O ano escolar inicia com uma novidade em todo o Brasil: a restrição do uso de celulares nas escolas públicas e privadas. O objetivo é proteger a saúde mental, física e emocional de crianças e adolescentes. Em uma cartilha elaborada para orientar sobre a implementação da nova Lei nº 15.100, o Ministério da Educação (MEC) também explica quais são os problemas causados pelo uso de dispositivos eletrônicos portáteis e apresenta outras consequências negativas do uso de telas, entre elas sua associação com a ingestão de alimentos menos saudáveis e o sobrepeso. A referência científica para esses dados foi um estudo produzido pelo departamento de Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
Com o título “Conscientização para o uso de celulares na escola: por que precisamos falar sobre isso?”, o documento do MEC cita o artigo “Associação entre o uso de tela no período noturno e consumo alimentar no jantar e lanche da noite em escolares de 7 a 14 anos com e sem sobrepeso, Florianópolis, Santa Catarina, Brasil”. O trabalho foi publicado na edição de maio de 2024 na Revista de Nutrição (Brazilian Journal of Nutrition), integrando o dossiê: “Insegurança alimentar, fome e obesidade no Brasil contemporâneo”. A pesquisa mostrou haver uma associação maior entre o uso de telas à noite e o consumo de alimentos não saudáveis no período noturno, além de uma menor ingestão de comidas saudáveis.
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Denise Miguel Teixeira Roberto, durante sua pesquisa de doutorado. Foto: Arquivo Pessoal.
A nutricionista Denise Miguel Teixeira Roberto sempre se interessou em saber quais fatores afetam nossa alimentação e de que forma o que comemos pode melhorar nossa saúde e nosso bem-estar de forma geral. Nesse contexto, ela elegeu o consumo alimentar de crianças como tema de sua pesquisa de mestrado, cuja dissertação foi defendida em 2020, no Programa de Pós-graduação em Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina (PPGN/UFSC), com o título “Avaliação da estabilidade de padrões de refeições em escolares do 2º ao 5º ano da rede pública de ensino de Florianópolis-SC: 2013-2015”. Incentivada por sua orientadora, a professora Patrícia de Fragas Hinnig, Denise decidiu seguir explorando o tema no doutorado. Dessa vez, seu trabalho estaria focado na associação entre hábitos de sono, alimentação, sobrepeso e obesidade em crianças e adolescentes.
“Minha orientadora começou a trabalhar com sono porque observou que estavam surgindo muitos estudos apontando a importância do sono para a saúde. Ela orientou uma dissertação sobre sono e alimentação e percebeu que esse era um tema muito em alta”, explica Denise. Segundo ela, um número cada vez maior de estudos mostrava a relevância do sono para a saúde e indicava que o modo de vida moderno vinha reduzindo nosso tempo de sono. “Especialmente em decorrência do aumento da exposição às telas, temos observado que as horas de sono estão diminuindo e que as pessoas têm ido dormir cada vez mais tarde, o que pode ocasionar prejuízos na saúde. Por isso decidimos investigar os impactos do sono nos padrões alimentares para saber exatamente quais refeições são as mais afetadas pelo sono.”
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