Espécies exóticas invasoras ameaçam mais da metade das unidades de conservação do país

02/10/2024 18:46

Espécies exóticas estão entre as cinco principais causas de perda de biodiversidade. Na foto, a abelha-africanizada (Apis mellifera). Crédito: Christopher T. Blum/Divulgação

Um estudo publicado por pesquisadores brasileiros na revista Biological Invasions na última sexta-feira, 27 de setembro, mostra que 561 unidades de conservação do país registram mais de 5,6 mil ocorrências de espécies exóticas invasoras. São animais, plantas, samambaias, microrganismos, algas e musgos catalogados em 327 unidades de conservação estaduais e 234 federais, o que representa mais da metade do total destas áreas no Brasil. As regiões mais afetadas estão ao longo da costa, especialmente no bioma da Mata Atlântica, no Sul e Sudeste. Atualmente as espécies exóticas estão entre as cinco principais causas de perda de biodiversidade.

Para Michele Dechoum, professora do Departamento de Ecologia e Zoologia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e autora do estudo, o bioma onde está inserida a unidade de conservação é determinante para a presença das invasoras. “Embora espécies exóticas invasoras já tenham sido identificadas em todos os ecossistemas terrestres e aquáticos no Brasil, nossa análise mostra uma concentração clara ao longo da costa, principalmente na Mata Atlântica, uma área de alta prioridade para conservação, mas com alta pressão antrópica, como urbanização, o que aumenta a propagação das espécies invasoras”, explica. O bioma amazônico foi o que apresentou o menor número de espécies invasoras, “mas isso pode estar relacionado à menor quantidade de estudos na região e ao desafio de gerenciar grandes áreas protegidas”, pondera Dechoum.

> Acesse a publicação na revista Biological Invasions

O tipo de unidade de conservação também influencia na ocorrência da ameaça das espécies invasoras. “Surpreendentemente, áreas de uso sustentável, como Reservas Extrativistas e Reservas de Desenvolvimento Sustentável, apresentaram menos espécies exóticas invasoras”, comenta Dechoum. Em contraste, parques nacionais e estaduais, que são voltados mais estritamente para a conservação da biodiversidade, abrigam mais espécies exóticas invasoras. “Isso pode ser explicado pelo turismo e recreação, que são importantes vias de introdução de espécies exóticas”, acrescenta a pesquisadora.
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UFSC promove 1º Seminário de Criação e Gestão de Unidades de Conservação em Santa Catarina

07/05/2012 09:50

O Núcleo de Educação Ambiental (NEAmb) da Universidade Federal de Santa Catarina realiza o 1º Seminário de Criação e Gestão de Unidades de Conservação de Santa Catarina nos dias 9 e 10 de maio, no Auditório do Centro Sócio-Econômico. O evento é gratuito e não é necessário credenciamento prévio.

O NEAmb reúne estudantes de graduação, pós-graduação e professores de diversas áreas do conhecimento, envolvidos com o desenvolvimento de projetos socioambientais. O seminário tem como objetivo proporcionar um espaço de aprendizado e troca de experiências entre os profissionais que lidam com questões relativas às dificuldades e aos avanços na criação e gestão de Unidades de Conservação (UC).

Os organizadores destacam que o Brasil possui um conjunto de animais e plantas dos mais notáveis do planeta, mas essa rica biodiversidade tem sido degradada de forma dramática. Uma das formas mais reconhecidas e utilizadas para garantir a proteção dessas espécies e de ecossistemas são as UC, conhecidos como parques nacionais, estaduais ou municipais, reservas biológicas e extrativistas, entre outras categorias.

As UC são espaços territoriais com características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo poder público, com objetivo de conservar a biodiversidade e os outros atributos naturais neles contidos, proteger os meios de vida e a cultura das populações tradicionais, assegurando o uso sustentável dos recursos naturais.

Além de proteger os animais e as plantas, outro desafio é integrar as populações do entorno na implantação e gestão das UC. A formação de conselhos consultivos ou deliberativos para fazer a gestão das UC tem se mostrado uma tarefa difícil e que requer uma atuação em conjunto dos diversos atores sociais que estão envolvidos com a temática. A geração de renda nas UC também é um desafio a ser encarado pelos conselhos gestores e órgãos públicos.

O evento é uma oportunidade para que as instituições envolvidas com o tema possam estabelecer redes de cooperação para apoiar municípios de SC na implantação desta política pública de extrema importância na garantia da qualidade de vida da população do Estado.

Realização: NEAmb em parceria com o Coletivo UC da Ilha, Floram, Fatma, ICMBio, IUCN, PRAE-UFSC.

Patrocínio: SESC, Unimed, Fepese, Funjab, e Copiadora 4 Irmãos.

Programação:

Dia 9 de maio
19h – Abertura
19h15min – Apresentação da Programação Oficial do Evento
19h30min – Panorama das UC de Santa Catarina

Dia 10 de maio
9h – Abertura
9h15min – Gestão da UC Marinha em Santa Catarina: REBIO do Arvoredo e APA da Baleia Franca
12h – Intervalo para almoço
13h30min – Criação da UC em Santa Catarina: a experiência do NEAmb
15h30min – Criação de UC Santa Catarina: a experiência do Coletivo UC da Ilha
16h30min – A União Internacional para a Conservação da Natureza e a sua atuação no Brasil
17h30min – O ICMBio e a formalização da criação de redes de cooperação entre diferentes instituições

Mais informações no site www.neamb.ufsc.br ou pelo telefone (48) 3721-7746.

 

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