Segesp divulga resultados da ‘Campanha de Rastreamento da Hepatite C’
A Secretaria de Gestão de Pessoas (Segesp) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) – por meio da Divisão de Serviço Social (DiSS) do Departamento de Atenção à Saúde (DAS) –, a Liga Acadêmica de Gastroenterologia (Ligastro) e o Ambulatório de Gastroenterologia do Hospital Universitário (HU) organizaram a “Campanha de Rastreamento da Hepatite C”, realizada no dia 3 de agosto, no Campus Trindade, Florianópolis. As atividades marcaram o “Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais”, celebrado no dia 28 de julho.
A meta estabelecida pelos organizadores – realização de 500 testes – foi superada. “A atividade foi um sucesso, com a participação de 553 pessoas, entre servidores, contratados e alunos. Foram identificados cinco casos positivos, que já foram encaminhados e atendidos pelo ambulatório de Gastroenterologia do HU”, informa a diretora do DAS, Marilza Nair dos Santos Moriggi.
Com o objetivo de enfatizar a problemática da Hepatite C, oferecer esclarecimentos e a possibilidade de realização de um teste rápido para a identificação do vírus, a campanha reuniu, predominantemente, participantes da faixa etária entre 45 e 54 anos. O levantamento realizado pela Segesp aponta que 52% são servidores da UFSC (técnicos e docentes), 26% contratados e 17% alunos. Os demais não se identificaram. As mulheres foram maioria, representando 58% dos participantes. “O nosso objetivo é ampliar as ações relativas à promoção da saúde na UFSC para estimular a difusão de informações e os cuidados com a saúde”, afirma Marilza.
A campanha contou com o apoio de profissionais do DAS, do HU e da Unimed. A coordenação técnica ficou sob a responsabilidade da doutora em Gastroenterologia e chefe da Divisão de Clínica Médica do HU, Janaína Luz Narciso Schiavon, que ministrou a palestra “Hepatite C – saiba mais”. Informações sobre formas de contaminação, prevenção e alternativas de tratamento foram repassadas ao público.
Público-alvo
O teste de rastreamento da hepatite C é recomendado àqueles com mais de 45 anos. Também devem realizá-lo pessoas que têm contato regular com sangue no trabalho, como profissionais da área da saúde; pessoas que já compartilharam agulhas e injetaram drogas; estiveram em tratamento de diálise renal por longo período; têm tatuagem ou colocaram piercing; e as que realizaram acupuntura ou receberam órgãos ou transfusão de sangue, especialmente antes de 1993. Até o início dos anos 1990, não havia métodos de detecção da doença em transfusões de sangue, e os procedimentos de segurança realizados em atendimentos médicos e odontológicos não eram tão rigorosos como os atuais.
Prevenção
A doença é causada pelo vírus VHC, que leva à inflamação do fígado, e é transmitida principalmente por sangue contaminado. De acordo com dados do Ministério da Saúde, a hepatite C é uma importante causa de cirrose, câncer e transplante de fígado. Não compartilhar objetos que tenham entrado em contato com sangue, como seringas, agulhas e objetos cortantes, e utilizar preservativo nas relações sexuais são formas de prevenção – lâminas de barbear, escovas de dente e alicates de unha são exemplos de itens que não devem ser compartilhados. Recomenda-se às mulheres grávidas a realização do exame pré-natal, pois o vírus pode ser transmitido ao bebê.
O VHC não é transmitido pela água, comida ou leite materno, nem por contato casual, como abraçar ou beijar uma pessoa infectada. Compartilhar bebidas e alimentos também não é forma de transmissão.Os tipos de hepatite são classificados pelas letras A, B, C, D e E. Existem vacinas disponíveis para prevenção dos tipos A e B, e o teste de rastreamento é disponibilizado pelo SUS.
Sintomas
A hepatite C é uma doença silenciosa e raramente sintomática, o que faz com que algumas pessoas sejam diagnosticadas somente durante a fase aguda. Fadiga, náuseas, vômitos, diminuição do apetite, tontura, icterícia, febre, dores nas articulações, fezes claras e urina escura estão entre os sintomas.
Tratamento
A baixa eficácia dos tratamentos e importantes restrições terapêuticas marcaram a doença ao longo das últimas décadas. O Ministério da Saúde anunciou, na última segunda-feira, 27 de junho, durante lançamento da Campanha do Dia Mundial de Luta contra Hepatites Virais 2015, um novo tratamento para a hepatite C que deve diminuir o tempo de tratamento e aumentar as chances de cura. A previsão é de que a terapia esteja disponível no SUS até dezembro.
De acordo com o órgão federal, em 13 anos de assistência à hepatite C via SUS foram 120 mil casos confirmados e notificados, o que representa 10 mil novos casos notificados anualmente, e mais de 100 mil tratamentos realizados. O SUS disponibiliza os medicamentos de combate à hepatite C para os pacientes diagnosticados e que recebem indicação de tratamento medicamentoso.
Hepatite C no Brasil e no mundo
Cerca de 150 milhões de pessoas no mundo possuem hepatite C crônica, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS). As regiões mais afetadas pela doença são a África Central e o Leste da Ásia. A mesma fonte indica que aproximadamente 500 mil pessoas morrem todos os anos por doenças no fígado relacionadas à doença.
Um levantamento realizado pelo Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) indica que aproximadamente 3 mil mortes associadas à hepatite C são registradas por ano no Brasil. De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), cerca de 8 mil novos casos de câncer de fígado são registrados anualmente. A doença é a causa de 31% a 50% dos transplantes em adultos.
Bruna Bertoldi Gonçalves
Jornalista / Diretoria-Geral de Comunicação / UFSC
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