Revestimento criado pela UFSC pode impactar ruído dos trens

08/07/2025 09:42

Trilhos de Joinville, cidade onde a pesquisa se desenvolve

A Universidade Federal de Santa Catarina lidera um estudo que terá impacto direto na saúde pública: a equipe coordenada pelos professores Yesid Ernesto Asaff  e Thiago Fiorentin, do curso de Engenharia Ferroviária e Metroviária da UFSC Joinville, busca a redução de ruído ferroviário, considerado uma das principais fontes de poluição sonora em áreas urbanas. O trabalho é realizado em parceria com a Vale, empresa multinacional brasileira de mineração, e chegou à criação de um revestimento sustentável, em processo de patenteamento.

O estudo indica que, conforme a União Europeia, cerca de 22 milhões de pessoas sofrem com os efeitos do tráfego ferroviário em todo o continente, com consequências que vão desde distúrbios do sono até problemas cardiovasculares. No Brasil, o avanço está a caminho com protagonismo de um dos únicos cursos de Engenharia Ferroviária do país. “A Vale, que transporta minério de ferro pela ferrovia Vitória-Minas, enfrenta desafios como o ruído gerado pelos trens. Como a UFSC é uma das poucas universidades brasileiras com graduação em Engenharia Ferroviária, a empresa buscou parceria com pesquisadores especializados no tema. A colaboração começou em 2017 com projetos relacionados a ruído ferroviário e, em 2023, evoluiu para o desenvolvimento deste revestimento”, explica Fiorentin.

Segundo o professor, a Vale participa definindo critérios de aplicação, como limites técnicos e viabilidade econômica, além de proporcionar testes em ferrovias, compartilhando dados operacionais e financiando o projeto. “Historicamente, o tratamento do ruído ferroviário tem se concentrado no uso de barreiras acústicas. No entanto, o alto custo e a dificuldade de instalação dessas estruturas em áreas urbanas densamente ocupadas tornaram essa alternativa pouco viável”, aponta o pesquisador Vítor Gustavo Gomes Catão, do Laboratório de Acústica e Vibrações.

O projeto da UFSC busca mitigar o ruído diretamente na fonte. O grupo avança na pesquisa de um novo revestimento para os trilhos, feito com carga mineral proveniente do próprio resíduo gerado pela mineração da Vale, promovendo assim uma alternativa sustentável e de baixo custo.

O professor aponta que o revestimento desenvolvido tem alguns benefícios: redução do ruído ferroviário, sustentabilidade por usar os rejeitos minerais e redução de custos, já que ele diminui a corrosão dos trilhos, que têm alto valor de reposição. Segundo ele, os principais desafios enfrentados foram a seleção dos materiais do rejeito compatíveis com diluição em água e eficazes no controle de ruído e o ajuste de propriedades como viscosidade, aderência e resistência a intempéries, como os raios UV.
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Capes e Vale premiam trabalhos com ideias para temas ligados ao desenvolvimento sustentável

27/09/2012 14:20

Estão abertas, até o dia 26 de novembro, as inscrições para o Prêmio Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade, que premiará teses de doutorado e dissertações de mestrado. Serão avaliados ideias, soluções e processos inovadores para questões como redução do consumo de água e energia, redução de gases do efeito estufa (GEE), aproveitamento, reaproveitamento e reciclagem de resíduos e/ou rejeitos e tecnologia socioambiental com ênfase no combate à pobreza.

O prêmio se refere às teses e dissertações defendidas no Brasil em 2011 e foi criado a partir de uma parceria entre a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e a Vale, firmada durante a conferência Rio +20.

A pré-seleção dos trabalhos será feita pelos programas de pós-graduação de todo o país, reconhecidos no Sistema Nacional de Pós-Graduação. Cada programa de doutorado e de mestrado deverá instituir uma comissão de avaliação, que verificará a adequação das teses e dissertações aos temas definidos. Após a indicação dos trabalhos selecionados pela comissão de avaliação, o coordenador do programa de pós-graduação será responsável por sua inscrição junto à Capes.

Os critérios a serem avaliados serão originalidade do trabalho e relevância para o desenvolvimento científico, tecnológico, cultural, social e de inovação.

Premiação

O vencedor do Prêmio Vale-Capes de Ciência e Sustentabilidade de Tese de Doutorado receberá R$ 15 mil e uma bolsa para realização de estágio pós-doutoral de até três anos em instituição nacional, podendo converter em um ano fora do país em uma instituição de notória excelência na área de conhecimento do premiado. Já o ganhador de Dissertação de Mestrado receberá R$ 10 mil e uma bolsa para realização de doutorado em instituição nacional de até quatro anos. Os orientadores também serão prestigiados, recebendo auxílio equivalente a uma participação em congresso nacional e internacional, relacionado à área temática da tese. No caso de mestrado, o orientador vai receber R$ 3 mil e o de doutorado, US$ 3 mil.

Fonte: Assessoria de Comunicação Social da Capes  – Segunda, 24 de Setembro de 2012 10:18

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