Evasão e permanência estudantil são temas de seminário e de pesquisas na UFSC

14/05/2025 18:08

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realizou, na tarde desta quarta-feira, 14 de maio, o I Seminário de Compartilhamento de Ações de Combate à Evasão e Promoção da Permanência Estudantil. Organizado pela Assessoria de Acompanhamento de Evasão, Permanência e Egressos, da Pró-Reitoria de Graduação e Educação Básica (Prograd), o evento teve como objetivo apresentar iniciativas adotadas pelos cursos de graduação da instituição para enfrentar a evasão e fortalecer a permanência estudantil. O seminário ocorreu no Auditório do Centro Socioeconômico (CSE) e também foi transmitido por meio de sala virtual da Prograd.

Reitor da UFSC Irineu Manoel de Souza (centro), pró-reitora Dilceane Carraro (esq.), e assessora de Acompanhamento de Evasão, Permanência e Egressos, Andressa Sasaki Vasques Pacheco (dir.) na abertura do seminário. Foto: Secom/UFSC

A evasão universitária representa um desafio com impactos significativos para a sociedade, tanto em termos econômicos quanto sociais. Ciente dessa realidade, a UFSC tem acompanhado esse fenômeno de perto, especialmente diante de seu crescimento nas últimas duas décadas. A gestão atual da Universidade tem se empenhado ativamente em enfrentar essa questão, desenvolvendo estratégias para mitigar os prejuízos econômicos, sociais e institucionais que ela acarreta.

Com o intuito de aprofundar a discussão e propor soluções concretas, o evento reuniu diferentes setores da UFSC. Na mesa de abertura, estiveram presentes o reitor, Irineu Manoel de Souza; a pró-reitora de Graduação e Educação Básica, Dilceane Carraro; e a professora e assessora de Acompanhamento de Evasão, Permanência e Egressos, Andressa Sasaki Vasques Pacheco. No auditório, participaram representantes das direções dos centros de ensino, coordenações e secretarias de cursos, estudantes, servidores técnico-administrativos e docentes, bem como de outras instituições.
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Câmara de Graduação estende para o semestre 2022.1 possibilidade de matrícula em ZZD2020

24/03/2022 15:05

A Câmara de Graduação da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) decidiu estender para o semestre de 2022.1 a possibilidade de matrícula na “disciplina” ZZD2020. Tecnicamente chamada de código de situação, a matrícula na ZZD2020 permite que o estudante mantenha-se em situação regular e preserve o vínculo com a Universidade mesmo sem matrícula em disciplinas durante o semestre letivo.

A renovação de matrícula dos alunos veteranos para o primeiro semestre letivo de 2022 poderá ser realizada no período de 24 a 28 de março, conforme o Calendário Acadêmico. Os estudantes terão até o dia 1º de junho para solicitar a inclusão do código ZZD2020 no espelho de matrícula. A criação de uma disciplina sem exigência de pré-requisitos nem número mínimo de créditos foi estabelecida pela Resolução Normativa nº 140/2020/CUn, de 24 de julho de 2020, que regulamentou o retorno às aulas na UFSC de forma remota.

A decisão da CGRAD foi embasada numa pesquisa sobre a matrícula em ZZD2020 no período de atividades pedagógicas não presenciais na UFSC (do semestre 2020.1 ao 2121.2). “O Código ZZD 2020 possibilitou aos estudantes a manutenção do vínculo com a UFSC em meio à pandemia e foi a forma encontrada pela universidade para evitar o que era um temor considerável, no momento em que se discutia o ensino remoto: o risco de elevada evasão escolar”, afirma o relatório da pesquisa, assinado pelo professor Daniel Vasconcelos, pró-reitor de Graduação, e pela coordenadora de Avaliação e Apoio Pedagógico da Prograd, Janaína Macedo.

A estratégia mostrou-se eficaz, conclui o relatório. A evasão escolar na UFSC caiu de cerca de 1,8 mil no semestre 2019.2 para cerca de 700, nos quatro semestres seguintes. Ao mesmo tempo, a matrícula em ZZD2020 aumentou progressivamente durante o período do Calendário Excepcional: foi de pouco mais de 3,5 mil em 2020.1 para cerca de 8,4 mil no semestre 2021.2. Os trancamentos de matrícula também tiveram redução acentuada no período.

Estratégias

A pesquisa com os estudantes matriculados em ZZD2020 foi realizada através do envio de questionário a este público entre dezembro de 2021 e março de 2022, na perspectiva de definir estratégias para o retorno às aulas presenciais.

Embora o conjunto de respostas seja de uma proporção alta do universo de estudantes matriculados em ZZD2020 (905 respostas, de 8,4 mil casos possíveis), os resultados obtidos não estão sendo tomados como estatística rigorosa, uma vez que não foram obtidos por amostra, mas pesquisa voluntária. Ainda assim, na conclusão, o relatório observa que as respostas trouxeram informações valiosas e questões relevantes para a reflexão e planejamento do retorno presencial das aulas na Graduação.

Entre as razões apontadas pelos estudantes para matrícula na disciplina prevalecem fatores de ordem pessoal, como a inadaptabilidade ao ensino remoto, dificuldades financeiras e adoecimento emocional. Dos respondentes, 44,2% afirmaram não ter se adaptado à modalidade de ensino não presencial e 25,6% optaram por não cursar disciplinas em modo remoto; 37,2% decidiram começar a trabalhar.

Quase 40% relataram adoecimento emocional, sendo que a maioria procurou tratamento. Uma parcela relevante justificou a matrícula em ZZD2020 por razões diretamente ligadas à pandemia: 11,5% precisaram cuidar de familiares adoecidos e 6,2% relataram terem contraído Covid.

Mais de metade dos alunos que estiveram matriculados na disciplina ZZD2020 em algum momento estão trabalhando (32,3% em empregos formais e 18,7% em trabalho informal).

A pesquisa revelou também que dois terços (65,9%) pretendem retomar o curso de Graduação no primeiro semestre e 21,6% ainda não haviam decidido quando o questionário foi respondido. Apenas 12,5% dos que responderam afirmaram que pretendem trancar o curso ou não retornar no próximo semestre. A extensão da possibilidade de matrícula em ZZD2020 por mais um semestre atende a esse anseio dessa parcela do corpo discente.

Restaurante

Na investigação sobre o que os alunos consideram fundamental para o retorno presencial, o funcionamento do Restaurante Universitário foi o fator principal: 64,9% dos respondentes citaram o RU. Outras medidas que dependem da Universidade, como Bolsa Estudantil (37,2%) e moradia estudantil (19,1%) foram mencionadas. Também foram apontadas condições como o uso de Equipamentos de Proteção Individual (48,2%); meios de deslocamento para o campus (40,1%) e condições de alugar moradia (34%).

O questionário aplicado tinha um espaço para comentários livres, no qual os alunos reportaram diversas situações como adoecimento físico ou psicológico e insegurança em relação à continuidade da pandemia. As dificuldades em relação ao preço dos aluguéis e ofertas de moradia foram citadas por alguns alunos, além da necessidade de conciliar estudo com trabalho. Diversos comentários expressaram o desejo de retomada do ensino presencial para continuidade ou conclusão do curso escolhido.

Nas conclusões, o relatório da pesquisa aponta para a razoabilidade de estender a possibilidade de matrícula em ZZD2020. A Prograd pretende envolver as Coordenações de Curso e secretarias para organizar o resgate e acolhimento dos estudantes que estiveram matriculados na disciplina, “bem como aos que passaram pela pandemia matriculados nas disciplinas e aos novos estudantes, ingressantes a partir de 2022.2”.

O Programa Institucional de Apoio Pedagógico aos Estudantes (Piape) deverá se envolver no apoio a estudantes que apresentem dificuldades relacionadas ao processo de aprendizagem ou organização para as atividades acadêmicas. “As melhores recomendações para este período continuam sendo o acolhimento, o diálogo institucional e uma postura colaborativa voltada para a inclusão de todos(as) os(as) discentes, bem como de servidores(as) docentes e TAEs”, conclui o documento.

 

 

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Pesquisadores da UFSC participam de debate em vídeo sobre impacto da pandemia na evasão escolar

29/11/2021 18:51

O Núcleo Interdisciplinar de Políticas Públicas (NIPP), do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), e o Laboratório de Pesquisas Sociológicas Pierre Bourdieu (LAPSB), do Centro de Ciências da Educação (CED) da UFSC colaboraram com a produção de um vídeo, proposta do Instituto de Pesquisas de Variações Socioculturais (Instituto Werner-IPEVSC). O vídeo traz um debate acerca da evasão escolar durante a pandemia, tanto no ensino fundamental, médio e superior.

Participam do vídeo a professora Ione Valle Ribeiro (CED/UFSC), Marcos Rogério dos Santos (UFPR) e o professor Jourdan Linder (Uniplac), que buscam responder questões como “Qual o impacto da pandemia no abandono e na evasão escolar?” e “Precisamos pensar um novo modelo de educação e de práticas pedagógicas?”. Para tanto, utilizam-se de dados e pesquisas  recentes sobre o tema, além de oferecer alternativas de soluções.

Assista o vídeo na íntegra, abaixo.

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Professora e doutorandos da UFSC publicam pesquisa sobre modelo preditivo de evasão

20/10/2020 10:00

A professora Andressa Sasaki Vasques Pacheco, do Departamento de Ciências da Administração (CAD), e os doutorandos Fernanda Cristina da Silva e Thiago Luiz de Oliveira Cabral, do Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGAdm) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC),  publicaram o artigo Evasão ou Permanência? Modelos Preditivos para a Gestão do Ensino Superior na Education Policy Analysis Archives (Qualis A1).

A pesquisa teve como objetivo propor modelos estatísticos preditivos para a gestão da evasão em cursos do ensino superior. O estudo foi aplicado em 2991 alunos de quatro cursos de graduação a distância da UFSC, utilizando o método de Regressão Logística Binária, e gerou um modelo de previsão de evasão para cada um dos cursos analisados. Após dois anos, foi constatada a precisão de 90% do modelo proposto.

O artigo auxilia na revisão de políticas de gestão educacional por meio da identificação precoce dos alunos em risco de evasão, bem como das variáveis que influenciam a permanência e evasão. “Os resultados desta pesquisa permitiram concluir que a utilização de modelos preditivos pode fornecer aos gestores universitários e às políticas públicas educacionais o direcionamento necessário para tomar conhecimento dos principais aspectos que impactam na evasão dos cursos de graduação, assim como apontar, com alto nível de confiança, os alunos com maiores riscos de evasão”, traz o texto nas considerações finais.

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