternidade 2023, projeto vinculado à Igreja Católica voltado ao objetivo de mitigar a fome dos catarinenses.

Neila conta que atuou na UFSC por 31 anos até a sua aposentadoria, em 2015. Mas nunca deixou de apoiar os movimentos sociais que atuam na temática de acesso à alimentação no país. Durante o período da pandemia da covid-19, participou ativamente de palestras e conselhos de segurança alimentar organizados e apoiados por estes movimentos. A sua trajetória na Universidade deu vida a Teia de Articulação pelo Fortalecimento da Segurança Alimentar e Nutricional (TearSAN), grupo que trabalha com a segurança alimentar e adicional em todos os seus níveis da soberania alimentar do alimento como direito humano e da própria segurança alimentar

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Câmara de Vereadores homenageia Teia de Articulação pelo Fortalecimento da Segurança Alimentar e Nutricional

08/12/2021 11:07

Sessão celebrou o Dia Mundial de Luta contra os Agrotóxicos. Foto: divulgação

A Teia de Articulação pelo Fortalecimento da Segurança Alimentar e Nutricional (TearSAN), projeto originado nos espaços de formação do curso de Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), recebeu uma homenagem da Câmara de Vereadores de Florianópolis na última segunda-feira, 6 de dezembro. Em uma sessão comemorativa pelo Dia Mundial de Luta contra os Agrotóxicos, celebrado em 3 de dezembro, foram reconhecidos mais de 50 entidades, movimentos sociais e grupos de pesquisa e extensão que atuam na luta pela agroecologia e contra os agrotóxicos e transgênicos em Santa Catarina. 

A TearSAN é uma teia de pessoas, instituições, projetos e ideias guiada pelo objetivo de fortalecer a segurança alimentar e nutricional a partir da compreensão da alimentação adequada como direito humano. Nascido das experiências e convívios possibilitados pelos momentos de luta pela construção e consolidação do Sistema e da Política Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional, o grupo desenvolve e executa projetos de formação, extensão e pesquisa, orientado por uma concepção de educação popular e criticidade.

O diploma de reconhecimento foi recebido por Cristine Garcia Gabriel e Maria Cristina Marcon, coordenadoras da TearSAN que representaram o grupo na cerimônia. Confira a sessão completa pelo Youtube.

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Grupo da UFSC obtém 4º lugar em concurso de segurança alimentar

26/09/2017 17:46

O grupo ‘Teia de articulação pelo Fortalecimento da Segurança Alimentar e Nutricional’ (TearSAN) da UFSC obteve 4° lugar no Concurso de pesquisas científicas e projetos de inovação: Multiplicando experiências e estratégias sustentáveis de alimentação e nutrição do Brasil com o trabalho ‘Educação Permanente em Segurança Alimentar e Nutricional para Controle Social’, organizado pelo Centro de Excelência contra a Fome.

O foco do TearSAN, está no desenvolvimento e execução de projetos que articulem ensino, pesquisa e extensão que tenham como objetivo garantir a Segurança Alimentar e Nutricional da população, a partir da compreensão da alimentação enquanto direito humano.
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