Pesquisadores da UFSC alertam para impactos de dragagem no canal da Barra da Lagoa

07/07/2025 11:10

Equipe do Ecoando Sustentabilidade no dia 3 de julho na região onde está sendo depositado o material de dragagem. Foto: Reprodução/UFSC

Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) emitiram uma nota técnica que apresenta elementos para orientar sobre a dragagem do banco de areia do canal da Barra da Lagoa, em Florianópolis. De acordo com o documento do Programa Ecoando Sustentabilidade (PES), “a dragagem para desassorear a entrada do canal da Barra está causando a extinção do maior banco de gramas marinhas da Lagoa da Conceição”.

Segundo a nota, o impacto atual é o resultado de um processo de licenciamento sem o devido cuidado técnico sobre o sistema ecológico da laguna, que não promoveu o diálogo com a comunidade e nem com a Câmara Judicial da Lagoa da Conceição. O processo de dragagem estimula os metais presentes no sedimento, aumentando a contaminação do sistema e dos organismos marinhos.

O documento alerta que os metais pesados associados à biomagnificação e à bioacumulação podem causar câncer, além de danos ao sistema nervoso, aos rins, ao fígado e aos ossos. Diante do elevado tempo de residência da água na laguna e da possibilidade de mobilização desses contaminantes durante a dragagem, é fundamental avaliar a contaminação dos sedimentos e propor estratégias de mitigação que evitem impactos negativos decorrentes dessa atividade.

Em 2021, após o rompimento da estrutura da LEI-CASAN, ocorreu a proliferação de uma microalga com potencial tóxico no sistema. Essa microalga é capaz de formar cistos de resistência, que permanecem depositados nos sedimentos da Lagoa da Conceição. Para mais informações acessar o site Repositório da UFSC e o instagram.

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Pesquisadores da UFSC alertam sobre riscos em decorrência de dragagem no Norte da Ilha 

08/10/2019 12:37

Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) divulgaram uma carta aberta, na segunda-feira, dia 7 de outubro, na qual alertam sobre os riscos em decorrência das dragagens para o engordamento da praia de Canasvieiras, em Florianópolis. O documento afirma que a sociedade civil e as instituições da região não tiveram conhecimento “se todos os requisitos ambientais foram atendidos para garantir um processo com segurança”.

Os professores Paulo Antunes Horta e Leonardo Rorig, coordenadores do Laboratório de Ficologia do Centro de Ciências Biológicas (CCB), chamam a atenção para as possíveis consequências da atividade na área. Segundo os pesquisadores, o processo pode induzir a ocorrência de maré vermelha e causar prejuízos para a economia da região, que tem entre as principais fontes de renda a pesca e a maricultura.

A maré vermelha trata-se de um fenômeno natural e esporádico que consiste em um pico de crescimento de microalgas (fitoplâncton) em determinadas áreas, fazendo com que a cor da água se altere para tons de amarelo, vermelho ou alaranjado. Essas microalgas produzem toxinas que contaminam os moluscos, impossibilitando o comércio ao consumidor.

A carta aberta publicada na segunda-feira salienta que os bancos de areia no Norte da Ilha já foram palco de inúmeros eventos de floração de algas nocivas que potencialmente deixaram cistos (“sementes”) na região. O texto reforça que a legislação ambiental demanda a realização de análises prévias para garantir a segurança de empreendimentos dessa natureza. O fato de a jazida estar a cerca de um quilômetro da costa potencializa ainda mais os riscos. 
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