Taxa de mortalidade na UTI Covid do HU/UFSC cai para 20%

10/08/2021 09:48

A taxa de mortalidade de pacientes internados com Covid-19 na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago da Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC) caiu de 27% para 20%, na comparação entre os dados de 2020 e 2021. Para efeito de comparação, dados da Associação de Medicina Intensiva Brasileira apontam uma taxa de 50% nas UTIs da rede pública e 30% na rede particular.

O médico intensivista, Rafael Lisboa de Souza, atribui o desempenho da unidade à atuação da equipe multiprofissional e ao dimensionamento dos recursos humanos no HU/UFSC para tratamento intensivo de pacientes Covid. “Os recursos humanos bem dimensionados, capacitados e motivados fazem toda diferença no HU”, disse o especialista, citando a atuação das equipes de enfermagem, fisioterapia, medicina, nutrição, fonoaudiologia e psicologia.

Ele citou ainda a atuação de especialidades na unidade. “A cirurgia torácica e de cabeça e pescoço realizando as traqueostomias de forma segura, as diversas especialidades clínicas que cuidam destes doentes antes e depois da UTI, os serviços de apoio e a atuação da diretoria resultaram nestes números”, resumiu o médico.

De acordo com dados da UTI Covid, em 2020 foram internados 159 pacientes contaminados com o SARS-COV-2, sendo registrados 43 óbitos (27%) e até o início de agosto de 2021, houve 222 internações, com 45 óbitos (20%). “Ou seja, mesmo com um aumento nos casos e até uma sobrecarga que foi registrada em todos os hospitais, o percentual caiu no HU”, disse o médico, afirmando que a unidade passa por um período de relativa tranquilidade neste início de agosto, mas está preparada para um possível aumento na demanda, em função de novas variantes. “Essas condições que eu apontei habilitam a UTI para manter a taxa de desempenho mesmo com um novo cenário”, afirmou.

A chefe da Unidade de Reabilitação do HU, Luiza Martins Faria, dá como exemplo a atuação da equipe, formada por fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais. “A equipe está envolvida em diversos processos de trabalho da Unidade e realiza as suas ações de forma comprometida, engajada, baseada em evidências e humanizada. Desta forma contribui com a equipe multiprofissional para os resultados da unidade. Destaca-se também, a atuação integral do profissional fisioterapeuta na UTI, perfazendo o período de 24 horas, o que impacta diretamente na qualidade e resultados assistenciais”, disse.

Um dos pontos fortes da atuação da equipe multiprofissional do HU foi a criação de protocolos de atendimento, treinamento e capacitação dos profissionais, o que permite um atendimento sistematizado, de maneira que cada um saiba o que deve ser feito e o que o outro está fazendo.

Além disso, o HU é um dos hospitais que participa do programa Melhorando a Segurança do Paciente em Larga Escala, que oferece mecanismos para a padronização e para a redução de eventos adversos no atendimento. Por meio deste programa, são realizadas reuniões diárias envolvendo toda a equipe em cada leito e, neste momento, são definidas as metas para o atendimento de cada paciente.

A superintendente do hospital, professora Joanita Angela Gonzaga Del Moral, reforçou a importância da atuação da equipe assistencial e de todos os demais profissionais envolvidos com a organização e estruturação do HU. “É motivo de orgulho quando o hospital mostra este desempenho”, afirmou a dirigente.

A enfermeira Carina Acosta, chefe da UTI, disse que os procedimentos de trabalho contribuíram para os resultados, com destaque as estratégias adotadas para atender as demandas da unidade. “Nessas reuniões quinzenais do time de resposta rápida, que envolvia diversas áreas do hospital com a direção, estabelecíamos as melhores práticas e novos protocolos que buscavam a racionalização de medicamentos no momento mais crítico da pandemia em âmbito mundial”, explicou.

Ela destacou ainda que os resultados estão atrelados a qualificação dos profissionais que atuam na UTI, o desenvolvimento dos trabalhadores que integram a equipe do HU, pelos processos emergenciais de contratação e equipe de Fisioterapia 24 horas, entre outros. “Importante salientar a qualidade dos insumos que sempre estiveram disponíveis para que os profissionais pudessem realizar uma assistência de excelência”, acrescentou.

Francisco recebeu alta no final de julho e foi recepcionado por familiares

História de paciente é reflexo de desempenho da equipe

Os números da UTI do HU/UFSC se refletem em histórias como a de Francisco da Silva, um morador de Santo Antônio de Lisboa que passou 70 dias internado no hospital, sendo 45 na UTI. No final de julho, ao receber alta, o ex-paciente foi recepcionado por um grupo de parentes para comemorar o momento.

A UTI Covid do HU recebeu uma média de 35 pacientes por mês durante este ano, sendo que o menor número de internações (23) foi registrado em maio e o maior (39), em fevereiro. De abril de 2020 até maio deste ano, de acordo com dados do DataSUS, foram internadas 648 pessoas no hospital com Covid-19.

Texto: Unidade de Comunicação Social – HU/UFSC
Fotos: Sinval Paulino/Divulgação

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