Atividades de produção e pós-produção cinematográfica, de vídeos, de programas de televisão e de publicidade são as mais representativas de SC. Foto: Osarugue Igbinoba/Unsplash
Um grupo de pesquisadores da UFSC divulgou na última terça-feira, 17 de maio, os resultados do estudo Retratos do audiovisual catarinense: economia e políticas públicas. Financiado pelo Prêmio Catarinense de Cinema, lançado pela Fundação Catarinense de Cultura (FCC), o projeto é um mapeamento do setor baseado em dados de até 2021. Além de trazer informações sobre trabalho e renda, perfil das empresas de produção audiovisual, cursos de ensino superior e TVs públicas, o material indica caminhos para o desenvolvimento e o fortalecimento de políticas públicas e para uma maior articulação entre mercado e universidade.
“Esse é o primeiro estudo feito em Santa Catarina que reúne economistas e pessoas ligadas ao campo do cinema, do audiovisual, que juntaram esforços para desenvolver uma metodologia nova para auferir os dados econômicos e institucionais”, comenta o professor do curso de Cinema Alfredo Manevy. Além dele, estiveram envolvidos no projeto Eva Yamila da Silva Catela, professora do Departamento de Economia e Relações Internacionais, Hoyêdo Nunes Lins, docente dos programas de pós-graduação em Economia e em Relações Internacionais, e Caroline Mariga pesquisadora e realizadora audiovisual graduada em Cinema pela UFSC.
Em diálogo com diversos agentes e entidades do audiovisual do estado, a equipe levantou e analisou dados de instituições como a Agência Nacional do Cinema (Ancine) e o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Também foram considerados trabalhos preexistentes, como um realizado no âmbito da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc) e entrevistados produtores, distribuidores, professores e gestores. Tudo isso possibilitou a disponibilização de informações quantitativas e qualitativas sobre questões como geração de emprego, tipos de mão de obra, arrecadação de impostos, processos criativos e modelos de negócios, conquistas em políticas públicas, gargalos existentes e desafios para o futuro.
Crescimento e arrecadação
O crescimento do setor na última década impressiona. O trabalho revela que, entre 2010 e 2019, aumentou 429% o número de agentes econômicos atuando no audiovisual catarinense – passando de 90 para 476 agentes no período. 40% deles estão localizados em Florianópolis. Os demais se distribuem, principalmente, entre Joinville, Blumenau, Itajaí, Chapecó e Balneário Camboriú. As atividades de produção e pós-produção cinematográfica, de vídeos e de programas de televisão e as relacionadas à publicidade são as mais representativas, com 43% do total de agentes.
(mais…)