Já está no ar página da Internet sobre condições do mar
Quarta-feira, dia 20 de fevereiro, sete horas da manhã. A altura das ondas é de 1,38 metros, o período de pico de 7,14 segundos, e a temperatura do mar de 25,4 graus. Informações desse tipo, sobre o estado do mar em Florianópolis, atualizadas as 24 horas do dia, agora podem ser acessadas em página da Internet – www.lahimar.ufsc.br – , que a Universidade Federal de Santa Catarina acaba de colocar no ar. O trabalho faz parte do Programa de Informação Costeira desenvolvido por pesquisadores do Laboratório de Hidráulica Marítima (Lahimar, ligado ao Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental do Centro Tecnológico. A versão preliminar oferecida ao público está sendo aperfeiçoada com outros serviços, como previsão de ondas a partir do vento.
O projeto permite que as condições do mar sejam continuamente monitoradas por um ondógrafo, aparelho que mede ondas com precisão, fundeado a 35 km ao largo da ilha de Santa Catarina, numa profundidade de 80 metros. Os dados coletados pelo instrumento são transmitidos via radio para uma estação receptora em terra. Ela os reenvia ao Lahimar que os analisa e os divulga em tempo real. O projeto beneficia gente que tira do mar o próprio sustento ou o utiliza para lazer. O conhecimento das condições marítimas torna mais seguras atividades de pescadores, profissionais envolvidos com operações portuárias e plataformas de petróleo, banhistas, surfistas, velejadores, mergulhadores e outros tipos de esportistas náuticos.
É a primeira vez no Brasil que este tipo de serviço é oferecido a toda a comunidade, sem qualquer custo, durante 24 horas todos os dias, como explica o professor Elói Melo, supervisor do Lahimar. Agora o desafio é chegar a um maior número de pessoas, que não têm acesso à Internet. “A idéia é também dar informações via rádio (AM, FM e estações costeiras) ou através de telefone, com mensagens gravadas. Queremos divulgar as informações de todas as formas possíveis, para cumprir a missão pública do projeto, e acreditamos que os meios de comunicação podem contribuir muito”, diz o professor.
Há, porém , por parte dos pesquisadores, preocupação com eventuais atos de vandalismo. Atracar um barco no ondógrafo pode destruir o aparelho, avaliado em cerca de 40 mil dólares, e que a UFSC conseguiu através de um convênio com a Petrobrás, em 1996. “A gente vê aquela bolinha de aço e não imagina que é um computador flutuante, um instrumento de grande sofisticação tecnológica”, comenta Elói. O ondógrafo é uma bola esférica de aço inox, presa ao fundo através de cabos elásticos. O instrumento contém sensores que medem as oscilações de superfície do mar permitindo que calculem características das ondas, como altura, direção, período. “Vamos depender de quem usa o mar para nos ajudar a mantê-lo preservado no mar. Qualquer pancada pode tornar imprestável o ondógrafo”, avisa o supervisor do Lahimar.
Informações com os pesquisadores Elói Melo (331-9992) e José Henrique Alves (9115-5370)