UFSC e YPY Sorvetes firmam contrato de propriedade intelectual
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a YPY Sorvetes Premium assinaram, nesta sexta-feira, dia 27 de setembro, um contrato de propriedade intelectual. O objetivo é regulamentar as comercialização do Pro Vita, sorvete complemento alimentar, inventado em parceria com pesquisadores da UFSC.
O sorvete minimiza os efeitos da quimioterapia em pacientes portadores de câncer, além de ser indicado para pessoas que precisam de alto valor proteico e calórico, como idosos, crianças sem apetite e atletas de alta performance. Após firmado o contrato, a comercialização do produto renderá à UFSC uma porcentagem paga pela YPY e investida na produção científica da instituição. Segundo o secretário de Inovação da UFSC, Alexandre Moraes Ramos, os royalties pagos à UFSC “serão repassados aos pesquisadores, laboratórios de pesquisa envolvidos e à própria instituição para gerenciar e custear as novas patentes e todo o portfólio de patentes que a Universidade tem”, esclareceu.
“Iniciativas como essa, que aproximam a Universidade da indústria e das aplicações finais de pesquisa nos enche de orgulho da nossa instituição, da ciência que é produzida aqui, dos nossos pesquisadores”, salientou o reitor Ubaldo Cesar Balthazar. “Esse é um exemplo claro da importância de investimento em pesquisa que rapidamente é revertida em benefícios para toda a sociedade. Mais um motivo para valorizar a nossa pesquisa, e a nossa extensão, com o Hospital Universitário”, destacou.
O diretor de Desenvolvimento de Projetos da YPY, Marcelo Baracuhy, disse que a ideia para o produto nasceu de uma tentativa de venda para um hospital particular de Florianópolis. “Eu tentei vender sorvetes para pessoas com restrições alimentares, diabéticos, celíacos, intolerantes. A nutricionista do hospital não estava interessada”, contou. Quando Marcelo lhe perguntou o que então a cliente queria, ela respondeu: “Eu quero um sorvete que tenha muita caloria, muita proteína. Isso me interessa. Um sorvete com um perfil lipídico bom e que tenha a parte proteica calórica”. Com isso em mente, Marcelo buscou a ajuda da UFSC e descobriu que já havia uma iniciativa parecida em andamento, um produto sendo desenvolvido pelas pesquisadoras, com um formato parecido.
A pesquisa que resultou na criação do complemento foi realizada em parceria com o Departamento de Nutrição da UFSC, e as primeiras aplicações do produto ocorreram no Hospital Universitário (HU), com boa aceitação e resultados positivos atestados pelos pacientes. As professoras e pesquisadoras Francilene Gracieli Kunradi Vieira, Raquel Kuerten de Salles e Paloma Mannes foram as responsáveis pelo desenvolvimento do produto, juntamente com Marcelo.
Foram muitos desafios. Encontrar a quantidade ideal de proteína, calorias, carboidratos. A utilização do azeite de oliva, com seu sabor característico, também apresentou dificuldades. A própria fabricação do complemento alimentar se diferencia muito da forma de fabricar sorvete convencional. O resultado é um produto inédito, que pouco tempo após o seu lançamento despertou o interesse de pessoas de todo o Brasil e também no exterior.
“O dinheiro que hoje está para vir para a Universidade vai gerar novas pesquisas. Eu acho importantíssimo. Todo o processo foi um grande aprendizado, trabalhamos juntos em uma ideia, criamos algo. Isso é movimentar interesse e é trazer benefício para a Universidade, para a indústria”, ressaltou Marcelo.
O sorvete Pro Vita pode ser comprado em supermercados e lojas em todo o Brasil, e na sede da YPY, em Florianópolis. Mais informações sobre os produtos podem ser consultadas no site, ou pelo número (48) 4104-1003.
Mayra Cajueiro Warren / jornalista da Agecom / UFSC