Cartilha do MEC cita estudo da UFSC que relaciona uso de telas com alimentação menos saudável

12/02/2025 07:12

O ano escolar inicia com uma novidade em todo o Brasil: a restrição do uso de celulares nas escolas públicas e privadas. O objetivo é proteger a saúde mental, física e emocional de crianças e adolescentes. Em uma cartilha elaborada para orientar sobre a implementação da nova Lei nº 15.100, o Ministério da Educação (MEC) também explica quais são os problemas causados pelo uso de dispositivos eletrônicos portáteis e apresenta outras consequências negativas do uso de telas, entre elas sua associação com a ingestão de alimentos menos saudáveis e o sobrepeso. A referência científica para esses dados foi um estudo produzido pelo departamento de Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). 

Com o título “Conscientização para o uso de celulares na escola: por que precisamos falar sobre isso?”, o documento do MEC cita o artigo “Associação entre o uso de tela no período noturno e consumo alimentar no jantar e lanche da noite em escolares de 7 a 14 anos com e sem sobrepeso, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil”. O trabalho foi publicado na edição de maio de 2024 na Revista de Nutrição (Brazilian Journal of Nutrition), integrando o dossiê: “Insegurança alimentar, fome e obesidade no Brasil contemporâneo”. A pesquisa mostrou haver uma associação maior entre o uso de telas à noite e o consumo de alimentos não saudáveis no período noturno, além de uma menor ingestão de comidas saudáveis. 
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UFSC na Mídia: Hábitos alimentares e comportamento de consumo infantil

17/10/2012 14:44

Como agem crianças de diferentes níveis de renda familiar em relação à alimentação, comportamento consumidor e hábito de assistir à TV? Em busca de respostas a essa questão, uma dissertação desenvolvida junto ao Programa de Pós-Graduação em Nutrição da UFSC, da  nutricionista Vanessa Mello Rodrigues, comparou a postura de estudantes de uma escola pública e de uma escola particular de Florianópolis. A Revista de Nutrição da Pontifícia Universidade Católica de Campinas publicou um artigo sobre a pesquisa em sua edição de maio/junho de 2012.

Hábitos alimentares e comportamento de consumo infantilinfluência da renda familiar e do hábito de assistir à televisão 

Rev. Nutr. [online]. 2012, vol.25, n.3, pp. 353-362. ISSN 1415-5273.  http://dx.doi.org/10.1590/S1415-52732012000300005.

Abstract

RODRIGUES, Vanessa Mello  and  FIATES, Giovanna Medeiros Rataichesck.

OBJETIVO: Comparar hábitos alimentares e comportamento de consumo de crianças de diferentes níveis de renda familiar de Florianópolis (SC), Brasil, relacionando-os com o hábito de assistir à televisão.

MÉTODOS: Estudo qualitativo com análise de conteúdo de manuscritos originados de 23 grupos focais, realizados em uma escola pública e uma escola particular de Florianópolis (SC), compostos por 111 estudantes de 7 a 10 anos. Para verificar a renda familiar dos estudantes, dados sobre a ocupação dos pais foram classificados pela Classificação Brasileira de Ocupações. Os estudantes da escola particular pertenciam a famílias de maior renda em relação aos da escola pública.

RESULTADOS: Nas duas escolas, a maioria das crianças entrevistadas referiu assistir à televisão sempre que possível, sem sentir controle dos pais sobre esse hábito. Além disso, afirmaram ter dinheiro para gastos independentes e vontade de comprar os produtos anunciados nas propagandas de televisão. Estudantes da escola pública relataram ingerir e adquirir guloseimas mais frequentemente e ter maior liberdade para fazer compras do que os estudantes da escola particular, que revelaram sentir-se controlados pelos pais em relação aos seus hábitos alimentares e compras realizadas.

CONCLUSÃO: O fato de os estudantes da escola particular sentirem-se mais controlados por seus pais pode ter reduzido uma provável influência da televisão sobre seus hábitos alimentares e de compras. Evidencia-se a importância da formulação de estratégias para auxiliar os pais a reduzirem os efeitos da televisão sobre os hábitos de seus filhos e de políticas públicas que incentivem o consumo saudável, além da regulamentação do marketing de alimentos pouco nutritivos para o público infantil.

Keywords : Criança; Grupos focais; Hábitos alimentares; Propaganda; Televisão.

Outras informações pelo e-mail nessa1808@yahoo.com.br.

Fonte: Revista de Nutrição – Print version ISSN 1415-5273

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