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Tributo em homenagem ao professor Lúcio Botelho ocorreu no Templo Ecumênico da UFSC (Fotos: Vinícius Graton/Agecom/UFSC)

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) prestou nesta sexta-feira, 11 de outubro, uma série de homenagens ao professor Lúcio José Botelho, falecido no dia 4 de outubro, aos 71 anos. As homenagens iniciaram por um tributo ao professor Lúcio no Templo Ecumênico da Universidade, que teve a presença de familiares e também de muitos amigos e ex-colegas.

Após esta cerimônia, o Centro de Ciências da Saúde (CCS) promoveu uma sessão do Conselho da Unidade na qual foi aprovada a proposta de dar o nome de Lúcio Botelho ao auditório da Graduação. O plantio de uma árvore frutífera próximo às edificações do CCS, com parte das cinzas do ex-reitor, encerrou as homenagens.

A notícia da morte do professor Lúcio, ao se espalhar, comoveu toda a comunidade, dentro e fora da Universidade. Há 50 anos, Lúcio escrevia sua história nesta instituição – de estudante a docente. Sete dias se passaram desde a sua despedida repentina.

Família, amigos, autoridades e a comunidade em geral preencheram o espaço ecumênico da UFSC para tão somente relembrar as múltiplas facetas do professor Lúcio, sua trajetória e o seu legado. De forma simples, como ele próprio gostaria que fosse, as pessoas presentes ao tributo deixavam os seus depoimentos, em que palavras que o caracterizavam eram sublinhadas.

Árvore frutífera fertilizada com as cinzas do ex-reitor foi plantada nos jardins do CCS

Para os que fizeram parte de sua vida, Lúcio era alguém vivaz, sábio, sincero, amigo, genuíno, próximo, disponível, parceiro, contagiante, autêntico, irreverente, enfim, foram tantos adjetivos que não cabem em apenas um parágrafo.

“Foram tantos em um só”, frisou o professor Áureo Moraes, que trabalhou junto com Lúcio quando reitor da UFSC. Moraes iniciou a homenagem evidenciando as singularidades de Lúcio que foi pai, companheiro, avô, médico, professor, atleta, defensor do SUS (Sistema Único de Saúde) e da Atenção Primária em Saúde.

Referência na UFSC e na Saúde Pública, Lúcio também foi lembrado pelas muitas contribuições como gestor universitário e na Medicina. Um de seus filhos presentes na cerimônia, João Francisco Botelho, disse que o pai havia “dialeticamente construído essas estruturas”, em que a UFSC lhe permitiu e ele retribuiu desta forma. Em suas memórias de infância, “a UFSC era o seu quintal” e o olhar do pai para a instituição o fez vislumbrar o crescimento e o fortalecimento da Universidade, do seu Hospital Universitário, e o estabelecimento do atendimento 100% gratuito.

A Administração Central da UFSC esteve presente na solenidade, representada pelo reitor Irineu Manoel de Souza, a vice-reitora Joana Célia dos Passos, membros do Gabinete, pró-reitores e secretários. Em sua fala, o reitor enfatizou o lado humano e colaborativo do amigo de longa data. “Uma grande perda para a nossa Universidade, sempre dedicado às causas sociais e à Saúde Pública com contribuições e projetos importantes para a sociedade nessa área do conhecimento”. Destacou que em todos esses anos, Lúcio sempre esteve ativo no Departamento de Saúde Pública. O professor e pesquisador foi reitor da UFSC de 2004 a 2008, e vice-reitor, entre os anos de 1996 a 2004, e ainda Chefe de Departamento e Diretor do CCS.

Conselho de Unidade do CCS deu nome do professor Lúcio ao auditório da Graduação

Nos anos à frente da Reitoria da UFSC, Lúcio Botelho deu início ao processo de interiorização da UFSC com a definição dos locais para a instalação dos campi em Joinville, Curitibanos e Araranguá. Institucionalizou a Educação a Distância (EaD), inicialmente com 16 polos. Em 2006, nomeou uma comissão para propor um Programa de Ações Afirmativas. As cotas para ingresso na Universidade foram aprovadas em 2007 e começaram a vigorar a partir de 2008.

O professor Lúcio também foi responsável pela primeira comissão de estudos para viabilizar a criação da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS). Sua gestão foi ainda caracterizada por redefinir as prioridades da internacionalização, dando ênfase a projetos horizontais.

Formado em Medicina na UFSC no ano de 1977, fez sua especialização em Saúde Pública na Fundação Oswaldo Cruz (1978), mestrado em Saúde Pública pela UFSC (2003) e doutorado em Saúde Pública pela UFSC (2016).

Rosiani Bion de Almeida/SECOM/UFSC