Pesquisadores descobrem planta rara e ameaçada de extinção em Urubici

30/04/2021 14:11

No dia do seu aniversário, 13 de março de 2020, o pesquisador Luís Adriano Funez encontrou uma planta florida e esquisita em uma trilha no Morro da Igreja, em Urubici. Ele e os colegas resolveram então estudá-la. “Vimos que não era conhecida e precisava ser descrita”, conta. Um ano depois, a Delairea aparadensis foi nomeada em artigo publicado na revista científica Phytotaxa – e a nova espécie já é considerada criticamente ameaçada. O pesquisador é doutorando do Programa de Pós-graduação em Biologia de Fungos, Algas e Plantas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e o estudo que resultou nessa descoberta recebeu apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc).

A planta é tão diferente que foi classificada no gênero Delairea, endêmico na África. Com a descrição, ela passa a ser a segunda espécie do gênero e a primeira das Américas. Há uma possibilidade, inclusive, de que seja um novo gênero. “Vamos analisar a biologia molecular da planta, que vai nos ajudar a desvendar onde ela pode se encaixar ou se é algo novo, que é a maior possibilidade”, explica Funez, que encontrou a nova espécie junto com Gustavo Hassemer, professor de Botânica na Universidade Federal do Mato Grosso do Sul. O artigo também é assinado por Nivaldo Peroni, do Departamento de Ecologia e Zoologia da UFSC, e Elisandro Drechsler-Santos, do departamento de Botânica da UFSC.
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Tags: Delairea aparadensisFapescFundação de Amparo à Pesquisa e Inovação de Santa Catarina (Fapesc)nova espéciePrograma de Pesquisas Ecológicas de Longa Duração – Biodiversidade de Santa Catarina

Descoberta nova espécie animal na Fazenda Experimental da UFSC

26/09/2019 12:31

Perto da recém-inaugurada estrutura do aeroporto de Florianópolis, uma nova espécie de lagostim foi descoberta habitando a área da Fazenda Experimental da Ressacada, pertencente à Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e localizada no bairro Tapera. De acordo com o histórico relatado pelo engenheiro agrônomo da instituição Marcelo Venturi, o primeiro registro do animal foi feito em 2011. Na ocasião, as imagens foram divulgadas na galeria de fotos da Fazenda Experimental.

Dois anos depois, uma equipe do Laboratório de Carcinologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) visualizou as fotografias e entrou em contato para solicitação de uma visita técnica, uma vez que não havia registro destes lagostins-de-água-doce na parte insular de Florianópolis. A suspeita era de se tratar de um Parastacus brasiliensis. A equipe gaúcha veio, realizou a coleta e a identificação da nova espécie.

O animal cabe na palma da mão e lembra um camarão-pitu ou uma lagosta ou caranguejo. Constrói tocas subterrâneas em locais que eventualmente podem ser alagadiços (água doce), como cursos da água (sangas, arroios e rios) e áreas úmidas (pastos alagadiços, banhados e várzeas). As tocas podem possuir aberturas tipo chaminé, com uma torre de 2 a 30 centímetros de altura, ou com aberturas simples no solo, que parecem um buraco feito por caranguejo.
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Pesquisadores da UFSC encontram nova espécie de planta, já ameaçada

19/02/2016 12:15

Commelina catharinensisA Commelina catharinensis é uma flor herbácea amarela, encontrada em campo de restinga na Praia do Sonho, na Palhoça. Sua cor é a característica principal: é um tipo planta comum, popularmente conhecida como trapoeraba, mas, na América do Sul, as espécies têm flores azuis. Ela floresce e frutifica, de acordo com as informações disponíveis até o momento, entre outubro e março.

O único local em que ela foi encontrada é uma área de menos de 600 m², e os pesquisadores contaram menos de 30 indivíduos. “Desde 2011, quando a observamos pela primeira vez, vasculhamos a área e não encontramos em nenhum outro local”, destaca o professor João de Deus Medeiros, do Departamento de Botânica da UFSC. Não é a primeira vez que a Commelina catharinensis é encontrada: havia registro de coleta da planta em 1971, na Praia do Sol, em Laguna, em ambiente semelhante, um campo de restinga; mas, na ocasião, ela não foi identificada. Agora, após verificarem que a flor achada na Praia do Sonho é uma espécie que ainda não havia sido catalogada, compararam-na com o achado anterior e verificaram que é a mesma. “Fomos então à Praia do Sol procurar e não encontramos nada. Provavelmente aconteceu lá o que tememos aqui”, cogita Medeiros.

O que eles temem é o desaparecimento da espécie. Os principais fatores que criam esse risco, diz Medeiros, são a ocupação humana para construção de casas de praia, com eliminação da vegetação, inclusive em áreas de preservação, e a invasão do Pinus ellioti, espécie de pinheiro. “Essa área da Praia do Sonho em que encontramos a Commelina catharinensis fazia parte do Parque da Serra do Tabuleiro e foi retirada. Agora, em 2009, mais área ainda foi retirada. A descoberta dessa planta mostra a importância dessa conservação; mas parece que, quanto mais ameaças aparecem, mais retrocede o nível de proteção”, diz o professor.
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