Microplásticos vindos do porto de Itajaí chegam a praias de Florianópolis em até dois dias

26/09/2024 04:30

Um novo estudo verificou a rápida dispersão de microplásticos com origem no porto de Itajaí, em Santa Catarina. Esse material pode chegar às praias de Florianópolis, cerca de 80 quilômetros ao sul, em até dois dias. As constatações, que acendem um alerta para a gestão portuária sobre perda de materiais transportados em contêineres, estão em artigo na revista científica “Marine Pollution Bulletin” publicado nesta quinta-feira, 26 de setembro.

Assinado por pesquisadores das universidades federais de Santa Catarina (UFSC) e do Espírito Santo (Ufes) e da Universidade de São Paulo (USP), o trabalho avaliou a trajetória de microplásticos primários, conhecidos como pellets, lançados dos portos de Itajaí e de Imbituba, este ao sul de Santa Catarina. Os pellets são pedaços de plástico com cerca de cinco milímetros utilizados como matéria-prima para a fabricação de produtos maiores pela indústria.

A equipe realizou simulações mensais durante um ano, levando em conta que as condições de circulação no oceano variam de acordo com os meses e podem afetar a direção e a velocidade do material. O estudo se baseia em modelo de dispersão de partículas que considera condições como temperatura, salinidade e fluxo da água para prever a movimentação dos pellets e em quais regiões eles tendem a se depositar.
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Revisão de 181 artigos científicos revela situação alarmante da poluição por plásticos no oceano

26/06/2024 07:04

Tartaruga verde ingerindo uma sacola plástica. Foto: Troy Mayne/WWF.

Uma revisão de 181 artigos científicos que abordaram a poluição na costa Sul-Americana do Oceano Atlântico revelou a distribuição, as características e os impactos dos detritos plásticos no mar, além de examinar as políticas e iniciativas legais para combater essa ameaça ambiental. O trabalho, realizado por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), concluiu que o nível de poluição na região é equivalente ao dos oceanos mais poluídos do mundo. 

O estudo A review of plastic debris in the South American Atlantic Ocean coast – Distribution, characteristics, policies and legal aspects foi publicado na revista Science of the Total Environment em maio deste ano por integrantes do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Ambiental (PPGEA/UFSC) e do Laboratório de Pesquisas em Resíduos Sólidos (LARESO/UFSC). De acordo com o primeiro autor do artigo, o mestrando Igor Marcon Belli – orientado por Armando Borges de Castilhos Junior e coorientado por Davide Franco, ambos professores do PPGEA –, a pesquisa é a primeira análise regional que avalia tanto macro quanto microplásticos em águas costeiras, sedimentos e fauna marinha, apontando as áreas mais afetadas e as características desses materiais. O estudo também identificou as legislações e iniciativas não governamentais para combater a poluição por plástico na região.
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Veleiro da UFSC acompanha ultramaratona de natação com desafio ambiental

17/05/2024 16:16

Ultramaratonista deve nadar 36 quilômetros entre Porto Belo e Itajaí

O Veleiro Eco, veículo elétrico da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) utilizado em expedições científicas com a missão de pesquisar, monitorar e proteger a vida dos ecossistemas marinhos, participou de um novo desafio: acompanhar uma ultramaratona aquática que reuniu apoiadores para a realização de um nado com mínima emissão de carbono e de reduzida geração de resíduos.

A atleta catarinense Sandra Koch nadou por uma distâncias de quase 36 quilômetros, percorrendo 16 praias de quatro municípios do litoral catarinense, área denominada Costa Verde e Mar, na segunda-feira, 20 de maio. A largada, inicialmente prevista para madrugada de domingo, ocorreu por volta das 3h30 da segunda-feira, devido às condições climáticas.

A nadadora partiu da Praia do Araçá, em Porto Belo. A chegada estava prevista para a Praia de Cabeçudas, em Itajaí. Porém, por medida de segurança, a prova foi interrompida, por decisão da equipe técnica, quando Sandra estava a 800 metros do destino. Havia forte correnteza, causada pelo encontro com as águas do Rio Itajaí-Açu.

A nadadora lutou e chegou a alcançar o equivalente a 42 quilômetros de distância em braçadas – considerando equipamento que afere a distância pelo esforço físico da atleta. A prova foi homologada com ressalva pela Federação Aquática de Santa Catarina (FASC), que estuda incluir o trajeto no calendário oficial de competições.

Durante todo percurso, foram coletadas amostras para a medição de presença de microplásticos na água do mar. O resultado das medições será apresentado no 20º Congresso Latino-americano de Ciências do Mar, marcado para agosto, em Itajaí.

As amostras de água serão analisadas em laboratório da UFSC para medir a quantidade de microplásticos identificados. Os resíduos, com medida inferior a 5 mm, contaminam os oceanos, afetando o equilíbrio do ambiente marinho.

De acordo com os organizadores, o desafio Costa Verde e Mar teve o objetivo de chamar a atenção para as condições de balneabilidade do litoral catarinense e conscientizar sobre a necessidade de reduzir a geração de lixo e de emissão de gás carbônico em todas as atividades diárias. Sandra, uma atleta de 49 anos, participa de maratonas e ultramaratonas. Entre suas principais conquistas, estão o recorde do desafio Ilha do Arvoredo, em Bombinhas (25 km em 2018) e a prova Amazon Challenge, em Manaus (30 km em 2023).
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UFSC participa do mais amplo e inédito estudo sobre microplásticos no litoral

23/04/2024 13:29

Microplásticos são invisíveis a olho nu, mas podem se degradar de plásticos maiores. Foto: Sergei Tokmakov/Pixabay

Atualização: desde 6 de dezembro de 2024 a UFSC não integra mais o projeto MicroMar. O Laboratório de Biomarcadores de Contaminação Aquática e Imunoquímica, entretanto, segue realizando, publicando e divulgando suas pesquisas sobre o tema.

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está participando do maior projeto já realizado no Brasil sobre a poluição por microplásticos nas praias brasileiras. O Laboratório de Biomarcadores de Contaminação Aquática e Imunoquímica (LABCAI), liderado pelo professor Afonso Celso Dias Bainy, é uma das referências no estudo sobre contaminantes no mar e irá analisar amostras coletadas em nove pontos, nas cidades de Florianópolis, Balneário Camboriú, Laguna, Penha, Garopaba e Palhoça. O projeto envolve colaboração com instituições do país e do mundo e tem apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações e se alinha ao Programa Ciência no Mar e ao Plano Nacional de Combate ao Lixo no Mar.

Os microplásticos são partículas de tamanho entre 1µm (a milésima parte de um milímetro) e 5 mm e passam facilmente pelos sistemas de filtragem de água porque as estações de tratamento de esgoto não possuem eficiência de remoção total. Por isso, chegam aos rios, lagos e oceanos, representando uma ameaça potencial à vida aquática e afetando também a vida humana.

No projeto MicroMar, coordenado pelo professor Guilherme Malafaia, do Instituto Federal Goiano, mais de 6.700 amostras de areia e água em 750 praias localizadas em 300 municípios do litoral serão analisadas para gerar um diagnóstico atual, abrangente e inédito sobre essa temática no Brasil.

A parceria com a UFSC surgiu, segundo o professor Afonso Bainy, por conta do histórico do trabalho do laboratório em investigar os mecanismos moleculares e bioquímicos da interação entre contaminantes emergentes e as respostas dos organismos aquáticos. Um dos estudos que deu início a essa parceria foi desenvolvido a partir de uma tese com moluscos bivalves, mais precisamente das ostras, organismos filtradores que, acabam capturando esses contaminantes com mais facilidade.
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