Egresso da UFSC participa de evento de cientistas empreendedores na Suíça

06/04/2022 11:28

Lucas Bories Fachin (Foto: Divulgação)

O egresso da UFSC Lucas Bories Fachin, engenheiro químico e mestre em Ciência e Engenharia de Materiais pela Universidade, foi um dos 10 cientistas brasileiros selecionados para participar do AIT Camp 2021-2022, realizado na Suíça pela Swissnex, organização que conecta a Suíça e o Brasil com ações em educação, pesquisa e inovação. Ele se juntará à pesquisadora Franciele de Matos Morawski, recém egressa do Programa de Pós-graduação em Química da Universidade Federal de Santa Catarina, também escolhida para o seleto grupo que participa do evento, que ocorre de 3 a 9 de abril.

O AIT é um programa realizado na Suíça pela Swissnex em colaboração com a Universidade de St. Gallen (HSG), da Suíça, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC) e tem como objetivo conectar empreendedores promissores com a indústria por meio de uma parceria Brasil-Suíça.

O projeto do Lucas envolve a produção de insumos nanotecnológicos para diversos segmentos da indústria. Inicialmente, o projeto focou na utilização de um método físico, mais sustentável e que produz nanopartículas ultra puras e controladas, ideais para aplicações em mercados de alto valor agregado como medicina (tratamento de câncer), diagnósticos (testes rápidos) e novas tecnologias (baterias, células solares, entre outras), e que é a tecnologia principal da Nanogreen, empresa que Lucas ajudou a fundar e da qual é atualmente o executivo principal.

Ao longo do tempo, o projeto evoluiu e hoje engloba também a expansão e popularização da nanotecnologia para outros mercados como tintas, polímeros, têxteis e espumas, por exemplo.

A pesquisa referente à tecnologia da Nanogreen foi apresentada em matéria publicada no ano de 2020, quando Lucas e Letícia Silva de Bortoli, também egressa da UFSC, receberam o prêmio de melhor post do Congresso Panamericano de Nanotecnologia pelo desenvolvimento de nanopartículas de ouro ultra puras para aplicações em dispositivos biomédicos.

Na época, Lucas e Letícia desenvolviam suas pesquisas no Laboratório de Processamento Cerâmico (Procer) e no Núcleo de Pesquisas em Materiais Cerâmicos e Compósitos (Cermat), ambos associados ao Laboratório Interdisciplinar para o Desenvolvimento de Nanoestruturas (Linden), do departamento de Engenharia Química da UFSC, em Florianópolis.

Oportunidades
A primeira etapa do programa de treinamentos aconteceu em novembro de 2021, no Brasil, durante uma semana em que os participantes receberam treinamentos relacionados a como trazer suas pesquisas e inovações para o mercado, identificar oportunidades e organizar sua ideia e diferenciais em apresentações atrativas para clientes e investidores. Nesta primeira etapa, a apresentação do Lucas foi agraciada com o prêmio de melhor pitch brasileiro do programa.

Agora, a segunda etapa ocorrerá na Suíça. Segundo Lucas, o evento será uma ótima oportunidade para conhecer o ambiente de inovação e empreendedorismo da Suíça, representando e divulgando ainda as empresas às quais está ligado e seus produtos, além de encontrar novos parceiros, clientes e colaborações.

 

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Pesquisa da UFSC sobre melhoria de ossos sintéticos é apresentada em congresso na China

22/06/2012 08:45

Segundo José, foi muito importante apresentar o trabalho para uma plateia onde estavam autores que são referências mundiais na área de biomateriais

A UFSC deixou sua assinatura em um dos principais congressos do mundo na área de biomateriais. Trabalho desenvolvido junto ao Grupo de Pesquisa em Biomateriais, ligado ao Núcleo de Pesquisa em Materiais Cerâmicos e Vidros (Cermat), do Departamento de Engenharia Mecânica, foi apresentado durante o 9th  World Biomaterials Congress, realizado na China no início de junho.

O Grupo de Biomateriais desenvolve produtos voltados ao corpo humano e o estudo apresentado na China é parte do doutorado de José da Silva Rabelo Neto. Físico, com investigações sobre a produção de ossos em laboratório desde sua graduação, José estuda agora a adição de estrôncio e de magnésio em um pó sintético semelhante à composição do osso humano. O pó é constituído por hidroxiapatita, um fosfato de cálcio que forma 70% dos ossos. Para a síntese em laboratório são usadas soluções químicas sob parâmetros específicos e controlados.

De acordo com o pesquisador, estimular a densificação de ossos e colaborar com a redução da rejeição são algumas das vantagens do novo material. “Ele pode estimular a formação do osso natural na região em que for usado”, destaca José. Ele explica que compostos do gênero já são usados em outros países, mas no Brasil o desenvolvimento do osso sintético com adição de elementos químicos é pioneiro. “Foi muito importante apresentar o trabalho para uma plateia onde estavam autores de artigos que leio há anos e que são referências mundiais na área”, comemora José.

Ortopedia e odontologia
“Chama-se de dopar o material”, explica o sergipano que fez seu mestrado na USP, em Ciências do Material, e desenvolve seu doutorado junto ao Programa de Pós-Graduação em Ciencias e Engenharia de Materiais da UFSC, com orientação do professor Márcio Celso Fredel. Segundo ele, o novo material tem potencial para uso na ortopedia e odontologia (o esmalte que cobre os dentes também é formado pela hidroxiapatita).

Uma das aplicações do osso sintético em pó com adição das substâncias poderia ser, por exemplo, recobrir próteses metálicas usadas em articulações, prevenindo a rejeição no corpo e melhorando a integração implante-osso. Como o novo material melhora a densidade óssea, também tem potencial para auxiliar no controle da osteoporose.

José explica que a incorporação do estrôncio aumenta a massa óssea, estimula a formação dos ossos e melhora as propriedades mecânicas do material. O magnésio provoca mudanças no cristal do pó, deixando mais semelhante ao osso natural e diminuindo sua dissolução e fragilidade. As aplicações dependem de pesquisas futuras, voltadas a transformar o material pesquisado por José em um produto.

Mercado
Novas fases do trabalho terão suporte do Projeto PRONEX-BioEng, um dos núcleos de excelencia em pesquisa contemplados na Chamada Pública 004/2010 da Fapesc. Para chegar ao mercado, o novo osso sintético poderá também ter apoio do programa Sinapse da Inovação, promovido pela Fapesc e realizado pela Fundação Certi com o objetivo de prospectar e transformar boas ideias do meio acadêmico em negócios de sucesso.

O Sinapse está dando suporte à criação da empresa Innovacura Biomateriais, há menos de um ano encubada no Parque Celta – Pedra Branca, e que tem José Rabelo como um dos diretores. Segundo ele, dois pedidos de registro de patentes de futuros produtos já estão sendo encaminhados. Além disso, durante sua viagem para a China, o físico fez contatos com empresas de biomateriais com interesse no mercado brasileiro e também com o Centro Nacional de Pesquisas de Engenharia em Biomateriais, sediado na Universidade de Sichuan, buscando oportunidades de colaboração com o Brasil.

Mais informações: José da Silva Rabelo / jsrabeloneto@gmail.com / (48) 3721-7702

Por Arley Reis / Jornalista da Agecom
Fotos da Galeria: Wagner Behr / Agecom

 

Saiba Mais:

Projeto PRONEX-BioEng
O Núcleo de Excelência em Engenharia Biomecânica e Biomateriais, integrante do Instituto BioSanta-UFSC, reúne grupos e laboratórios da UFSC, Fundação Certi, Univille e Udesc, nas áreas de medicina, engenharia mecânica, engenharia de materiais, engenharia química, matemática, física, química e biologia.

O objetivo é o desenvolvimento e a disseminação de conhecimentos relacionados ao projeto, fabricação, testes de validação, desempenho mecânico e bioquímico, estudos citológicos e clínicos de implantes e dispositivos para o setor da saúde. O PRONEX-BioEng é financiado pela Fundação de Pesquisa de Santa Catarina (Fapesc) e pelo CNPq.

Principais objetivos:
 – Desenvolvimento de produtos e implantes biomédicos, além de apoio à industrialização, visando reforçar a indústria catarinense e brasileira neste setor.

– Formação de pessoal especializado no desenvolvimento, validação e industrialização de produtos biomédicos.

– Geração e transferência de conhecimentos sobre a produção e industrialização de produtos biomédicos por meio da divulgação em revistas especializadas, conferências, seminários e cursos para a comunidade.

– Apoio à implantação de novas empresas oriundas de pesquisas desenvolvidas (spin off) no setor de fabricação de produtos e implantes biomédicos.

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