Como as fake news ganham tanta atenção? Professor da UFSC explica

16/10/2023 19:53

Preconceito interfere sobre quem é visto como bom informante; minorias sociais sofrem “injustiças epistêmicas”

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Distinguir notícias verdadeiras de falsas é uma tarefa quase “sherlockiana”, afirma Alexandre Meyer Luz. Ilustração: Rafaela Souza.

“Não dá para ser Sherlock Holmes o tempo inteiro”. O famoso personagem da literatura britânica é uma metáfora utilizada por Alexandre Meyer Luz, professor de Filosofia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), para se referir ao ser humano ideal: aquele que sabe avaliar a qualidade de uma informação.

Diferenciar fake news de notícias verdadeiras tornou-se uma competência quase “sherlockiana”. Mas o cidadão comum não tem o mesmo tempo de um detetive para investigar a origem de todas as histórias que recebe diariamente por aplicativos de mensagem. Segundo Meyer, outro tipo de ingrediente explica por que concedemos mais ou menos crédito a alguns informantes. São os pressupostos de confiança, o que inclui desde as relações com parentes próximos (pais, por exemplo) até mecanismos sociais (como os preconceitos de racismo, machismo e LGBTfobia).

Meyer é professor na área de Epistemologia, ramo da Filosofia dedicado aos estudos sobre a produção do conhecimento. Sua pesquisa adiciona complexidade aos modelos epistêmicos reduzidos à figura do indivíduo racional e que não é atravessado por emoções. “Na Filosofia, sempre fazemos algum grau de abstração”, afirma. “Mas quando queremos pensar sobre assuntos muitos ‘encarnados’, como fake news e educação, a abstração não pode criar modelos que não respeitam como as pessoas de fato pensam”. 
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UFSC denuncia uso indevido de imagem da instituição e de pesquisador em notícias falsas

15/04/2021 14:45

*A publicação foi atualizada às 17:02, para incluir a retratação do jornalista Moacir Pereira
*A publicação foi atualizada às 18h07, do dia 16 de abril, para incluir nota de repúdio do Programa de Pós-Graduação em Farmacologia

A Administração Central da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por meio desta comunicação à sociedade brasileira e catarinense, torna pública a denúncia de uso indevido, por veículos de comunicação e perfis nas redes sociais, da imagem da instituição e, mais grave ainda, de um de seus mais importantes pesquisadores sobre imunização contra a Covid-19, professor André Báfica.

Ao longo de toda a quarta-feira, 14 de abril, circularam vídeos de uma pessoa flagrada pichando um espaço privado em Florianópolis. Em um dos vídeos havia a falsa informação de que se tratava de professor aposentado da UFSC. Tão logo se soube do fato, a UFSC enviou mensagens à imprensa, e publicou nota dando conta de que não se tratava de docente da instituição, nem da ativa nem aposentado. Mesmo assim milhares de pessoas compartilharam a falsa notícia, com evidentes desdobramentos negativos à imagem da UFSC.
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