Lançamento da Editora da UFSC traz 78 ilustrações da Guerra do Contestado feitas por Hassis

23/05/2023 18:39

A Editora da UFSC, com apoio do Departamento Artístico Cultural (DAC) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), lança a obra Guerra do Contestado Ilustrada, em mais uma edição do Livro na Praça, nesta sexta-feira, 26 de maio. O evento será promovido na Igrejinha da UFSC, no Campus de Florianópolis, a partir das 18h. O livro traz 78 ilustrações feitas, em 1984, a nanquim com a técnica bico de pena, pelo artista plástico catarinense Hassis. O texto, que narra a saga do conflito e seus impactos, é de autoria de Marli Auras, professora aposentada da UFSC.

No evento, o professor Godofredo de Oliveira Neto, catarinense membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) que já publicou obras sobre a Guerra do Contestado, irá ministrar palestra sobre o tema. Está marcado também um show musical, com os artistas Iara e Pedro Germer. O evento é gratuito e aberto à comunidade. O livro Guerra do Contestado Ilustrada pode ser adquirido na Livraria da UFSC, no Centro de Cultura e Eventos, em Florianópolis, ou na loja on-line.

As ilustrações do artista Hassis na obra – em preto e branco – têm traços firmes e substantivos, convidando o leitor a conhecer aqueles tempos e aquelas paragens que foram palco da Guerra do Contestado (1912-1916). Muitos desenhos são acompanhados de anotações do próprio artista sobre a cena retratada. “Impossível acompanhar com indiferença a sucessão de quadros, a força histórico-cronológica de sua admirável representação artística e a sua leitura humanista da luta cabocla”, escreve Marli no prefácio da obra.
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Livro na Praça terá encontro sobre Guerra do Contestado

29/09/2022 08:14

A próxima edição do projeto Livro na Praça, que ocorre na sexta-feira, 30 de setembro, terá a apresentação do livro Guerra do Contestado com Marli Auras, e apresentação musical de Jéferson Silveira Dantas. O evento ocorre 18h, na Igrejinha da UFSC, com o objetivo de promover um encontro do escritor com o leitor.

O livro de Marli Auras, originalmente lançado em 1984, é referência obrigatória para quem deseja estudar e compreender a Guerra do Contestado. Um autêntico clássico. Contrariando toda uma tradição historiográfica conservadora sobre o tema, a autora reconhece no movimento rebelde dos caboclos uma especificidade pedagógica: a construção da irmandade, norteada por uma visão de mundo capaz de reunir e manter unido um considerável número de sertanejos. À maneira dela, a irmandade cabocla resistiu ao avanço da ordem capitalista, invasora abrupta de seu espaço e seu tempo.

A Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC) realizará o projeto até dezembro, sempre às sextas-feiras. No encontro, o autor convidado fará uma fala de cerca de 40 minutos sobre sua obra, em linguagem acessível, permitindo ao final um debate com os presentes. A Editora disponibilizará o livro apresentado, e outras obras afins, para serem adquiridas por um preço promocional.

OUTUBRO | Literatura em Santa Catarina

Dia 7 – Os mortos de abril – pequeno diário higiênico
Autor: Amilcar Neves

Dia 14 – Os milagres do cão Jerônimo
Autor: Péricles Prade

Dia 21 – Ao que minha vida veio
Autor: Alckmar dos Santos

Dia 28 – Não haverá evento – Dia do servidor público

NOVEMBRO | História do Brasil

Dia 4 – Literatura e Política no Estado Novo
Autor: Adriano Luiz Duarte

Dia 11 – As duas faces da moeda – as contribuições de JK e Gilberto Freyre ao colonialismo português
Autor: Waldir José Rampinelli

Dia 18 – A batalha de papel: a charge como arma na guerra contra o Paraguai
Autor: Mauro César Silveira
Expositor: Luiz Felipe Zimmermann

Dia 25 – Uma ilusão de desenvolvimento – nacionalismo e dominação burguesa nos anos JK
Autor: Lúcio Flávio de Almeida
Expositor: Nildo Ouriques

DEZEMBRO | Jornalismo Alternativo

Dia 2 – Líricas: a palavra amorosa do cotidiano

Autora: jornalista Elaine Tavares

Dia 9 – A rebelião do vivido no jornalismo independente de Florianópolis

Organizadora: Miriam Santini de Abreu

Expositora: jornalista Paula Guimarães

Dia 16 – Falsa compreensão do que seja mídia independente

Expositora: jornalista Rosângela Bion de Assis

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Lançamento de livro que revela em fotografias o centenário da Guerra do Contestado

18/11/2015 16:27

O lançamento do livro “Revelando o Contestado: as fotografias na história do centenário da guerra” será realizado no dia 23 de novembro de 2015, às 19h, no Salão de Atos da Unochapecó. A partir desta data, a versão digital da obra estará disponível para download no site da Editora Argos.

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Palestra aborda uso pioneiro da aviação militar no conflito do Contestado

01/06/2012 14:06

 

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Assunto que atrai a atenção de professores e estudantes, especialistas e leigos, o uso pioneiro da aviação no conflito do Contestado foi tema de palestra feita na manhã desta sexta-feira, dia 1º., no auditório da reitoria da UFSC, pelo professor Cláudio Calaza, da Universidade da Força Aérea (Unifa), do Rio de Janeiro. Falando dentro da programação do Simpósio sobre o Centenário do Movimento do Contestado, ele fez um histórico das circunstâncias que levaram o Exército brasileiro a decidir pela utilização de aviões no trabalho de identificação das áreas ocupadas pelos revoltosos e, posteriormente, no ataque a esses focos, casos as operações se mostrassem viáveis.

Durante a exposição, ficou claro que o Exército não estava preparado para esse tipo de ação e que não conseguiu fazer um planejamento mínimo que garantisse o êxito da iniciativa. Por isso, a estratégia fracassou, resultando na morte do tenente Ricardo Kirk (o primeiro aviador brasileiro, com formação na França) durante sobrevoo da região conflagrada, na divisa de Santa Catarina com o Paraná. Essa questão também suscita diferentes leituras sobre as motivações dos comandantes militares, entre elas a de que o grande poderio militar da Argentina, na época uma das maiores forças da economia mundial, representava uma ameaça para os estados da região sul do Brasil.

Professor de história militar na Academia de Força Aérea, Calaza percebeu que depois do livreto “A aviação militar no Contestado – Réquiem para Ricardo Kirk”, lançado pelo historiador catarinense Nilson Thomé em 1986, nada mais foi publicado sobre o tema. Por isso, após concluir tese de doutorado na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), ele concentrou suas forças na busca de novas fontes. Outra motivação foi o fato de saber que o Contestado sempre foi considerado um conflito bélico secundário pela historiografia brasileira.

O emprego de aviões militares nunca havia acontecido no continente sul-americano, mesmo que Chile e Argentina estivessem mais adiantados nesse campo. E foi incorporado à prática do Exército apenas três anos após as experiências realizadas na guerra ítalo-turca, no norte da Europa, em 1911. “Os motores ainda eram fracos e os aparelhos, frágeis, construídos com madeira, bambu, lona e fios de arame”, afirma Calaza.

O pesquisador carioca buscou o que chama de “elo perdido” para explicar a decisão dos militares na figura do tenente João Moraes de Niemayer, que veio para o sul do Brasil, de trem, ao lado do marechal Setembrino de Carvalho, responsável pela repressão ao levante do Contestado, em 1914. Influenciado por Niemayer, Setembrino requisitou aparelhos, Ricardo Kirk e o italiano Ernesto Darioli junto ao Aeroclube Brasileiro, no Rio. Eles vieram, montaram os aviões (transportados por via férrea) e começaram as operações de reconhecimento, até o acidente fatal, próximo a Porto União.

“Habituado a operações no Rio de Janeiro, o Exército não conhecia as adversidades de relevo e clima na região sul”, informa Cláudio Calaza. Aqui, havia campos de pouso apenas em Canoinhas e Rio Negro, que nunca foram aproveitados. Os próprios aviadores falavam da ‘imensidão verde de araucárias’ para caracterizar o terreno, e por isso se guiavam pelo curso dos rios e da estrada de ferro. Na busca pelo reduto de Santa Maria, Kirk chegou a sofrer um primeiro acidente, no qual sobreviveu, até morrer mais tarde, quando não conseguiu romper a serra da Taquara Verde”.

Versão militar – O encerramento do simpósio se deu com a conferência “A guerra, a memória, a história: os historiadores de farda e a escrita da história do Contestado”, a cargo do professor Rogério Rosa Rodrigues, da Udesc. Ele avaliou o legado de historiadores militares como Demerval Peixoto, Herculano D’Assumpção, José Pinto Soares, Ezequiel Antunes Oliveira, Antonio Alves Cerqueira e o catarinense José Viera da Rosa como espectadores do conflito e os registros que deixaram para as gerações seguintes.

As próximas etapas do simpósio serão realizadas na Universidade Federal de Pelotas (RS), entre os dias 29 e 31 de agosto, e na Universidade Federal da Fronteira Sul, em Chapecó, de 18 a 22 de outubro. A intenção dos organizadores é “debater o movimento nos aspectos que envolvem história, cultura, literatura, economia, memória e a sociedade da região atingida pelo movimento do Contestado”. O ano de 2012 marca o centenário do início do conflito, que teve duração de quatro anos.

Mais informações: simpsiocentenriocontestado1912-2012.blogspot.com.br e centenariocontestado@gmail.com.

 

Por Paulo Clóvis Schmitz/ Jornalista na Agecom

 

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