Vozes que encantam: Coral mantém viva a arte do canto na UFSC há seis décadas
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Prestes a completar 60 anos de história, o Coral da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) preserva o legado de promover e difundir o canto coral, contribuindo com a extensão cultural e a integração com a comunidade. O projeto nasceu com a proposta de transmitir conhecimento teórico e prático a seus membros, por meio de um processo de aprendizagem e valorização da arte musical através do canto.
Ao longo do tempo, consolidou-se como um espaço plural e diverso da Universidade. Manteve-se ativo mesmo diante dos mais distintos contextos políticos, econômicos e sociais. Na pandemia, se reinventou e chega próximo de mais um aniversário fortalecido como uma tradicional expressão da UFSC.
Desde a sua criação, em 9 de janeiro de 1963, o Coral participou de centenas de projetos artístico-culturais e eventos promovidos pela comunidade universitária, com a apresentação de um variado repertório assinado por compositores brasileiros e estrangeiros. Já passaram pelo grupo mais de 2,3 mil cantores – alguns deles também integrantes de outros corais, que vieram buscar na instituição a experiência nesta arte.
Vinculado ao Departamento Artístico Cultural (DAC), da Secretaria de Cultura e Arte (SeCArte), o Coral da UFSC atualmente é formado por 40 membros, com idade entre 18 e 80 anos. Seus integrantes são estudantes, professores, técnicos-administrativos e pessoas da comunidade externa.
Os ensaios ocorrem às terças e quintas-feiras, das 19h às 22h. Temporariamente os encontros estão sendo realizados no Anfiteatro do Espaço Físico Integrado 1 (EFI-1), prédio localizado ao lado do Centro de Ciências Físicas e Matemáticas (CFM), no Campus Trindade, em Florianópolis. O local é utilizado desde 2018, enquanto se aguarda a finalização da reforma na Igrejinha da UFSC, sua usual sede.
Durante a pandemia, os ensaios foram promovidos de forma remota e onze vídeos produzidos e disponibilizados no canal da SeCArte no YouTube. Para tal tarefa, se fez necessário o estudo acerca de gravação e edição de conteúdo audiovisual, de forma a garantir a qualidade dos materiais veiculados. O repertório trouxe composições de Belchior, Ivan Lins, Villa Lobos e Ferreira Gullar, Djavan, Milton Nascimento e Fernando Brant, entre outros.
Quem está à frente do Coral há 18 anos é a maestrina Miriam Moritz. Natural de Florianópolis, Miriam iniciou seus estudos musicais aos 10 anos, com o piano e o canto coral. Aos 21, graduou-se em Música pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), em 1987, ano em que iniciou a carreira como auxiliar de regência. Em 2003, finalizou um curso de especialização em Musicoterapia pela Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul) e, em 2014, concluiu o mestrado na UFSC com uma pesquisa sobre música brasileira.
Antes de ingressar na Universidade após ser aprovada em primeiro lugar no concurso público para o cargo de regente da instituição, morou por cinco anos na Europa, onde atuou como flautista em Portugal e na Espanha. Com o retorno à capital catarinense, Miriam voltou a lecionar percepção e teoria da música, flauta transversa, flauta-doce, canto, musicalização infantil, violão, percussão, além de formar três grupos vocais (Entrando no Compasso, com crianças; Língua Solta, composto por adolescentes; e Bocca Chiusa, com adultos). Teve passagens pela Escola Dinâmica, Compasso Aberto, Conservatório Musical de Florianópolis e Escola Superior de Música do Teatro Carlos Gomes, de Blumenau.
Para a maestrina, a importância do Coral para a vida na Universidade é imensa, uma vez que contribui para arte e cultura da cidade, do estado e do país. Segundo ela, os integrantes que vivenciaram o coral reconhecem os grandes benefícios que a atividade proporciona. “A atividade do canto em grupo tem um papel essencial na formação da pessoa. São inúmeros os benefícios do canto coral: estimula a percepção, a coordenação e o equilíbrio. Melhora a respiração, a articulação da fala, a memória, a concentração e a criatividade”, avalia.
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