Pesquisa da UFSC destaca potencial de um anti-inflamatório com menos efeitos colaterais
Um estudo realizado por cientistas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) mostra de forma inédita o potencial para um novo tipo de uso de um medicamento já conhecido. O furoato de mometasona é um anti-inflamatório da classe dos corticoides, muito utilizado para o tratamento de doenças respiratórias, como rinite e asma, e problemas na pele, como dermatites – sempre com aplicação local, em forma de sprays nasais, cremes ou pomadas. Pela primeira vez, contudo, pesquisadores demonstraram a possibilidade de seu uso por via oral ou por injeção, de forma que seja absorvido pelo intestino e se espalhe pelo corpo.
Realizados em células e animais, os estudos indicam que ele pode ser uma boa opção para o tratamento de inflamações intestinais, por exemplo, apresentando os mesmos benefícios e menos efeitos colaterais que outros corticoides. O trabalho envolveu também o uso de nanotecnologia e teve seus resultados publicados em dois artigos, nas revistas internacionais Biochemical Pharmacology e Drug Delivery and Translational Research.
Ação anti-inflamatória X efeitos colaterais
Antes de falar sobre os detalhes da pesquisa, é preciso explicar que os corticoides são medicamentos bastante usados para tratamento de inflamações, alergias, em contextos de imunossupressão e após transplantes, por exemplo. São fármacos bem consolidados e seguros, quando seguidas as recomendações médicas. O problema é que, quando usados por muito tempo, ou em doses elevadas, eles causam uma série de efeitos colaterais, podendo levar até ao diabetes e a dislipidemias (distúrbios relacionados ao aumento de gordura no sangue, incluindo a elevação do colesterol e de triglicerídeos). Em alguns casos, os problemas são irreversíveis.
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