Projeto pesquisa desenvolvimento de fármacos contra o Coronavírus a partir de plantas comestíveis

30/07/2020 13:43

Desenvolver fármacos contra o SARS-CoV-2, a partir de híbridos sintéticos de plantas comestíveis: é com esta estratégia que um grupo de pesquisadores coordenados pelo professor Antonio Luiz Braga, do Departamento de Química da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), obteve apoio da Capes pelo Edital nº 11/2020 – Fármacos e Imunologia do Programa Emergencial Estratégico de Prevenção e Combate a Surtos, Endemias, Epidemias e Pandemias – um financiamento de R$ 100 mil e quatro bolsas de doutorado e seis de pós-doutorado. Além da UFSC, a Universidade Federal da Paraíba e a Universidade Federal do ABC estão envolvidas no projeto.

O alvo dos pesquisadores é o bloqueio da protease Mpro, principal enzima do novo coronavírus. A ideia é buscar em quatro plantas, ricas em flavonoides, compostos com potencial para inibir esta protease contra o SARS-CoV-2. Após a avaliação biológica, os mais ativos contra o novo coronavírus servirão de base para serem transformados em derivados híbridos com heterocíclicos bioativos ou porções de organoselênio, planejados e otimizados via computadores para combater o vírus. “São plantas simples, mas que têm alguns princípios ativos com propriedades de inibir as enzimas, mas que não bastam (sozinhas para debelar o SARS-CoV-2). Vamos conectar em laboratório esses produtos naturais com outras moléculas, compostos heterocíclicos  ou de selênio, para levar a moléculas de maior complexidade estrutural, com atividade biológica aumentada”, explica o professor.

A estratégia é chamada de biodirigida, pois o desenvolvimento das moléculas se baseia numa enzima importante do vírus. “Um produto natural é uma mistura complexa de compostos orgânicos e estamos isolando cada um deles. Com eles separados, fazemos estudo in silico (simulação por computador) da triagem inicial de quais compostos melhor se encaixam na enzima para bloqueá-la ou inibi-la”, diz Braga.
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