Alunos de cinema da UFSC integram equipe de curta-metragem exibido no festival de Cannes

24/05/2022 10:06

O curta-metragem catarinense A Fita Vermelha, que tem na equipe alunos do curso de cinema da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), será exibido no início da tarde desta terça-feira, 24 de maio, no festival de Cannes, na França. A obra que conta a história de Helga, uma mulher que abriu mão dos seus sonhos para administrar um negócio da família, venceu o 48HFP Ibero Challenge 2021 e, em março deste ano, fez parte da programação do Festival Filmapalooza, em Washington, nos Estados Unidos.

O filme foi feito para o 48HFP – competição internacional de cinema em que o objetivo é criar um curta-metragem em apenas 48 horas – e está sendo exibido no circuito do projeto, cujo última etapa é a exibição no Short Film Corner no Festival de Cannes. Foi a primeira vez que uma produção brasileira venceu o concurso. O Ibero reúne diversas equipes em diferentes cidades do mundo. Um tema, um objeto de cena, um personagem e uma frase que devem ser usados no filme são sorteados na hora; tudo para garantir que o curta de fato seja criado no período estabelecido. Na última edição, 34 obras competiram pelo título.

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Realizado em Florianópolis e sob a direção de Nestor Luiz, o curta tem na equipe cinco estudantes da 5ª fase à 8ª fase do curso de cinema: Pedro Meditsch, na direção de fotografia; Rômullo Furtado Beltrame, na assistência de fotografia; Mirna Melo, na direção de arte; Jordana Beck, 1ª assistência de direção; e Sofia D’avila, na assistência de produção. Além de levar o prêmio de Melhor Filme no Ibero, a produção catarinense também venceu nas categorias Elenco, Produção, Direção, Figurino, Roteiro, Fotografia e Edição.

“Ganhar nas diversas categorias, menções honrosas para atriz, dentre outros prêmios, foi fascinante. Isso nos incentivou a produzir ainda mais e o reconhecimento com a nossa ida ao festival de Cannes é inspirador, nos faz olhar para o cinema que produzimos e querer cada vez mais que o mundo o veja também”, declarou Rômullo Beltrame, que está na França para participar do festival. Também estão na Europa para acompanhar a exibição do curta Nestor Luiz, Gabriela Magnani e Pedro Meditsch.

Outros seis curtas brasileiros estão presentes no Short Film Corner do Festival de Cannes, que não se trata de uma seleção competitiva. Estão também na lista Circular, de Gabriel Oliveira Martins; Goma, de Igor Vasco; Imaginário carnaval, de Bernardo Costa; Madrugada, de Leonardo da Rosa e Gianluca Cozza; e Vermelho quimera, de Thiago Soares e Oskar Metsavaht. Produzido pela Way of Club, A Fita Vermelha teve um orçamento de R$ 7 mil.

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UFSC na mídia: cineasta fala sobre prêmio em Cannes

11/06/2019 16:59

A cineasta Nina Kopko foi entrevistada pelo G1. Formada em Cinema pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a cineasta atuou como diretora-assistente do filme “A vida invisível de Eurídice Gusmão”, vencedor do prêmio de melhor filme na mostra “Um certo olhar” (Un certain regard), principal festival paralelo de cinema de Cannes. Nina foi também a responsável pela sugestão de adaptação do livro homônimo de Martha Batalha para o cinema. Confira o texto completo aqui.

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‘Em momento de ameaças à cultura, vencer em Cannes é significativo ao cinema brasileiro’

31/05/2019 18:05

Cartaz do filme A Vida Invisível de Eurídice Gusmão

Com previsão de lançamento em novembro, A vida invisível de Eurídice Gusmão é o primeiro filme brasileiro a vencer a premiação principal da mostra “Um certo olhar” (Un certain regard), principal festival paralelo de cinema de Cannes, voltado a filmes com linguagem experimental. A premiação ocorreu na última sexta-feira, 24 de maio, e conta com Nina Kopko, formada em Cinema na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), como diretora assistente.

Com elenco de reconhecimento internacional – com nomes como Fernanda Montenegro, Carol Duarte, Júlia Stockler, Gregório Duvier e Nikolas Antunes – a obra é uma adaptação do livro homônimo de Martha Batalha e narra a história de duas irmãs cariocas que, nos anos 1950, veem seus sonhos fenecerem ante a estrutura patriarcal da sociedade da época.

“É um filme com uma estrutura bem clássica, com início, meio e fim e conta a história de Eurídice, uma mulher impossibilitada de viver seus sonhos, de ser quem gostaria ser para além do papel de mãe, esposa e dona de casa. Guida, a outra protagonista, é uma mãe solo, abandonada pela família – e o Brasil ainda é um dos países com o maior número de crianças sem o pai na certidão de nascimento. Ainda que tenhamos avanços notáveis na independência das mulheres, a maior parcela de nós segue destituída de seus desejos e aspirações, pela cultura patriarcal e pelo capitalismo. O filme pode remeter às vidas das nossas avós, das nossas mães, mas não deixa de ser um retrato atual sobre a invisibilidade da maior parte das mulheres desse país”, afirma Nina.

‘Premiação em Cannes é reconhecimento à alta qualidade do cinema brasileiro’

A primeira conquista para o cinema brasileiro na principal mostra paralela do Festival de Cannes, onde concorrem ao prêmio principal 18 filmes, é de importância ímpar. Segundo Nina, “ganhar esse prêmio é um reconhecimento muito importante, não só para a carreira do filme, mas para o cinema nacional. Somados a essa nossa conquista, o prêmio do júri ao [filme] “Bacurau” [vencedor do prêmio do júri, em Cannes, no dia 29], e a presença de uma diretora estreante na Quinzena dos Realizadores (Alice Furtado, diretora de “Sem Seu Sangue”), traz um holofote para a produção de cinema no país, que é prolífera, consistente e inventiva. Nesse momento de sequentes ameaças à cultura do país, jogar essa luz ao nosso cinema dentro do maior festival de cinema do mundo é muito significativo e relevante”.
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