UFSC participa de projeto internacional que estudará os efeitos de mudanças climáticas no Oceano Atlântico

10/12/2020 15:09

Foto: divulgação

A UFSC é uma das 36 organizações de 13 países diferentes que participam do projeto internacional AtlantECO, que irá estudar os efeitos de mudanças climáticas no microbioma do Oceano Atlântico. Trata-se de um ambicioso projeto de pesquisa financiado pela União Europeia (Programa H2020) para explorar o Oceano Atlântico de polo a polo. A iniciativa irá mapear conhecimentos novos e existentes sobre os organismos microscópicos que habitam a foz dos rios, as águas costeiras, o oceano aberto, os sedimentos marinhos e a atmosfera, bem como aqueles encontrados no lixo plástico. Esses “microbiomas” sustentam a vida na Terra e fornecem serviços ecossistêmicos à sociedade. O AtlantECO desenvolverá ferramentas de diagnóstico e métricas para avaliar e prever mudanças no Oceano Atlântico.

O trabalho de campo será realizado a bordo de vários navios oceanográficos nacionais e veleiros projetados para expedições científicas, incluindo o Veleiro ECO da UFSC. As escalas serão organizadas com as comunidades locais e partes interessadas ao longo do Oceano Atlântico, envolvendo campanhas de divulgação, ciência cidadã, promoção da Cultura Oceânica e o desenvolvimento de um programa de capacitação em larga escala para profissionais e estudantes.
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Professores da UFSC se manifestam pela criação de novas Unidades de Conservação Marinha no país

09/02/2018 13:44

Ilha da Trindade. Foto: Maria Eduarda Alves dos Santos

Dois professores do Departamento de Ecologia e Zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina (ECZ/CCB/UFSC) se manifestaram, na primeira semana de fevereiro, favoravelmente à proposta de criação de duas novas áreas de conservação marinha no país. Sergio Ricardo Floeter, que é coordenador da Rede Nacional de Pesquisa em Biodiversidade Marinha (Sisbiota-Mar), divulgou, no dia 2 de fevereiro, uma carta expressando “forte apoio à proposta de criação dos dois novos mosaicos de áreas marinhas protegidas no Brasil: um no Arquipélago Trindade e Martim Vaz (incluindo montes submarinos) e outro no Arquipélago de São Pedro e São Paulo”.

O professor Alberto Lindner também se manifestou favoravelmente à proposta de criação de um Monumento Natural no entorno da Ilha da Trindade, do Arquipélago Martin Vaz e do monte submarino Columbia. “Entretanto, a fim de preservar as espécies marinhas oceânicas, do mar profundo, e as espécies recifais de grande mobilidade, recomendo que o referido Monumento Natural proposto inclua toda a Zona Econômica Exclusiva do entorno de Trindade e Martin Vaz. Com cerca de 460.000 quilômetros quadrados, essa seria a maior Unidade de Conservação de proteção integral do Brasil e a maior do Oceano Atlântico”, argumenta.

Conforme informa o site do ICMBio, “os monumentos naturais são unidades de proteção integral e teriam, entre outros objetivos, o de garantir a recuperação dos recursos pesqueiros. Já as APAs [Área de Proteção Ambiental] são uma categoria menos restritiva, admitindo várias atividades sustentáveis nos seus limites.”

No texto apresentado por Sérgio Floeter — representando os pesquisadores da Rede Sisbiota-Mar —, ele explica que “a iniciativa da criação de áreas de exclusão de pesca (Unidades de Conservação de Proteção Integral), como os MONAs (Monumentos Naturais) no entorno desses arquipélagos, pode finalmente dar uma resposta ao problema da sobrepesca e outros possíveis impactos, preservando assim esses patrimônios para as próximas gerações”.

As ilhas oceânicas brasileiras, segundo os professores, “são importantes refúgios para a biodiversidade marinha, além de repositórios de produtos naturais marinhos (potenciais fármacos) e genéticos únicos, assim como uma grande quantidade de espécies endêmicas. Comparativamente com ambientes costeiros do Brasil, as ilhas oceânicas ainda estão em um estado de conservação muito melhor”.

Ilha da Trindade. Foto: ICMBio/Divulgação.

Consulta Pública

A manifestação dos docentes se dão por ocasião das consultas públicas, promovidas nos dias 7 e 8 de fevereiro pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), para discutir as propostas de criação de duas unidades de conservação marinhas. No dia 7, uma audiência ocorreu em Recife (PE); e no dia 8, em Vitória (ES) — respectivamente na Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco e na Assembleia Legislativa do Estado do Espírito Santo. Em Recife foram avaliados os estudos sobre o arquipélago de São Pedro e São Paulo. Em Vitória, debateu-se a respeito do arquipélago de Trindade e Martim Vaz.

Conforme consta na página do MMA, a “consulta pública é uma das etapas de criação de UCs e está prevista na Lei 9.985/2000, que regula o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc). Trata-se de uma reunião para se ouvir a opinião dos vários setores da sociedade envolvidos com o tema. […] Após as consultas, o passo seguinte é a assinatura e publicação dos decretos de criação das unidades. A previsão é que isso ocorra até o final de março.”

Na audiência realizada em Recife, conforme consta em matéria publicada no site do ICMBio, “as mais de 60 pessoas que participaram solicitaram o aumento da área atual proposta pelo ICMBio e ainda sugeriram limitar a possibilidade de mineração na futura Área de Proteção Ambiental (APA)”. Em Vitória, o debate suscitou duas alterações na proposta. Uma delas, com o objetivo de aumentar a área de proteção integral, sugere “transformar em uma única reserva dois blocos que pelo projeto original estão separados: um que fica em cima do Monte de Columbia, na cadeia Vitória/Trindade, e outro que pega a Ilha de Trindade e Martinho Vaz”, informa a notícia publicada no site da Assembleia Legislativa do Espírito Santo. A segunda sugestão se refere à maior restrição das atividades de mineração na área de preservação.

Foto: Marinha da Ilha da Trindade/Divulgação.

Debate

O assunto tem gerado debate entre pesquisadores e especialistas na área. Em artigo publicado no blog de ciência do jornal O Estado de S. Paulo, o jornalista Herton Escobar questiona a eficácia da criação de unidades de conservação, sem que se estabeleça também os procedimentos de fiscalização: “Até que ponto essas áreas serão efetivamente protegidas? O governo vai mesmo se comprometer com os recursos humanos, logísticos e financeiros necessários para garantir a segurança dessas áreas tão grandes e tão remotas? Ou elas serão mais dois ‘parques de papel’, usados apenas para cumprir a Meta de Aichi e fazer bonito nos fóruns internacionais — sem, na verdade, proporcionar qualquer camada adicional de proteção aos ecossistemas marinhos, além do que já existe hoje?”

A consulta pública segue disponível para a participação de qualquer cidadão interessado no tema. As sugestões devem ser enviadas para o e-mail consultapublica@icmbio.gov.br

A carta da Rede Sisbiota-Mar está disponível aqui.

A carta assinada pelo professor Alberto Lindner está disponível aqui.

Mais informações sobre o processo de criação das duas Unidades de Conservação Marinha estão disponíveis no site do ICMBio.

Daniela Caniçali/Jornalista da Agecom/UFSC

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Pesquisadora da UFSC participa de Conferência Internacional de Direitos Animais em Luxemburgo

11/09/2017 17:03

A Conferência Internacional de Direitos Animais (International Animal Rights ConferenceIARC) ocorre anualmente, desde 2011, em Luxemburgo. Este ano, pela primeira vez, o evento contou com a participação de uma pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina. A professora Paula Brügger, do Departamento de Ecologia e Zoologia (ECZ/UFSC), apresentou duas palestras durante os quatro dias de conferência — de 7 a 10 de setembro. Também estiveram presentes no evento pesquisadores e profissionais de diversos países, sendo muitos deles referência na área de Direitos Animais, como a psicóloga Melanie Joy e o advogado Steven Wise.
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Pesquisadora da UFSC participa de expedição oceanográfica de 9 mil km pelo Pacífico

31/08/2017 17:57

Foto: Noelie Pansiot/Divulgação.

35 dias e cerca de 9 mil quilômetros percorridos no Oceano Pacífico, com saída da cidade de Keelung, em Taiwan, e chegada em Lautoka, nas ilhas Fiji. Esse foi o trajeto da expedição Tara Pacific, promovida pela instituição francesa Tara Foundation. Entre os seis pesquisadores a bordo, a única brasileira era Andrea Santarosa Freire, do Departamento de Ecologia e Zoologia (ECZ) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). “Não tínhamos sábado nem domingo, trabalhávamos todos os dias, desde as 7h da manhã. Foi muito cansativo, mas ao mesmo tempo uma experiência incrível!”, relata Andrea.

O convite para integrar a expedição internacional surgiu por sua ampla experiência na área de pesquisas oceanográficas – Andrea é a vice-coordenadora do projeto MAArE – e, sobretudo, por seu envolvimento no projeto Veleiro de Expedições Científicas e Oceanográficas (Veleiro ECO) da UFSC, que está em fase final de construção e em breve será lançado no mar. “No processo de construção do Veleiro ECO na UFSC, aos poucos amadurecemos um convênio científico internacional com a Tara Foundation. O projetista do Veleiro ECO é o mesmo do Veleiro Tara. Quando o professor Orestes Estevam Alarcon [coordenador do Veleiro ECO] me convidou para participar do projeto, sugeri desde o início o Tara como inspiração.”
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Egressos da UFSC arrecadam recursos para documentário sobre espécie de tubarão

13/01/2017 08:35

_MG_1925Dois ex-alunos da UFSC estão produzindo um filme sobre o Tubarão Mangona (Carcharias taurus), que está desaparecido do Brasil. Edson Faria Junior e Renato Morais Araújo cursaram graduação em Ciências Biológicas e mestrado em Ecologia. O documentário contará a história da espécie nas águas brasileiras, por meio de entrevistas com pescadores, mergulhadores e pesquisadores. Ambientes em que a espécie ainda pode ser avistada e estratégias para sua manutenção também serão foco da produção.

De acordo com o diretor, Edson Faria – que trabalhou como cinegrafista para a Globo e a British Broadcasting Corporation (BBC) –, foi criada uma ação no site Catarse com o objetivo de arrecadar fundos para conclusão do trabalho. Há uma parceria com o professor do Departamento de Ecologia e Zoologia (ECZ) do Centro de Ciências Biológicas (CCB), Renato Hajenius, que atua como consultor. “A ideia é que, com o desenrolar do projeto, consigamos absorver mais parceiros, muitos deles alunos da UFSC”, afirma Edson.

Confira o vídeo sobre o documentário no youtube.

 

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Pesquisadores da UFSC revelam segredos da vida marinha no atol das Rocas

30/06/2015 14:17

“Você já imaginou sentir a maré chegando e, junto com ela, o seu maior predador? Saber que em alguns momentos as correntes marinhas serão tão fortes, e o perigo de virar comida tão evidente, que a única coisa que você fará até que a maré volte a baixar é fugir e se esconder?” Assim é como os pesquisadores do Departamento de Ecologia e Zoologia (ECZ) do Centro de Ciências Biológicas (CCB) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) descrevem os segredos da vida marinha no atol das Rocas, onde grandes predadores, como tubarões, ainda convivem com peixes menores.

O trabalho idealizado por Guilherme Ortigara Longo, durante sua tese de doutorado em Ecologia, analisou o comportamento dos organismos marinhos do local – o único atol do oceano Atlântico sul – e como os fatores externos, como a maré, o influenciam.

Publicado no periódico on-line PLOS ONE, o estudo reuniu outros 17 pesquisadores, que se envolveram diretamente em sua segunda elaboração. O projeto é parte da Rede Nacional de Pesquisa em Biodiversidade Marinha, liderada por Sergio Ricardo Floeter, do ECZ/CCB/UFSC. A expedição que gerou o artigo durou 25 dias, em 2012 – depois da primeira visita, os pesquisadores já retornaram ao local pelo menos três vezes.

Cardume em piscina no atol. Foto: Renato Morais Araujo/UFSC

Cardume em piscina no atol. Foto: Renato Morais Araujo/UFSC

 

Segundo Renato Morais Araujo, um dos autores do artigo, o local, distante 230 km da costa nordeste do Brasil, é interessante para estudar a vida marinha devido ao seu distanciamento da costa. “O atol está isolado de muitos impactos da sociedade, o que faz dele um excelente modelo para que sejam estudados vários processos biológicos com uma influência reduzida do ser humano”, explica. “O atol das Rocas é um laboratório natural importantíssimo, que nos permite refletir sobre o efeito que podemos ter sobre os ecossistemas marinhos. Estudos comparativos podem permitir o desenvolvimento de estratégias de conservação mais efetivas, para que outros locais possam trazer a imagem que Rocas nos traz à mente: a de um paraíso protegido.”

Piscina aberta. Foto: Sérgio Ricardo Floeter/UFSC.

Piscina aberta. Foto: Sérgio Ricardo Floeter/UFSC.

Os atóis se formam tipicamente em torno de ilhas vulcânicas, a partir do crescimento de corais – no atol das Rocas, as algas calcárias são as principais responsáveis por essa formação. Ao longo de milhões de anos, algumas dessas ilhas começam a afundar, enquanto os recifes continuam crescendo, formando uma barreira em formato de anel com diversas piscinas naturais. No atol das Rocas, parte dessas piscinas continua se comunicando com o resto do oceano, enquanto outras ficam completamente isoladas do mar aberto, constituindo ambientes calmos (piscinas fechadas).

Quando a maré baixa, os animais dessas piscinas ficam presos até que ela suba novamente. Essas diferenças determinam, por exemplo, quais peixes, algas e corais habitam cada ambiente, e a forma como esses organismos interagem. Os pesquisadores observaram que os peixes-cirurgiões (Acanthurus chirurgus), por exemplo, alimentam-se dez vezes mais ao ficarem presos em piscinas fechadas durante a maré baixa.

 

Tubarão no Atol das Rocas. Foto: Renato Morais Araujo/UFSC

Tubarão no atol. Foto: Renato Morais Araujo/UFSC

Outras formas de vida importantes à pesquisa foram os tubarões, que – revelou o estudo – dificilmente ficam presos em piscinas fechadas durante a maré baixa, mas são comumente encontrados em piscinas abertas. À medida que a maré começa a subir, eles nadam para dentro do atol, ficando, muitas vezes, com apenas parte do corpo envolta em água.

O estudo também indica que a alimentação dos peixes-cirurgiões em piscinas fechadas durante a maré baixa pode influenciar as algas que recobrem o fundo. Esses peixes preferem consumir um tipo específico de alga (Digenea simplex), rica em açúcares e pouco abundante em piscinas fechadas, porém comuns em piscinas abertas, onde os peixes se alimentam menos.

Piscina fechada no atol. Foto: Renato Morais Araujo/UFSC

Piscina fechada no atol. Foto: Renato Morais Araujo/UFSC

 

O estudo

Pesquisadores da Rede Nacional de Pesquisa em Biodiversidade Marinha (Sisbiota-Mar) realizaram um esforço conjunto para desvendar alguns dos segredos da vida marinha no atol das Rocas, em um trabalho multidisciplinar, que investigou da composição química das algas à abundância de peixes.

 

Atol das Rocas

Além de toda sua beleza e particularidades, o atol das Rocas é uma das únicas reservas marinhas do Brasil – criada em 1978 – e uma das primeiras do mundo. Atividades extrativistas, como pesca e coleta, são proibidas em reservas biológicas. A partir de 1991, a fiscalização no atol foi fortalecida pelo estabelecimento de uma estação permanente de pesquisa e monitoramento. Desde então a Reserva Biológica Marinha do Atol das Rocas vem se consolidando como uma das mais efetivas áreas de proteção marinha do Brasil, abrigando uma abundante fauna e servindo de berçário para aves, tartarugas e até tubarões.

Mais informações no site Sisbiota-Mar ou pelo e-mail sergio.floeter@ufsc.br.

Revisão: Claudio Borrelli/Revisor de Textos da Agecom/DGC/UFSC

Fotografia: Renato Morais Araujo/ECZ/CCB/UFSC

 

 

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