Projeto de extensão UFSC Acessível visa aumentar acessibilidade das notícias à comunidade surda

09/07/2021 14:31

Para melhorar a acessibilidade na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), o projeto de extensão UFSC Acessível atua desde o início de 2020 como disseminador de informações para a comunidade surda acadêmica. As publicações são produzidas em Libras, com tradução para português oral, textos e ilustrações, de maneira a contemplar surdos, deficientes auditivos, cegos e pessoas com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). “Eu sempre percebi a falta para a comunidade surda de informações acessíveis, que chegassem aos alunos surdos e aos professores surdos. Nós recebemos diariamente da UFSC diversas informações, e a gente lê rapidamente e às vezes não presta atenção. Os surdos têm o português escrito já como segunda língua, então se nós geralmente não prestamos muita atenção, eles também às vezes ignoram e acabam ficando sem saber”, relata Michelle Duarte da Silva Schlemper, servidora responsável pela criação do projeto e secretária do Departamento de Libras da UFSC.

A necessidade de um compartilhamento multimodal de informações, que englobasse o uso da linguagem de sinais e elementos visuais aos textos, já era uma realidade, mas foi com o início da pandemia em 2020 que o projeto tornou-se indispensável. “Esse projeto é de muita importância, pois sem ele nós surdos não teríamos acesso a informações claras na nossa primeira língua. Ele nos ajuda muito a ficar informados sobre acontecimentos dentro da universidade”, declara André Luiz Rickes Crochemore, graduando do curso de Licenciatura em Letras Libras da UFSC, sobre o aumento de veiculação de notícias de urgência na universidade.

“Quando lemos escrita em português ficamos com dúvidas sobre o que quer dizer e como a frase se interpreta, por que depende do contexto. Aí aparece o vídeo de Libras e nos sentimos confortáveis, porque não precisamos sentir dificuldade, como ocorre com o português. Português e Libras juntos dá para entender o que quer dizer”, conta Camila Carolina da Costa Voss, também estudante do curso de Licenciatura em Letras Libras da UFSC. Além de publicar notícias relacionadas à comunidade acadêmica surda, o projeto busca divulgar pela página no Instagram eventos acessíveis em libras e vagas de acessibilidade.

Projeto em crescimento

O UFSC Acessível é composto por uma equipe de três voluntárias, que traduzem para Libras as notícias consideradas de maior importância, gravam e editam essas chamadas, realizam o gerenciamento das redes sociais (Facebook e Instagram) e publicações no canal do YouTube. Além de Michelle, a aluna de Libras Vitória Cristina Amancio e a professora coordenadora do curso, Débora Campos Wanderley, são responsáveis pela realização destas atividades. Algumas das dificuldades enfrentadas são aumentar a visibilidade, para que atinja mais pessoas, e ampliar a participação de alunos voluntários, possibilitando o crescimento do projeto e o aumento da acessibilidade na UFSC.

“Participar dos projetos é muito bom para os alunos. É uma oportunidade também para desenvolver a língua de sinais, aprender edição de vídeo. Tem gente que não quer trabalhar com a tradução, mas gosta da legendagem, esse projeto tem essa possibilidade de abertura, e a gente precisa de mais gente dentro dele”, declara Michelle. A participação em projetos de extensão é necessária para a formação acadêmica dos alunos, possibilitando ampliar conhecimentos e adquirir experiência. O projeto está aberto para novos integrantes, respeitando os interesses e disponibilidade de horários. Para mais informações, é possível entrar em contato pelo e-mail michelle.schlemper@ufsc.br ou pelo perfil no Instagram @ufscacessivel.

“Eu gostaria que o projeto ganhe asas, que agregue alunos de cursos diferentes, que seja uma experiência diferente de acessibilidade, que a UFSC seja conhecida como um ambiente acessível”, conta Michelle, sobre suas projeções para o futuro do projeto, e complementa, “a comunidade surda engloba surdos e ouvintes que lutam por questões de acessibilidade, por questões comuns, que convivem juntos e buscam vencer as barreiras linguísticas.”

Luana Consoli/Estagiária de Jornalismo Agecom/UFSC

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Coronavírus: servidor da UFSC produz vídeos em Língua Brasileira de Sinais

06/04/2020 17:05

Uma das principais ferramentas contra a disseminação do Coronavírus é a informação de qualidade, mas há um público que tem pouco acesso a essas informações e orientações produzidas pelos especialistas: as pessoas surdas e que se comunicam somente na Língua Brasileira de Sinais (Libras). Pensando nestas pessoas, o servidor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) Carlos Grahamhill Maciel de Moura tomou a iniciativa de elaborar vídeos sobre a Covid-19 em Libras.

Inicialmente, os vídeos são produzidos de forma simples, com poucos recursos e sem edição, nos estúdios da TV UFSC. Lá são gravadas lives na rede social Instagram. Esse formato foi pensado de modo a minimizar o deslocamento e aglomeração de pessoas no estúdio, levando em conta as estratégias de distanciamento social. “Porém, percebemos que um número grande de pessoas queriam visualizar este conteúdo num outro momento do dia, por isso começamos também a disponibilizar o material gravado no YouTube, com livre acesso para todos”, diz o servidor. Assim surgiu o canal do Youtube Viva Mais Libras.

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