Dia mundial das abelhas: pesquisas da UFSC valorizam espécies nativas sem ferrão

20/05/2024 08:06

O dia 20 de maio foi instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Mundial das Abelhas, uma data para destacar a importância da polinização para o desenvolvimento sustentável e produção de alimentos. Quase 90% das espécies de flores silvestres dependem dos polinizadores, assim como 75% das plantações de alimentos. A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), por meio de diversos projetos de pesquisa e extensão, programas de pós-graduação, laboratórios e iniciativas, participa dos esforços de preservar e tornar cada vez mais conhecidos esses importantes agentes de polinização.

 

Deus salve as abelhas

 

UFSC já catalogou mais de 300 espécies em Santa Catarina, indicando que abelhas nativas sem ferrão possam ser a chave para sustentabilidade ambiental

Acesse esta matéria em formato multimídia pelo site UFSC Ciência

Em 1977 era apresentado ao mundo um dos personagens mais icônicos dos desenhos infantis — o Ursinho Pooh, que sempre entrava nas mais inimagináveis confusões para saciar sua fome de mel. Quinze anos depois, em 1992, o Candyman era responsável por aterrorizar qualquer um que dissesse seu nome cinco vezes na frente de um espelho. Dezembro de 2007 marcou o clássico animado Bee Movie, no qual acompanhamos a abelha Barry se revoltar contra os humanos na tentativa de recuperar seu precioso mel. O que torna esses filmes e personagens comuns entre si é a presença caricata das abelhas — simpáticos insetos coloridos de listras pretas e amarelas, pequenas asas, temperamento forte e, é claro, o mel.

Bugias são abelhas nativas cada vez mais raras na natureza. (Foto: Letícia Schlemper de Souza Gonçalves)

Abelhas europeias, ou africanizadas, da espécie Apis mellifera, foram trazidas do continente europeu e introduzidas no Brasil no século XIX e desde então dominam a economia. Em 2021, houve recorde de produção, com 55,8 mil toneladas de mel, segundo dados divulgados pela Associação Brasileira de Estudos das Abelhas (A.B.E.L.H.A.). Essas abelhas não somente são usadas na produção de mel, como também na agricultura, para ajudar no processo de polinização dos campos. Dados fornecidos pelo Censo Agropecuário do IBGE e pelo Atlas da Apicultura no Brasil apontam que existem mais de 100 mil estabelecimentos que fazem uso da apicultura, distribuídos entre todos os 26 estados e Distrito Federal. Porém,  sendo uma espécie exótica no nosso país, essas abelhas competem com outros polinizadores nativos para produzir alimento. 

A biodiversidade desempenha um papel vital em nosso ecossistema, e as abelhas desempenham um papel especialmente significativo nesse equilíbrio. E assim como destaca o nome do single da banda catarinense Exclusive os Cabides, é de extrema importância a preservação desses polinizadores. Embora a situação atual das abelhas no país possa ser considerada estável, é crucial concentrar esforços de conservação em tipos específicos de abelhas. Surge a pergunta: ao clamarmos “Deus Salve as Abelhas”, qual subespécie ou variedade de abelhas merece uma atenção mais dedicada na busca pela preservação da biodiversidade?

(mais…)

Tags: abelhas nativas sem ferrãoabelhas sem ferrãoCCACCBCidade das AbelhasEpagriEpagri/CiramLaboratório de Abelhas Nativas da UFSC (LANUFSC)Laboratório de Química de AlimentosLabQAMeliponiculturaNúcleo de Educação Ambiental (Neamb)UFSCUniversidade Federal de Santa Catarina

UFSC trabalha na recuperação e revitalização da Cidade das Abelhas

30/03/2021 14:29

Recuperar, revitalizar e devolver à sociedade de forma integral o Parque Ecológico Cidade das Abelhas (Peca), tradicional espaço de convivência e da pesquisa apícola catarinense localizado no Bairro Saco Grande, em Florianópolis. Esta é a missão do projeto Parque Cidade das Abelhas, desenvolvido desde 2016 com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu). “A Fapeu tem fundamental importância na gestão dos recursos e na facilitação da aquisição de bens e produtos de forma rápida e eficiente”, destaca o professor Walter Quadros Seiffert, coordenador dos trabalhos e diretor do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UFSC.

Criado em 1952, no campus da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), como Projeto Apicultura, 15 anos depois a iniciativa foi transferida para a atual área de 18 hectares, então pertencente à União, que logo depois a cedeu para o Estado, com o local passando a ser denominado Cidade das Abelhas. Em 1971, o projeto foi transformado em Instituto de Apicultura de Santa Catarina (Iasc) e passa a ser polo de conhecimento sobre apicultura. Em 1991, o Estado cria a Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural (Epagri), que absorve o Iasc. E, no ano seguinte, a área na Rodovia Virgílio Várzea passa a ser denominada como Centro de Pesquisa e Extensão Agrícola de SC (Cepea). Na década de 1990, o local viveu seu auge. Porém, o século 21 chegou e com ele a falta de investimentos e o declínio.
(mais…)

Tags: CCACidade das AbelhasProjeto ApiculturaUFSC