Um artigo produzido no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da UFSC foi premiado como um dos melhores manuscritos publicado na Revista Epidemiologia e Serviços de Saúde (RESS) em 2019. “Mortalidade de pedestres em acidentes de trânsito no Brasil: análise de tendência temporal, 1996-2015”, estudo realizado pela mestra Camila Mariano Fernandes, orientada pela professora Alexandra Crispim Boing (Pós em Saúde Coletiva e Departamento de Saúde Pública), conquistou a terceira colocação do Prêmio RESS Evidencia.
A RESS é editada pela Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde e em 2012 instituiu o prêmio para reconhecer o mérito dos artigos científicos que contribuíram para o aprimoramento dos serviços de saúde na área da Vigilância em Saúde. O prêmio é concedido anualmente aos autores dos melhores artigos originais. Na oitava edição do Prêmio RESS Evidencia, os artigos finalistas foram pré-selecionados pelo Comitê Editorial da RESS entre todos os artigos originais publicados na revista em 2019. O melhor artigo foi escolhido por meio de votação online pelo público.
O artigo “Análise espacial dos óbitos infantis evitáveis no Espírito Santo, Brasil, 2006-2013”, feito por pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública (RJ) e da Universidade Federal do Espírito Santo ficou em primeiro lugar. Já “Avaliação do sistema nacional de vigilância da doença meningocócica: Brasil, 2007-2017”, escrito por pesquisadores da Secretaria de Vigilância em Saúde, ficou com a segunda colocação.
A pesquisa da Pós em Saúde Coletiva da UFSC analisa a tendência da mortalidade dos acidentes de trânsito envolvendo pedestres, por sexo, faixa etária e macrorregião no Brasil, entre 1996 e 2015. Por meio de um estudo ecológico de série temporal, com dados de mortalidade do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde e análise de regressões generalizadas lineares de Prais-Winstein foram analisados os dados para o país.
O estudo identificou que óbitos de pedestres corresponderam a 26,5% das mortes por acidentes de trânsito; a mortalidade entre pedestres diminuiu 63,2% no país, com variação do coeficiente padronizado, de 8,9 para 3,3 para cada 100 mil habitantes, ressaltando-se que as regiões Norte e Nordeste apresentaram uma diminuição mais lenta em relação à média nacional; os atropelamentos são significativamente maiores entre homens e idosos. A pesquisa concluiu que apesar de a mortalidade entre pedestres estar diminuindo em todas as regiões, os números atuais ainda representam uma grande parcela da mortalidade no trânsito.
As autoras destacam que os resultados “demonstram a necessidade de se desenvolverem intervenções dirigidas, visando atender a necessidades específicas de redução de acidentes e melhorar a segurança desses pedestres. Tem-se vivenciado e analisado experiências exitosas em outros países, passíveis de serem adotadas no Brasil. Assim, o país poderia se aproximar dos níveis observados em países de menor mortalidade, além de cumprir as metas estabelecidas pela Organização das Nações Unidas para a Década de Ação pela Segurança no Trânsito”.
Mais informações na página da RESS.