Cápsulas de ômega-3 melhoram perfil lipídico em pacientes cardiopatas praticantes de exercícios físicos

11/12/2013 10:52

Fernanda Casagrande estudou o efeito da ingestão de cápsulas de ômega-3 sobre pacientes cardiopatas praticantes de exercícios físicos

A nutricionista Fernanda da Silva Casagrande, sob a orientação do professor  Edson Luiz da Silva e colaboração do professor Tales de Carvalho, realizou um estudo que resultou em sua dissertação de mestrado para o programa de Pós-Graduação em Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGN). Sua pesquisa investigou o efeito da suplementação de óleo de peixe contendo ômega-3 no perfil lipídico e inflamatório de portadores de insuficiência cardíaca, submetidos a exercício físico supervisionado.

As doenças cardiovasculares (DCVs) estão entre as principais causas de morte e internação, e aumentam substancialmente os custos da saúde pública em todo o mundo. A insuficiência cardíaca é considerada a via final de diversas doenças do coração, e ela causa desequilíbrio do sistema cardiovascular – o que compromete progressivamente a funcionalidade contrátil e de relaxamento desse órgão vital do corpo humano.
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Palestra sobre papel preventivo das gorduras ômega-3 em doenças cardiovasculares

27/09/2013 09:50

Foto: saude.abril.com.br

O Núcleo Interdisciplinar de Pesquisa Extensão e Atendimento à Dislipidemia (Nipead), do Hospital Universitário (HU) da UFSC promove a palestra “O papel preventivo e terapêutico das gorduras ômega-3 nas doenças cardiovasculares”, no dia 2 de outubro, quarta-feira, às 9h30min, no Auditório do HU.


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Cápsulas de óleo de peixe contribuem no tratamento de câncer colorretal

11/10/2012 13:24

O estudo realizado pelo mestre em Nutrição pela Universidade Federal de Santa Catarina, Michel Carlos Mocellin, mostra que o consumo diário durante nove semanas de duas gramas de óleo de peixe em cápsula contendo 600 mg dos ácidos graxos ômega-3 reduz os níveis da proteína C-reativa (PCR), composto que indica a presença de inflamações. Os ácidos graxos ômega 3 são componentes orgânicos encontrados na gordura dos peixes de água fria, em sementes e no óleo de linhaça. O consumo diário da cápsula também evita o aumento no risco de complicações inflamatórias e nutricionais quando avaliada pela relação da PCR com albumina sérica, proteína mais abundante do soro sanguíneo. O estudo envolveu 11 adultos portadores de câncer colorretal em quimioterapia assistidos no ambulatório do Centro de Pesquisas Oncológicas de Florianópolis (CEPON-SC).

A inflamação crônica pode levar ao desenvolvimento de câncer ou mesmo surgir paralelamente a carcinogênese – processo de formação do tumor. O principal mecanismo promotor da inflamação relacionada ao câncer é a ativação de fatores de transcrição – que iniciam, estimulam e encerram o processo de transcrição gênica para a produção de substâncias inflamatórias – em células tumorais, imunitárias e do tecido subjacente ao tumor. Estes fatores de transcrição recrutam células do sistema imunitário para a região tumoral, estimulando a produção e secreção de substâncias químicas, como as citocinas, que coordenam o processo inflamatório. Também deve-se considerar que o tratamento anticâncer – cirurgia, radio e/ou quimioterapia – com alta capacidade de nocividade orgânica contribui com a inflamação por causar o desequilíbrio das funções celulares ou stress celular- processo chamado de injúria celular.

Potencial em modular a inflamação

O estudo foi pioneiro ao avaliar os níveis plasmáticos de citocina IL-17A – proteína produzida durante um processo inflamatório – neste modelo clínico. Quando avaliadas algumas citocinas pró e anti-inflamatória, não foi observado diferenças significativas entre o grupo que recebeu a suplementação de óleo de peixe e aquele que não recebeu. Ao analisar o nível da PCR no sangue, nota-se um aumento na produção dessa proteína no grupo que não recebeu óleo de peixe e uma redução no grupo suplementado ao final das nove semanas de estudo. Passado o período de testes, os pacientes que receberam diariamente a cápsula de óleo de peixe tiveram uma concentração de 1,46 mg/L de PCR no sangue – a concentração da PCR normal em um adulto é de até 5 mg/L. “Estes últimos resultados sugerem potencial atividade do óleo de peixe, mais especificamente dos ácidos graxos poli-insaturados ômega-3 presentes no óleo de peixe, em modular a inflamação relacionada ao câncer”, afirma Mocellin.

Os prováveis mecanismos que atribuem ao óleo de peixe à redução da atividade inflamatória envolvem modificações na composição de membranas celulares, produção de metabólitos lipídicos com atividade anti-inflamatória e alterações na expressão gênica de sinais de transcrição responsáveis pela síntese de citocinas pró-inflamatórias. Adicionalmente, os pesquisadores observaram que a suplementação pareceu exercer efeito protetor contra a perda de peso induzida pela doença e pelo seu tratamento – indivíduos que receberam óleo de peixe ganharam ou mantiveram seu peso (1,2 kg), à medida que os indivíduos do grupo sem suplementação perderam (-0,5 kg).

A inflamação tem uma série de efeitos indesejados no câncer que incluem: menor resposta e resposta alterada ao tratamento, promoção e progressão do tumor, aumento da demanda energética e perda de peso, o que acaba culminando com uma pior evolução clínica do paciente. Por isso, os pesquisadores acreditam que seja importante modular o processo inflamatório ativo e permanente, presente no ambiente tumoral.

Confirmação de pesquisa

Os resultados desta dissertação confirmam o estudo desenvolvido pelo grupo de pesquisa de autoria da mestre Juliana de Aguiar Pastore Silva, no qual 23 indivíduos portadores de câncer colorretal em quimioterapia foram suplementados com 2 g/dia de óleo de peixe durante nove semanas. “Acreditamos que as evidências fornecidas por esses estudos sustentem a afirmação de que 2 g/dia de óleo de peixe, contendo aproximadamente 600 mg de ácidos graxos ômega-3, seja um potencial colaborador no tratamento quimioterápico do câncer de cólon e reto”, garante Mocellin. Perspectivas futuras incluem a suplementação em diferentes tipos de câncer (gástrico, esofágico, pancreático e hematológico) e análises de linhagens celulares produtoras de citocinas específicas.

O projeto foi financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (FAPESC) e pelo Programa de Pós-Graduação em Nutrição da UFSC. Durante as pesquisas, o estudo contou com o apoio dos profissionais do CEPON-SC, além do Laboratório Santa Luzia, Phytomare Suplementos e Laboratório de Investigação de Doenças Crônicas do Departamento de Fisiologia da UFSC.


Mais informações:

Michel Carlos Mocellin
michel.mocellin@hotmail.com

Professor  Erasmo Benicio Santos de Moraes Trindade
erasmotrindade@gmail.com

 

Fonte: Michel Carlos Mocellin
Edição: Poliana Dallabrida/ Estagiária de Jornalismo da Agecom / UFSC

Foto: SXC

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