Primeiro colocado geral, Guilherme Ryuji Weber Nakamura, e o reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza (Foto: Cristiane Fontinha/Coperve)
Um cientista na Engenharia Mecânica, talvez na área de Materiais, e um médico, talvez na área de Ortopedia. Guilherme Ryuji Weber Nakamura e Thiago Henrique Benvenutti, os primeiros colocados no Vestibular da Universidade Federal de Santa Catarina, já imaginam o que querem para o futuro e garantiram o primeiro passo para a realização dos sonhos.
Guilherme, 18 anos, foi o primeiro colocado geral no Vestibular Unificado UFSC/IFSC 2023, cujo resultado foi divulgado nesta terça-feira, 10 de janeiro, em solenidade com a participação do reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, e da reitora em exercício do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), Andréa Martins Andujar. Já Thiago, 23 anos, foi o melhor classificado entre os egressos da Escola Pública. Ambos comemoraram ao lado dos pais o resultado da conquista.
Esta é a segunda vez que Guilherme participa da cerimônia de premiação do Vestibular da UFSC. No último ano, quando ainda não havia terminado o Ensino Médio, ele foi o terceiro colocado geral. Participante fiel das Olimpíadas de Ciências Exatas e bolsista ao longo de todo o Ensino Médio, ele disse que tentou mediar momentos de lazer, de prática esportiva e de estudo. Na natação, por exemplo, buscava relaxamento e concentração.
A escolha pela UFSC ocorreu por reconhecer a qualidade do ensino oferecido pela Universidade. “Como foi falado, a UFSC é a sexta melhor da América Latina, e acredito que em Engenharia Mecânica é uma das melhores”, disse, referindo-se ao discurso do reitor. Agora, os planos são conhecer todos os laboratórios, fazer estágio, conhecer os clubes que desenvolvem veículos como carros e foguetes, e, depois, tornar-se um pesquisador.
“Desde muito pequeno ele sempre mostrou interesse em aprender, em conhecer. Nosso papel foi dar respaldo para garantir que ele pudesse estudar. Mas ele sempre teve esse interesse pelo conhecimento”, orgulham-se os pais, Roque Nakamura e Daniela Weber.
Thiago Henrique Benvenutti e a presidente da Coperve Maria José Baldessar (Foto: Cristiane Fontinha/Coperve)
Cinco anos depois, sonho realizado
Aos 23 anos, Thiago Henrique Benvenutti tem um projeto de futuro bem traçado pela frente: quer ser um médico acolhedor e humano. Quer ajudar quem precisa nos momentos de fragilidade. “Eu quero fazer diferença na vida das pessoas”, diz o egresso da Escola Estadual Básica Anita Garibaldi, de Itapema.
Ao lado dos pais, que moram em Jaraguá do Sul, Thiago conta, sorrindo, como recebeu a notícia de que estava entre os candidatos mais bem classificados no Vestibular. “Eu estava trabalhando e descarregando um caminhão cheio de malha quando vi a ligação de Florianópolis”, lembra ele, que trabalha na indústria têxtil de Blumenau e conciliou os estudos com a rotina de trabalhador – uma jornada das 7h30 às 17h30.
Ele se formou no Ensino Médio em 2016, mas só em 2018 começou a estudar para o Vestibular – o sonho de ser médico, no entanto, é cultivado desde os 13 anos de idade. “Eu tomei como meta de vida, mas não tinha como pagar um pré-vestibular tive que estudar sozinho. Mas sempre gostei de estudar”, lembra.
Thiago escolheu a UFSC por saber que, na instituição, encontrará um ensino de excelência. E aconselha aos estudantes de escola pública que deem o primeiro passo e não ouçam aqueles que vão julgar impossível a aprovação em um curso concorrido. “Nestes cinco anos, mesmo com as dificuldades, eu não mudaria nada do que eu fiz. O importante foi o primeiro passo”.
Os pais, Ivana Germano e Vilson Benvenutti, foram aplaudir e apoiar o filho – como fizeram nos últimos cinco anos, seja com apoio financeiro, logístico ou suporte emocional. “É um orgulho e uma emoção muito grande, porque essa era uma meta da vida dele. No começo, achávamos que era coisa de adolescente, mas depois demos todo o apoio. E ele conseguiu”, celebram.
Solenidade contou com autoridades da UFSC e do IFSC
A presidente da Comissão Permanente do Vestibular (Coperve) da UFSC, Maria José Baldessar, agradeceu a parceria do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) na realização do Vestibular. Ela lembrou que o concurso deste ano ainda foi impactado pela pandemia de Covid-19, o que exigiu dos organizadores o cuidado com as questões sanitárias. Ao final, disse considerar que o Vestibular Unificado foi um processo vitorioso.
O reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, disse que o momento era de alegria e significava a renovação da Universidade, com o ingresso de novos alunos. Ele afirmou que a UFSC contribui para a formação não apenas profissional, mas do ser humano. “Almejamos a formação de pessoas éticas e responsáveis, que vão contribuir para o desenvolvimento da sociedade.” O professor Irineu também convidou os alunos a aproveitarem ao máximo a vida universitária, participando de laboratórios, estágios, grupos de estudo e do movimento estudantil.
Ele afirmou aos presentes que as universidades públicas enfrentam dificuldades e que os gestores realizam esforços para mantê-las em funcionamento e com qualidade. Citou também que as instituições públicas são responsáveis, além da formação profissional, por grande parte das pesquisas e inovações. “Defendam as universidades públicas”, reforçou.
A reitora em exercício do IFSC, professora Andréa Martins Andujar, também saudou a parceria e agradeceu a “união de esforços” entre as duas instituições. Ela destacou que o IFSC atua na preparação para o mundo do trabalho e também para o exercício da cidadania. Andréa Andujar citou a importância das políticas de inclusão, que na sua visão têm sido implementadas com sucesso. Dirigindo-se aos primeiros colocados no Vestibular, disse que eles devem compartilhar essa conquista com professores e familiares.
Amanda Miranda, jornalista da Agecom/UFSC e Luis Carlos Ferrari, Secretaria de Comunicação