UFSC na mídia: pesquisador da UFSC fala sobre o fenômeno das ‘tainhas gigantes’

29/05/2024 14:47

Em reportagem veiculada no portal ND+, o pesquisador Caio Magnotti, doutor em Aquicultura e supervisor do Laboratório de Piscicultura Marinha (Lapmar) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), falou sobre a sobre a safra, a migração e importância ecológica das tainhas em Florianópolis. A reportagem intitulada Tainhas gigantes: entenda a migração misteriosa da Argentina para o Norte do Brasil foi produzida pela jornalista Leandra da Luz e publicada nesta quarta-feira, 29 de maio.

A notícia detalha as diferenças entre as espécies encontradas na região e aborda o aparecimento das tainhas gigantes avistadas recentemente na capital catarinense. Segundo o pesquisador, esses exemplares provavelmente migraram de áreas mais ao Sul, como a bacia do Rio da Prata. O fenômeno pode também estar relacionado à pesca industrial, que geralmente captura os peixes maiores. “Normalmente ficam em lugares mais profundos, onde a pesca industrial atua. Embora as tainhas da Lagoa dos Patos, da Argentina e do Uruguai se encontrem no mar e migrem juntas para desovar, não podemos caracterizá-las apenas as observando”, disse Caio em entrevista à publicação.

A reportagem tratou ainda da importância econômica e o papel desempenhado pela tainha no ecossistema marinho. Para acessar a matéria completa, acesse o portal ND+.

> Confira também reportagem da Agecom sobre as pesquisas com as tainhas na UFSC

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Tainha de laboratório: UFSC é pioneira na reprodução de espécie em cativeiro

24/05/2022 10:20

Para ler a reportagem especial em formato multimídia, clique aqui.

Coleta de sêmen para fecundação em cativeiro. Crédito: Acervo Lapmar

Quando o mês de maio chega e o frio se intensifica, uma visitante assídua aparece nas águas do litoral catarinense: a tainha. Com a pesca artesanal, o peixe se mantém símbolo da tradição, mas ainda é subexplorado comercialmente. Pesquisas desenvolvidas na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no entanto, podem contribuir para o nascimento de alternativas economicamente viáveis, capazes de garantir a oferta da tainha durante o ano inteiro e agregar valor à sua produção.

O Laboratório de Piscicultura Marinha (Lapmar) foi o primeiro do mundo a conseguir reproduzir todo o ciclo de vida da espécie Mugil liza em cativeiro. O projeto teve início em 2014, quando 14 exemplares adultos selvagens (quatro fêmeas e dez machos) foram capturados em Laguna, no Sul do estado, e transportados para a unidade de pesquisa da UFSC, instalada em Florianópolis.

Esse primeiro lote de reprodutores foi mantido em um tanque de 12 m3, onde as fêmeas receberam indução hormonal para liberação dos ovos; enquanto os machos liberaram sêmen quando submetidos a massagens abdominais. A fecundação dessa espécie ocorre na água e, no estudo pioneiro, a eclosão das primeiras larvas foi registrada 48 horas após a desova. Por cinco anos, todas as desovas realizadas no Lapmar utilizaram os exemplares selvagens. Somente no fim de 2019, alguns meses antes da pandemia, a experiência foi consumada com exemplares da primeira geração nascida em cativeiro, chamada F1.

A principal contribuição do trabalho concebido na UFSC foi o domínio do ciclo de vida da espécie. Com o desenvolvimento integral dessa geração no laboratório, os pesquisadores conseguiram acompanhar o processo de maturação sexual e constataram que os machos apresentavam espermatozoides viáveis por volta dos 11 meses de idade, quando atingiam em torno de 24 a 25 cm de comprimento. As fêmeas, por sua vez, estavam aptas à reprodução somente aos três anos, com cerca de 40 cm.

A pesquisa demonstrou regularidade nos índices de desova e na qualidade dos ovos, permitindo um grande avanço no controle da reprodução da tainha fora do seu habitat natural. O domínio desta técnica torna possível produzir o peixe todos os meses do ano e escalonar sua produção. Neste mês de maio, a equipe do Lapmar iniciou o trabalho de preparação para a desova da segunda geração (F2).

Larva 7 dias após a eclosão do ovo. Crédito: Acervo Lapmar

O engenheiro de aquicultura Caio França Magnotti, supervisor do Laboratório de Piscicultura Marinha, começou a trabalhar na UFSC em 2013 e acompanhou todas as pesquisas desenvolvidas na instituição sobre a espécie desde então. Para ele, ainda que seja complexo garantir que os peixes fiquem aptos à desova no ambiente do laboratório, a parte mais crítica do processo são os primeiros 15 dias após a eclosão do ovo. “É uma fase praticamente microscópica. Você quase não vê a larva. Você não pode encostar nela, que ela morre. Então, qualquer deslize, uma temperatura diferente, um choque mecânico ou um choque de luz, como acender e apagar a luz, pode causar a morte. É muito delicado”, pondera.

A origem do laboratório

O Lapmar foi criado em setembro de 1990 para atender uma demanda de produção de tecnologias e de difusão de conhecimentos sobre peixes marinhos em cativeiro, especialmente de espécies presentes no litoral catarinense. É hoje o mais antigo laboratório do gênero no país dedicado à pesquisa, ao ensino e à extensão. Instalado na Barra da Lagoa, leste da Ilha de Santa Catarina, ele faz parte da Estação de Maricultura Professor Elpídio Beltrame (EMEB) – unidade externa do Departamento de Aquicultura do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UFSC.

Professor Vinícius foi por mais de três décadas supervisor do Lapmar. Crédito: Acervo pessoal

O surgimento e a história do laboratório estão intimamente ligados à trajetória de um profissional: o professor Vinícius Ronzani Cerqueira. O docente se aposentou no último mês de abril, após dedicar mais de três décadas à UFSC e à supervisão do Lapmar. Ao cursar o doutorado na França, terra natal de seu ídolo, o oceanógrafo Jacques Cousteau, Vinícius já planejava que, quando retornasse ao Brasil, abriria uma linha de pesquisa nova, para estudar nossos peixes. O foco desde o princípio foi desbravar a piscicultura marinha brasileira.

“Quando a gente começou não havia nenhum grupo de pesquisa com esse objetivo: estudar as espécies marinhas nativas. Foi difícil começar algo inovador. Já havia publicações sobre peixes marinhos, mas eram poucas. Por isso, insisti nessa área e peguei essa oportunidade para trabalhar”, revela o professor. No início o serviço foi árduo e era executado por Vinícius com a colaboração do seu primeiro orientando, o estudante Aliro Bórquez Ramirez, engenheiro formado no Chile e hoje reitor da Universidad Católica de Temuco, cuja dissertação foi a primeira defendida no curso de Aquicultura da UFSC, em 1991.

Ao longo da carreira, o professor Vinícius se dividia entre as atividades no Lapmar e os compromissos como docente no CCA, onde chegou a ocupar as funções de chefe de Departamento e coordenador da graduação e pós-graduação. Em muitas oportunidades, levou a família ao local de trabalho nos fins de semana. “Era um trabalho que não podia parar. Além do meu ofício como professor de segunda a sexta-feira, aos sábados e domingos muitas vezes precisava visitar o laboratório. Dependendo da fase de desenvolvimento em que os peixes estavam, ficar dois dias sem ninguém verificá-los era muito arriscado”, recorda.

O projeto começou com o estudo da reprodução do robalo-peva (Centropomus parallelus), por meio da investigação acerca da criação de larvas e juvenis – esta última é uma fase da vida do peixe que se inicia a partir de 30 a 40 dias depois do nascimento, quando possui entre 2 e 3 cm, e termina com a maturação sexual). A experiência serviu de base para o trabalho com o robalo-flecha (Centropomus undecimalis) pouco tempo depois.
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Laboratório da UFSC estuda espécies e apoia produtores e parceiros no desenvolvimento de tainhas, robalos e sardinhas

25/11/2020 16:01

Tainhas de 2 anos nascidas no LAPMAR. Foto: divulgação

Há 30 anos, quando pouco se falava sobre criação de peixes e, em especial de espécies marinhas, um projeto desenvolvido pelo Laboratório de Piscicultura Marinha (Lapmar) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) já trabalhava na produção de tecnologias e na difusão de conhecimentos sobre peixes marinhos em cativeiro. Localizado no leste da Ilha de Santa Catarina, na Estação de Maricultura Professor Elpídio Beltrame, do Departamento de Aquicultura do Centro de Ciências Agrárias da UFSC, o Lapmar hoje é um dos poucos laboratórios do gênero no país dedicado à pesquisa, ao ensino e à extensão.

O projeto conta com apoio há cerca de duas décadas da Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu). “A fundação é muito importante para administrar os recursos financeiros oriundos de agências de fomento e da comercialização de peixes excedentes das pesquisas. Estes recursos são usados na aquisição de insumos para a criação dos peixes e para a manutenção das atividades essenciais ao funcionamento do Lapmar”, explica o professor Vinicius Ronzani Cerqueira, coordenador do projeto.
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Laboratório de Piscicultura Marinha comercializa excedentes de peixes

21/05/2019 15:14

O Laboratório de Piscicultura Marinha (Lapmar), entre os dias 15 e 31 de maio, vai dispor para venda de 9 mil juvenis de sardinha-verdadeira (S. brasiliensis) – peso médio 0,3 g, resultantes de reprodução artificial em laboratório.

Os peixes estarão disponíveis em lotes de 3 mil unidades cujo valor é de R$ 4.500.

O transporte (aéreo ou terrestre) ficará por conta do interessado. Os peixes serão liberados em sacos plásticos lacrados, com água do mar e oxigênio puro. Como embalagem externa, poderão ser utilizadas caixas de papelão de parede dupla ou caixas de isopor.

Os pedidos deverão ser feitos através do e-mail caio.magnotti@ufsc.br (especificando a quantidade pretendida e os dados do comprador):

1) Pessoa Física: nome e CPF, endereço de entrega;

2) Pessoa Jurídica: nome e CNPJ, endereço de entrega.

Os pedidos serão atendidos por ordem de chegada até completar o total disponível.

Os compradores receberão informações a respeito da forma de pagamento (antecipado à UFSC através de Guia de Recolhimento da União)

As solicitações atendidas serão posteriormente divulgadas neste mesmo local.

Posteriormente, lotes menores e juvenis de maior tamanho poderão ser também oferecidos desta mesma forma.

 

Mais informações na página do laboratório.

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