Ansiedade, dificuldades e superação: estudantes encontram na universidade apoio para seguir em frente
Foram quatro anos dedicados a transpor a primeira etapa para a realização do sonho de graduar-se em Farmácia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Durante esse período, e mesmo depois, quando já havia ingressado no curso e na instituição pretendida por meio de Ampla Concorrência, Cynthia de Pádua da Silva enfrentou dificuldades financeiras e de saúde. Com muita determinação e apoio, superou-as, uma por uma, e hoje já se encontra na última fase do curso, a pouco de fazer do sonho, uma realidade.
Durante a infância e parte da juventude, a situação financeira familiar de Cynthia permitiu-lhe estudar em colégios particulares. O Relatório Executivo da V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos Graduandos das IFEs, edição de 2018, que identificou um universo de mais de 1,2 milhão de estudantes de 65 IFEs, sendo 63 universidades e dois Centros Federais de Educação Tecnológica (Cefets), constatou, a partir da resposta de 424.128 estudantes, um perfil distinto: 64,1% dos respondentes tinham realizado o Ensino Médio em escolas públicas, enquanto 35,9% frequentaram escolas particulares.
Mas o quadro de certa estabilidade financeira se transformou a partir da conclusão de Cynthia no Ensino Médio, quando precisou trabalhar para custear seus estudos de preparação para o Vestibular da UFSC. A partir de então, não parou mais, e atua desde o segundo semestre da graduação como bolsista na universidade. Nos períodos mais críticos, contou com o Programa de Assistência Estudantil da UFSC para isenção do valor de alimentação do Restaurante Universitário (RU), atualmente ao custo de R$ 1,50. “Precisei da ajuda da UFSC para comer no RU, porque eu não tinha dinheiro para pegar ônibus, minha mãe também não tinha. Eu dava quase toda a minha bolsa para ela para ajudar a pagar as contas em casa”.
As 34.205 respostas de graduandos da UFSC obtidas pela V Pesquisa Nacional de Perfil Socioeconômico e Cultural dos Graduandos das IFEs revelam que a maioria, 48,1%, realiza suas principais refeições no RU. Depois, que 39,7% realizam em casa ou na casa de familiares ou amigos, 5,5% no trabalho, 3,8% em outro restaurante e 0,2% no transporte. Dessas refeições, 50,6% são realizadas até três vezes ao dia, sendo que o percentual de graduandos que se alimentam com menos frequência do que o recomendado pelo Ministério da Saúde para a manutenção de uma vida alimentar saudável, de no mínimo três vezes por dia, é de 20.4%.
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