Laboratório de Biodiversidade Marinha da UFSC contribui para informe sobre ocorrência de caravelas

04/02/2022 09:00

Caravela encontrada na praia do Campeche. Foto: Alberto Lindner

O Laboratório de Biodiversidade Marinha da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) contribuiu para a elaboração de um informe sobre caravelas e sua ocorrência nas regiões Sul e Sudeste do país. O documento descreve esses animais e traz orientações acerca de como proceder em caso de acidentes. As caravelas não causam “queimaduras”, mas sim um envenenamento, geralmente mais grave do que aquele causado pela maioria das espécies de águas-vivas. Seus tentáculos possuem pequenas cápsulas que injetam veneno através de micro arpões, chamados nematocistos, quando acidentalmente tocam a pele humana.

> Acesse a íntegra do arquivo

A iniciativa da produção do informe foi do professor Renato Nagata, da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), e é uma parceria com a rede de avistamento de medusas do Uruguai e outras seis universidades do Sul e do Sudeste do Brasil: Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc), Universidade do Vale do Itajaí (Univali), Universidade Federal do Paraná (UFPR), Universidade de São Paulo (USP) e UFSC.

Como agir em casos de acidentes?
– Saia da água imediatamente, porque o envenenamento pode causar câimbras e há risco de afogamento;
– Lave com água do mar para retirar restos de tentáculos aderidos;
– Lave com vinagre por alguns minutos para desativar o veneno e prevenir novas inoculações na pele;
– Amenize a dor com água do mar gelada ou gelo artificial envolto por panos. Essas compressas frias têm efeito analgésico para vários tipos de envenenamentos com caravelas ou águas-vivas.
O que não fazer?
– Nunca urine, nem use substâncias como álcool ou refrigerante sobre a lesão, pois não há comprovação de eficácia dessas substâncias em amenizar os efeitos da lesão;
– Nunca lave com água doce, uma vez que a medida pode aumentar o envenenamento e agravar a lesão;
– Evite usar toalhas, areia ou outro material abrasivo para retirar restos de tentáculos, pois isto também pode aumentar a injeção de toxinas por explodir as cápsulas com veneno.
Para mais informações, acesse as Recomendações da Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa)

(mais…)

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Organizador de ‘A vida marinha de Santa Catarina’ em sessão de autógrafos no Centro de Eventos

08/08/2017 12:56

O organizador do livro A Vida Marinha de Santa Catarina, Alberto Lindner, participa nesta quarta-feira, dia 9, às 17 horas, de uma sessão de autógrafos na Livraria da Editora da UFSC, no Centro de Cultura e Eventos.

A obra apresenta 436 espécies que povoam os 400 quilômetros da costa catarinense. Todo colorido e abrindo cada capítulo com uma foto de página inteira, disponibilizando, em forma de mosaico, 491 imagens legendadas de algas, plantas marinhas, esponjas, cnidários, briozoários, ctenóforos, poliquetas, moluscos, crustáceos, equinodermos, tunicados, peixes, aves marinhas, mamíferos e tartarugas.

Além da introdução, o livro é enriquecido por dois artigos de caráter científico e pedagógico: “O Mergulho em Santa Catarina” e “O Mar como Sala de Aula”, igualmente ilustrados com fotos. Inclui ainda um índice remissivo e a lista dos autores e suas respectivas entidades ou instituições.  Para Alberto Lindner “Esse conjunto de espécies com diferentes padrões de distribuição faz de SC um laboratório natural para a pesquisa científica, bem como uma região privilegiada para contemplação da vida marinha”.

“A maior parte das espécies pode ser observada com facilidade em costões rochosos e nas praias arenosas durante os períodos de marés baixas, ou por meio de mergulho livre e autônomo”, esclarece o organizador.

Mas não se resume a belas imagens e textos objetivos e simpáticos. Além da conscientização ecológica e educação ambiental, faz denúncias e alerta sobre a ação do homem que ameaça a sobrevivência das espécies, algumas delas a caminho da extinção. Na apresentação o didático Alberto Lindner narra a origem e a metodologia do projeto, chamando atenção da sua utilidade para as gerações futuras.

Conta, por exemplo, que as pesquisas científicas com animais marinhos começaram com a chegada do naturalista Fritz Müller à  Nossa Senhora do Desterro (atual Florianópolis). Vida Marinha é, portanto, a continuidade da obra inaugurada pelo parceiro de Charles Darwin. Desfalca o livro e chama a atenção dos leitores a ausência do retrato da tainha, a “rainha de junho” das praias catarinenses.

 

Serviço:

Sessão de autógrafos

Alberto Lindner (organizador do livro Vida Marinha de Santa Catarina)

Quarta-feira, dia 9, às 17 horas

Livraria da Edufsc

Centro de Cultura e Eventos

 

Tags: Alberto LindnerautógrafosEditora da UFSClivrosessãovida marinha

Livro da EdUFSC sobre vida marinha é destaque na internet

15/12/2015 13:18

A Editora da UFSC oferece uma excelente opção para quem pretende aproveitar o verão na praia. É o livro Vida Marinha de Santa Catarina, organizado pelo professor de biologia da UFSC Alberto Lindner. A obra conta com quase 500 fotos de espécies nativas. Mais de 70 pesquisadores se envolveram no projeto. A ideia é que o livro funcione como guia de reconhecimento de peixes e outros seres vivos encontrados na costa catarinense. vida marinha

A edição impressa, com tiragem de 1,2 mil exemplares, foi inteiramente distribuída nas escolas rede estadual de ensino. Mas o leitor interessado pode ter acesso gratuito à versão eletrônica da obra no link. Os downloads de Vida Marinha de Santa Catarina já ultrapassaram a marca de 8 mil solicitações vindas de pessoas de 72 países diferentes.

Mais informações no site da Editora.

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Rede Nacional de Pesquisa em Biodiversidade Marinha comprova redução de peixes no litoral

16/04/2012 08:30

Nos censos visuais os pesquisadores estimam a quantidade e o tamanho dos peixes em áreas demarcadas. Fotos: Rede Sisbiota-Mar

Resultados preliminares da Rede Nacional de Pesquisa em Biodiversidade Marinha (Sisbiota Mar) confirmam cientificamente cenário conhecido na prática por pescadores e comunidades litorâneas brasileiras: a quantidade de peixes na costa está muito menor do que em ambientes mais protegidos, como as ilhas oceânicas. Nestas ilhas, a biomassa marinha chega a ser quatro vezes maior do que nas localizadas próximo ao litoral.

Os dados que resultam de censos visuais subaquáticos realizados em expedições marinhas serão apresentados na Austrália, no mês de julho, em um dos mais importantes eventos científicos na área de pesquisa marinha, o 12th International Coral Reef Symposium (ICRS 2012).

“As ilhas oceânicas estão muito mais preservadas do que as da costa, pois no litoral a pressão é muito maior. Era um dado já esperado e agora documentado”, informa o professor do Departamento de Ecologia e Zoologia da UFSC, Sergio Floeter, coordenador da Rede Nacional.

O apoio financeiro direcionado ao Sisbiota-Mar pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc) e CNPq já permitiu a realização de expedições ao Atol das Rocas, Barreirinhas e Maracajaú (no estado do Rio Grande do Norte); a Tamandaré e ao arquipélago de Fernando de Noronha (Pernambuco); a Maragogi (Alagoas); a Ilhas de Guarapari (Espírito Santo) e Baía de Todos os Santos (Bahia).

Em cada uma das saídas de campo, censos visuais possibilitaram a mensuração da biomassa. Esse dado representa a média de peixes em quilogramas, em áreas demarcadas de 40 metros quadrados. As informações são registradas pelos pesquisadores em mergulhos, com estimativas, além de quantidade, do tamanho dos peixes. De acordo com Floeter, essa é uma metodologia adotada por pesquisadores da vida marinha há mais de 20 anos. A Rede já realizou levantamentos de cerca de 100 amostras de 40 metros quadrados em cada ilha ou local da costa (o que representam aproximadamente quatro quilômetros quadrados investigados em baixo d’água em cada expedição).

Dados que já haviam sido obtidos em estudos anteriores e sua comparação com os atuais revelam grandes diferenças entre os ambientes. Em relação a ilhas de Santa Catarina, por exemplo, o ambiente oceânico de Atol das Rocas (também uma Reserva Biológicas Marinhas, assim como a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo) tem biomassa quatro vezes maior (12.9 kg/40m² documentados no Atol e 3,3 kg/40m² em ilhas de Santa Catarina).

De acordo com Floeter, a Ilha da Trindade, localizada cerca de 1.200 quilômetros a leste de Vitória, é outro local em que foi documentada grande biomassa . “Não é um parque ou reserva, mas é muito distante, por este motivo fica mais preservada”, avalia o biólogo que integra o Programa de Pós-Graduação em Ecologia da UFSC e já orientou diversos trabalhos de graduação e pós-graduação sobre as comunidades de peixes no litoral catarinense.

No caso das ilhas de Santa Catarina, com estudos realizados pela equipe de Floeter desde 2006 e que incluem ambientes da Reserva Biológica Marinha do Arvoredo, os dados não são bons. “Mas a biomassa dentro da Reserva é ainda assim bem melhor do que fora dela”, ressalta o pesquisador, otimista com o trabalho proporcionado pela  pesquisa em rede, que integra estudiosos de oito universidades brasileiras (UFSC, UFRGS, USP, UFF, UFRJ, UFES, UFC e UFRPE), envolve 15 programas de pós-graduação, 15 Pesquisadores de Produtividade do CNPq e jovens pesquisadores.

Todas as equipes têm laboratórios, equipamentos de mergulho e coleta que serão direcionados a gerar  suporte científico para estratégias de conservação da biodiversidade marinha nacional

Segundo ele, a rede consolida esforços regionais iniciados há mais de uma década, permitindo que grupos de pesquisa atuem de forma harmônica e padronizada. Ela é constituída por três núcleos principais – Sul (nucleado na UFSC), Sudeste (nucleado na UFES) e Nordeste (nucleado na UFRPE). Todas as equipes têm laboratórios, equipamentos de mergulho e coleta, muitos deles comprados com recursos do edital Sistema Nacional de Pesquisa em Biodiversidade (Sisbiota), lançado pela Fapesc em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, por meio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

Ao longo de três anos, devem ser aplicados quase R$3 milhões em pesquisas que vão gerar suporte científico para estratégias de conservação da biodiversidade marinha nacional e conhecimento sobre o potencial farmacológico dos biomas marinhos. Nos dias 26 e 27 de março, pesquisadores da Rede se reuniram em Vitória (ES), para integração e compartilhamento dos estudos. De acordo com Floeter, a equipe já processa também resultados promissores sobre espécies marinhas que podem contribuir com o desenvolvimento futuro de fármacos, mas que levarão ainda algum tempo para serem divulgados.

Mais informações com o professor Sergio R. Floeter, (48) 3721-5521 / e-mail floeter@ccb.ufsc.br

Por Arley Reis / Jornalista na Agecom

Saiba Mais:

O Sisbiota-Mar envolve a integração de mais de 25 projetos de pesquisa e extensão vigentes sintetizados em três frentes:

– Projeto 1 Ecologia – enfoque nos padrões e processos ecológicos da biodiversidade marinha brasileira

– Projeto 2 Evolução – lida com os padrões e processos evolutivos de formação da biodiversidade marinha brasileira no espaço e no tempo, em um contexto histórico

– Projeto 3 Química Marinha – tem como objetivo investigar do ponto de vista químico as relações ecológicas e aplicar o conhecimento

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Tags: ecologiaUFSCvida marinha