Palestra aborda regime internacional de combate à corrupção

03/05/2017 18:28

Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC

A palestra realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Relações Internacionais (PPGRI), nessa terça-feira, 2 de maio, tratou de um tema que tem sido cada vez mais discutido no Brasil e no mundo: a corrupção. Mais especificamente, a formação do regime internacional de combate à corrupção e seus impactos no Brasil. A atividade, que foi ministrada pela professora da Universidade Federal de Goiás (UFG) Geisa Cunha Franco, ocorreu no auditório do Centro Socioeconômico (CSE).

A professora iniciou a palestra apresentando dois conceitos chaves. A corrupção, que pode ser vista de duas frentes: da perspectiva moral , que é mais difícil de ser trabalhada porque não tem objetividade e cai em um relativismo cultural e temporal; e da perspectiva do abuso de um poder confiado, que é mais objetivo e por isso é usado por ONGs  para medir a corrupção. O segundo conceito que ela abordou foi o de regime internacional, que é o conjunto de regras que regem determinadas áreas (como meio ambiente e direitos humanos) na ausência de um governo, pois envolve vários países. Essas normas são marcadas pelas expectativas dos atores e pela cooperação internacional, delimitando um comportamento legítimo em contextos específicos.

Foto: Henrique Almeida/ Agecom/UFSC

Em seguida, Geisa falou sobre a dificuldade de trabalhar com o tema “corrupção”, que por sua própria natureza não pode ser registrada: o que há de mais próximo no registro da corrupção é o Índice de Percepção da Corrupção (IPC), criado pela ONG Transparência Internacional (TI). O surgimento do tema “corrupção” na agenda internacional surge, segundo a pesquisadora, no fim da guerra fria, quando a segurança deixa de ser central e há liberdade para lidar com novos temas que não estavam mais associados à bipolaridade entre Estados Unidos e União Soviética. Mesmo assim, ela observa que a corrupção ainda é um tema tabu e muitos países fazem “vista grossa”: o crime sempre foi considerado um mal menor que, ao se esquivar da burocracia, auxiliava o crescimento econômico.

Segundo a professora, a ONU e outras ONGs começaram a discutir o tema com mais afinco a partir do atentado de 11 de setembro, que teve impacto no combate à corrupção de forma indireta. A questão da segurança volta à tona e o inimigo é muito diferente do inimigo na guerra fria: podia estar em todo lugar. Acabar com o terrorismo implicava acabar com o financiamento ilegal nos paraísos fiscais. Da pressão de ONGs e governos surgiram tratados de combate à corrupção com muitos países signatários, e a importância de assiná-los estava ligada à legitimidade internacional.

Geisa explica que a emergência da corrupção na agenda internacional mostra a interdependência entre temas e atores. Assim como afeta a segurança, a corrupção afeta a democracia – já que burlar as regras tira a legitimidade do sistema democrático –, e também o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Ela aponta que é preciso desenvolver formas eficientes de combate à corrupção, pois apenas leis são insuficientes – o processo deve ter participação da sociedade civil e a percepção das consequências precisa ser clara. Um avanço nesse sentido, segundo ela, foi o que mostrou a pesquisa da Datafolha de 2015, em que a corrupção foi apontada como o maior problema do Brasil.

A professora concluiu afirmando que nas últimas décadas o processo de combate à corrupção teve avanços e fracassos, pois leis e tratados se mostraram importantes, mas insuficientes. E reforça a íntima conexão entre corrupção e democracia, questionando: “Se a lei foi feita por determinada pessoa que recebeu para fazer a lei, que democracia é essa?”.

Lavínia Beyer Kaucz/Estagiária de Jornalismo da Agecom/UFSC

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Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil será em setembro

25/04/2014 16:18

O Simpósio de Plantas Medicinais do Brasil é um evento bienal, destinado a estudantes de graduação e pós-graduação, pesquisadores e profissionais atuantes ou interessados em plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos, nos seus mais variados aspectos. Em 2014, o Evento comemorará 47 anos, chegando à sua XXIII edição, no período de 16 a 19 de setembro, no Centro de Cultura e Eventos da Universidade Federal de Góias (UFG).

O tema desta edição é “Da Etnofarmacologia à Biotecnologia no Desenvolvimento de Medicamentos à Base de Plantas Medicinais”. O evento contemplará as seguintes áreas: farmacologia pré-clínica e clínica, fitoquímica, biotecnologia, controle de qualidade, etnobotânica, etnofarmacologia, ética em pesquisa, desenvolvimento tecnológico, discutidos em minicursos, mesas-redondas, conferências, sessões coordenadas (comunicações orais) e apresentações de painéis, com palestrantes de renome nacional e internacional, inclusive da UFSC.
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Inscrições abertas para 2º Congresso Internacional de Direito Agrário

06/09/2013 11:48

Com o tema “Sujeitos da/na América Latina: comunidades tradicionais e natureza”, será realizado, de 11 a 13 de setembro, o 2º Congresso Internacional de Direito Agrário, no auditório do Fórum do Centro de Ciências Jurídicas, (CCJ) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), no âmbito do Programa Nacional de Cooperação Acadêmica (Procad). As inscrições já estão abertas e podem ser feitas no endereço http://eventos.ufg.br/cida.

O Congresso visa integrar os Programas de Pós-Graduação em Direito da UFSC e da Universidade Federal de Goiás (UFG), através de trocas de experiências e celebração de parcerias entre professores, alunos e o público.
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