Pesquisa avalia impacto de intervenção culinária em pessoas com diabetes mellitus tipo 2

19/01/2021 14:15

Analisar o impacto de uma intervenção culinária, baseada no programa Nutrição e Culinária na Cozinha (NCC) e nas habilidades culinárias de indivíduos com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) foi o objetivo de uma pesquisa desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina. O estudo é resultado da dissertação defendida em outubro pela nutricionista Clarice Mariano Fernandes Elpo, sob a orientação da professora Paula Lazzarin Uggioni e coorientação da professora Greyce Luci Bernardo. O trabalho foi apoiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e realizado no âmbito no Núcleo de Pesquisa de Nutrição em Produção de Refeições (NUPPRE) da UFSC.

A amostra foi composta por 44 pessoas com diabetes mellitus tipo 2, adultas e residentes na Grande Florianópolis. Elas se inscreveram voluntariamente por formulário on-line e distribuídas em dois grupos de igual tamanho: um de intervenção e outro de controle. O de intervenção participou do programa Nutrição e Culinária na Cozinha por um período de seis semanas, com três horas semanais, englobando duas oficinas culinárias práticas (Laboratório de Técnica Dietética do Departamento de Nutrição da UFSC), uma oficina de compra e seleção de alimentos e, três oficinas culinárias por meio de videoaulas demonstrativas (gravadas e adicionadas à plataforma YouTube). As videoaulas foram escolhidas em virtude do período de isolamento social visando medidas para enfrentamento da emergência de saúde pública decorrente da pandemia de Covid-19.

O diabetes mellitus tipo 2 é uma doença crônica caracterizada por açúcar elevado no sangue (hiperglicemia) e a adoção de uma alimentação saudável pode auxiliar no controle deste aumento e na preservação de complicações mais graves decorrentes do distúrbio. O desenvolvimento de habilidades de autonomia e autocuidado é importante para indivíduos com a doença e, dentre essas habilidades, destacam-se as culinárias. Clarice aponta que “as habilidades culinárias podem ser definidas, portanto, como a confiança, atitude e aplicação de conhecimentos individuais para executar funções culinárias, desde o planejamento dos cardápios e das compras até o preparo dos alimentos, sejam esses in natura, minimamente processados ou ultraprocessados. Além disso, vincula-se com a capacidade dos indivíduos em realizar combinações entre os ingredientes, julgando o sabor, cor e textura dos alimentos”. As habilidades culinárias  são capazes de contribuir para uma alimentação mais saudável e, podem ser incentivadas por meio de intervenções culinárias, pondera a pesquisadora.
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Pesquisa na UFSC adapta receitas culinárias para pessoas com diabetes mellitus tipo 2

21/11/2019 09:40

Foto: Christine Sponchia/Pixabay.

Alimentação é saúde; ou não. As nossas escolhas nutricionais interferem no comportamento do nosso corpo, seja de maneira positiva ou negativa. O estudo de Camila Vieira Tiecher, realizado durante o mestrado no Programa de Pós-Graduação em Nutrição (PPGN) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) sob orientação de Ana Carolina Fernandes, realizou a adaptação, o teste e a avaliação de receitas culinárias voltadas às pessoas com diabetes mellitus tipo 2 (DM2).

A pesquisa “Adaptação e testes de receitas culinárias do Programa Nutrição e Culinária (NCC) na Cozinha para indivíduos com diabetes mellitus tipo 2” surgiu para dar continuidade ao programa desenvolvido pela professora vinculada ao Departamento de Nutrição da UFSC e coorientadora de Camila, Greyce Luci Bernardo, durante o doutorado.

As receitas adaptadas foram retiradas do NCC com o objetivo de auxiliar os participantes no preparo de receitas culinárias que estimulem práticas alimentares saudáveis. “No meu estudo adaptamos as receitas que têm baixo índice glicêmico e as testamos com indivíduos com diabetes mellitus tipo 2, uma doença com alto índice no Brasil e no mundo”, diz Camila. Para a pesquisadora, o tratamento de pessoas com essa doença pode passar pelo consumo de alimentos com baixo índice glicêmico (IG).

O índice glicêmico é um indicador que aponta a velocidade em que um alimento com carboidrato eleva a glicose no sangue, ou seja, ele diferencia os alimentos que, mesmo tendo a mesma quantidade de carboidrato, podem ter índices glicêmicos diferentes (um mais alto que o outro). Esse processo está diretamente associado com o nível de açúcar que circula no sangue. “Observamos na literatura científica o potencial de dietas com baixo índice glicêmico no tratamento de pessoas com DM2, por isso buscamos adaptar receitas culinárias especialmente para esse público. Percebemos, após as buscas bibliográficas, a ausência de metodologia de adaptação e desenvolvimento de receitas culinárias para DM2”, explica a pesquisadora.

Confira AQUI uma das receitas disponibilizadas: Sorvete cremoso de abacate.
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