Abertura da Sepex 2025 da UFSC traz relatos pessoais e debates científicos com pesquisadoras

Lorrane Olivlet, Paola Delben, Marina Hirota e Marcelo Schappo gravaram o programa Estúdio Ciência. Foto: Salvador Gomes/Agecom/UFSC
Participar de um lançamento de cargas a bordo de um avião Hércules C-130, da Força Aérea Brasileira, não é para qualquer um. Imagine você do lado de dentro desse avião enorme, com quatro motores. A aeronave está em voo. Há uma porta aberta ao fundo do avião, como uma rampa, por onde a carga precisa ser empurrada. O chão passa lá embaixo.
Essa técnica serve, por exemplo, para “entregar” encomendas na Antártica. Do lado de dentro, você usa um uniforme especial, com um cabo que lhe prende ao teto – uma precaução para que você não se vá junto com a carga. Agora imagine que esse uniforme não lhe sirva, que seja grande demais. Você é mulher e eles não têm essas roupas para mulheres. Pois chegou o dia em que tiveram de fazer.
Essa é uma das histórias que foram contadas na mesa de abertura da 22ª Semana de Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação (Sepex) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) na noite de terça-feira, 21 de outubro, no Auditório Garapuvu, no Centro de Cultura e Eventos Reitor Luiz Carlos Cancellier de Olivo, no bairro Trindade, em Florianópolis.
A história se passou com a psicóloga Paola Delben, que fez graduação, mestrado e doutorado na UFSC, esteve sete vezes na Antártica e estuda regiões polares e ambientes isolados, confinados e extremos (ambientes ICE), como desertos e montanhas.
Três pesquisadoras e debatedoras
Ela foi uma das participantes da conferência de abertura da Sepex 2025, evento que se estende até quinta-feira, 23 de outubro. Paola contou a história ao lado da engenheira biomédica e divulgadora científica da temática espacial Lorrane Olivlet e da professora do Departamento de Física da UFSC Marina Hirota, estudiosa do clima e da Amazônia.
O debate entre as pesquisadoras teve o tema Dos extremos do clima aos extremos do espaço, mas houve espaço para os relatos como os de Paola. A conferências foi também a gravação de um episódio especial do Estúdio Ciência, programa da TV UFSC em parceria com o Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). O debate foi conduzido pelo apresentador do programa, o físico e escritor Marcelo Schappo, professor do IFSC e coordenador do Pint of Science, maior festival de divulgação científica do mundo.
A conferência, que começou às 19h05, foi antecedida por uma mesa de abertura com autoridades, com tradução simultânea para libras. Por volta das 18h30, o secretário de Comunicação da UFSC, Marcus Paulo Pessôa da Silva, conduziu a cerimônia dando boas-vindas aos presentes no Auditório Garapuvu. Ele destacou a grandiosidade do evento, com mais de 80 estandes na Feira de Ciências e outras atrações. Marcus agradeceu o empenho da equipe responsável pela organização da Sepex 2025, destacando nominalmente a servidora Camila Pagani, como secretária executiva do evento.
Mesa de autoridades

Professores Werner Kraus, Dilceane Carraro, William Gerson Matias, Olga Regina Zigelli Garcia e Irineu Manoel de Souza. Foto: Salvador Gomes/Agecom/UFSC
Na sequência, indígenas Xokleng fizeram uma apresentação no palco com dança e cantos utilizados em celebrações. Também falaram ao microfone convidando o público a acompanhar a programação temática indígena na Sepex 2025.
O secretário de Comunicação chamou ao palco para compor a mesa: o reitor Irineu Manoel de Souza; a pró-reitora de Extensão, Olga Regina Zigelli Garcia; o pró-reitor de Pesquisa e Inovação em exercício, William Gerson Matias; a pró-reitora de Graduação e Educação Básica, Dilceane Carraro, e o pró-reitor de Pós-Graduação, Werner Kraus.
A primeira a falar foi a professora Dilceane Carraro. Ela destacou a valorização do ensino de graduação, as políticas de permanência e as ações de combate à evasão. Também comentou sobre as novas formas de ingresso na UFSC, que visam ao preenchimento de vagas nos cursos da Universidade. Na sequência, a professora Olga Regina Zigelli Garcia lembrou de quando a Sepex era um evento mais ligado à extensão universitária. Atualmente, conforme a professora, o evento diz respeito a todas as ações da UFSC e da comunidade. “Não entendemos a sociedade como um local vazio que precisa ser preenchido com conhecimento, mas como um espaço de cocriação com a Universidade”, explicou a professora Olga.
O professor William Gerson Matias lembrou, em sua fala, que a Universidade triplicou os recursos captados na área de pesquisa nos últimos anos. Mas também destacou o processo de humanização da produção científica. Já o professor Werner Kraus lembrou, entre outras ações, aqueles projetos de extensão com escolas.
“O que a UFSC faz de melhor”

Lorrane Olivlet passou pela Feira de Ciências antes de ir à conferência. Foto: Salvador Gomes/Agecom/UFSC
O professor Irineu Manoel de Souza destacou a excelência da UFSC, como uma das melhores universidades do Brasil. Agradeceu o empenho de toda a comunidade universitária para a realização da Sepex 2025.
“É o evento que apresenta à sociedade o que a UFSC faz de melhor”, qualificou o reitor.
O professor Irineu, assim como os demais presentes da mesa de autoridades, agradeceu a presença do prefeito de Curitibanos, Kleberson Lima, ao evento de abertura.
Após a fala de todos, houve o início da conferência e gravação do programa Estúdio Ciência da TV UFSC. Entraram no palco as cientistas e suas histórias, de superação, de sucesso, de preocupação com o futuro, de sensibilidade para a formação de novas cientistas… com o uniforme que lhes couber e nos espaços que quiserem.
Galeria
Fotos: Salvador Gomes/Agecom/UFSC
- Conferência com pesquisadoras e gravação do Estúdio CIência. Foto: Salvador Gomes/Agecom/UFSC
- Mesa de abertura com autoridades. Foto: Salvador Gomes/Agecom/UFSC