Audiência pública enfatiza importância da ciência para um projeto de nação soberana e civilizada

21/06/2018 16:04

Audiência pública sobre CT&I, na Alesc, é marcada pela representatividade

Discutir o futuro da ciência em Santa Catarina e no Brasil teve forte apelo junto à sociedade e trouxe muitos interessados para a Audiência Pública nesta quarta-feira, 20 de junho, na “casa do povo” e com apoio dos agentes políticos que têm o papel de legislar e fiscalizar. Além dos que compareceram ao Plenarinho da Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (Alesc), houve participação massiva do público pela internet, televisão e rádio, e o interesse das pessoas pela causa fortalece a mobilização que busca saídas para a crise sem precedentes que atinge os sistemas brasileiro e catarinense de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I).

Na condução da audiência, os deputados estaduais, Cleiton Salvaro – presidente da comissão de Economia, Ciência, Tecnologia, Minas e Energia da Alesc -, Dirceu Dresch – vice-presidente -, e Fernando Coruja, o embaixador do Estado de Israel, Yossi Shelley, os professores da UFSC, André Ramos – secretário regional da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC-SC) -, e Sergio Luiz Gargioni – presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), e os presidentes da SBPC Nacional, Ildeu de Castro Moreira, e da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich.
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‘O país está matando a galinha dos ovos de ouro’, diz presidente da Academia Brasileira de Ciências

24/02/2017 11:06

Defesa do investimento na ciência e na educação básica no Brasil são essenciais para o desenvolvimento do país, afirma o presidente da Academia Brasileira de Ciências (ABC), Luiz Davidovich. Ele participou do V Encontro de Física e Astronomia da UFSC com a palestra “Einstein, Schrödinger e as novas tecnologias quânticas” e foi entrevistado pela Agência de Comunicação da UFSC sobre as perspectivas de inovação e pesquisa no Brasil.

Como a ABC vê a situação do financiamento à ciência no país, em um cenário com a aprovação da PEC 55 e redução de verbas para entidades como a Faperj e Fapesp?

Luiz Davidovich: Vemos isso com muita preocupação. Mais que isso, achamos que a situação das fundações de amparo à pesquisa (FAP) em vários estados sofre ameaças contínuas. Houve uma tentativa de tirar parte dos recursos em São Paulo. Esses recursos estão voltando, mas ainda há uma discussão de como serão utilizados. A FAP da Bahia está em situação semelhante à do Rio de Janeiro. Então o cenário é muito ruim para a ciência e tecnologia, o que significa que o futuro do país está seriamente ameaçado. No mundo de hoje, baseado cada vez mais no poder do conhecimento, o Brasil está jogando na retranca, andando para trás. O orçamento deste ano do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) ainda não alcançou o nível de 2013, corrigido pela inflação. Temos ainda um contingenciamento de recursos, o nome é reserva de contingências. Significa o seguinte: dão o dinheiro, mas o dinheiro não vem. O contingenciamento em cima da ciência e tecnologia é muito alto, da ordem de 30% ou mais. O que podemos depreender disto? Que as elites deste país, quem está governando este país, não entende o papel da ciência e tecnologia no desenvolvimento nacional. Isto é entendido em outros países. Nos EUA, cerca de 2,8 % do PIB (Produto Interno Bruto) é aplicado atualmente em pesquisa e desenvolvimento, com grande participação das empresas. A China está com 2%, com perspectivas de chegar em 2020 com 2,5%. A União Europeia chegou a um acordo que leva, em 2020, o investimento em pesquisa e desenvolvimento a 3% do PIB. Coreia do Sul e Israel estão com mais de 4%, Suécia já está com 3%. Enquanto isto, o Brasil está próximo de 1%.

Luiz Davidovich é presidente da Academia Brasileira de Ciências. Foto: Henrique Almeida/Diretor de Fotografia/Agecom/UFSC

Luiz Davidovich é presidente da Academia Brasileira de Ciências. Foto: Henrique Almeida/Diretor de Fotografia/Agecom/UFSC

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