
Cerca de 15 crianças aprenderam programação. Foto: Henrique Almeida/Agecom/DGC/UFSC
Quando o especialista em telemedicina Aldo von Wangenheim começou sua aula da manhã de sábado, 7 de novembro, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a recepção dos alunos foi muito mais enérgica do que a de costume – nesse dia, o curso de programação do Instituto de Informática e Estatística (INE) foi para crianças de 8 a 12 anos. Além de bom humor, os pequenos programadores tinham muita atenção e, até o final daquela manhã, desenvolveram robôs que piscam os olhos, mexem os braços e reagem à aproximação com movimentos. Essa aula, que está chamando a atenção de pais e pesquisadores, faz parte da iniciativa Computação na Escola, coordenada pelo INE com apoio do Google Rise Award, MCTI/CNPq e Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC).
No início da oficina, a professora Christiane von Wangeheim, coordenadora da iniciativa ao lado de Aldo, explicou aos alunos que eles deveriam solucionar um problema: a Lagoa do Peri estava ficando suja devido ao lixo que um ogro jogava na água. Para impedi-lo de continuar poluindo a Lagoa, o estudante deveria construir um robô super-herói que, de máscara e capa, iria salvar o local da sujeira. “Uma das coisas mais difíceis em ensinar computação para os pequenos é conseguir dar as aulas na linguagem deles”, explica Aldo. “Eu gostei da capa rosa que combina com a máscara preta, mas o legal é conseguir fazer ele mexer o braço para jogar bolinha no ogro”, diz Beatriz, aluna de oito anos.
O pai de Beatriz, Eric Fernandes Pedroso, soube da oficina pela esposa, que é estudante da UFSC, e logo fez a inscrição da filha. “Para mim, computador não é brincadeira. Ele é uma oportunidade de futuro, caso a Beatriz queira seguir essa área quando ficar mais velha”, fala Eric. Foi exatamente nessa perspectiva que os coordenadores do Computação na Escola desenvolveram a pesquisa: por acreditar que os estudantes dos ensinos fundamental e médio devem aprender mais computação. “A programação desenvolve habilidades importantes para o futuro da criança, além de que, cada vez mais, precisamos de profissionais de Tecnologia da Informação (TI).”

Os pais também puderam participar da dinâmica. Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC
A oficina é baseada em Computação Física, a parte da programação que faz com que o mundo real se movimente (ou seja, aquela que influencia o hardware fazendo peças se locomoverem, luzes acenderem, entre outras funções). Para introduzir a computação aos alunos, é utilizado o software Scratch, que funciona como o jogo Lego – a criança cria, por meio de blocos, um conjunto de comandos que será o roteiro das funções do herói-boneco. O robô de máscara e capa é um Arduíno (protótipo eletrônico de hardware que está ligado ao computador via cabo USB). Todo o material é oferecido gratuitamente durante a aula, e o estudante pode usar criatividade na construção das funções.
O Computação na Escola foi selecionado no edital internacional Google Rise Award para o fomento de iniciativas para a educação como um projeto de destaque na área. As oficinas estão sendo realizadas em Lages, Ibirama, Gaspar e Florianópolis.
Mais informações:
INE – +55 (48) 3721-9498
+55 (48) 3721-9942
Camila Geraldo/Estagiária de Jornalismo Científico/DGC/Propesq/UFSC
