Professoras da UFSC Araranguá orientam pessoas com doenças respiratórias crônicas

06/04/2020 17:55

Um grupo de professoras do Departamento de Ciências da Saúde do campus de Araranguá da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) elaborou um documento voltado à orientação em relação à Covid-19 para pessoas com doenças respiratórias crônicas. O material reúne os sintomas a que esses indivíduos devem ficar atentos, medidas de prevenção para adultos e crianças e instruções sobre o que deve ser feito em caso de exacerbação da doença, além de detalhar as principais ações relacionadas ao tema desenvolvidas no Campus Araranguá. Duas cartilhas complementam o artigo, com um guia ilustrado de etiqueta respiratória e orientações para realização de exercícios domiciliares por indivíduos com doenças respiratórias crônicas.  

Segundo as autoras, os cuidados descritos são especialmente importantes porque essas pessoas têm maior propensão a apresentar a forma mais grave da Covid-19. Elas alertam ainda que, apesar de, na média, a gravidade da doença em crianças ser de leve a moderada, “é sabido que nas crianças prematuras, os sistemas respiratório e imunológico são imaturos, levando a um aumento das chances de infecções do trato respiratório”.

Assinam o documento as professoras Livia Arcêncio do Amaral, Danielle Soares Rocha Vieira  e Cristiane Aparecida Moran. Também colaboraram Talita Tuon, professora do Programa de Pós-graduação em Ciências da Reabilitação da UFSC, Gabriela Leopoldino, fisioterapeuta do Instituto de Cardiologia de Porto Alegre, e as estudantes Natália Consoni, Juliana Bastos de Oliveira e Niágeri Cioato, do curso de graduação em Fisioterapia da UFSC. 

Prevenção

Guia de etiqueta respiratória orienta sobre medidas de prevenção

Além das estratégias relativas à etiqueta respiratória, as pesquisadoras apontam que outras recomendações importantes para pessoas com doenças respiratórias crônicas precisam ser consideradas:  

  • manter a utilização adequada das medicações prescritas pelo médico responsável;
  • ficar atento se os sintomas respiratórios estão estáveis. Em caso de piora, se possível, entrar em contato com o médico responsável por telefone. Além disso, a maioria das cidades contam atualmente com centrais de atendimento e centros de triagem para pessoas com suspeita de infecção pela Covid-19;
  • manter alimentação balanceada, hidratação, bons hábitos de sono e vacinar-se.
  • cessar tabagismo: estudos têm mostrado que indivíduos que fumam apresentam maior chance de desenvolver a forma mais grave da doença;
  • realizar exercícios e técnicas respiratórias para auxiliar no controle da sensação de falta de ar e na eliminação do catarro;
  • manter-se fisicamente ativo por meio de exercícios que possam ser realizados em casa;
  • respeitar o distanciamento social e sair de casa somente em caso extremamente necessário e, no retorno para casa, seguir as recomendações de higienização e desinfecção.  É importante que os familiares que moram na mesma casa respeitem as orientações de isolamento e tenham boas condições de higiene;
  • manter a casa ventilada e higienizá-la diariamente com água e sabão e em seguida usar álcool 70% ou desinfetante, tomando cuidado para não usar produtos que piorem os sintomas respiratório.

Cartilha reúne orientações de exercícios respiratórios, técnicas para remoção da secreção e exercícios para movimentação corporal

Exercícios respiratórios

A reabilitação pulmonar é considerada essencial na abordagem dos pacientes com doenças respiratórias crônicas. Em decorrência da pandemia de Covid-19 e da necessidade de distanciamento social, os pacientes não estão realizando a reabilitação em nível ambulatorial. Dessa forma, orientações relativas à continuidade do tratamento em casa são de grande importância. Com isso em vista, o grupo desenvolveu uma cartilha digital para adultos com orientações para realização de exercícios respiratórios para alívio da falta de ar, técnicas para auxiliar na remoção da secreção e exercícios para movimentação corporal que podem ser realizados no ambiente domiciliar. 

Sintomas

Os sintomas respiratórios relacionados à Covid-19 são: tosse (geralmente seca); espirros (raro); coriza ou nariz entupido (raro); dor de garganta e falta de ar. Sintomas que devem ser considerados como sinais de alerta de emergência e que requerem necessidade de atendimento médico são: dificuldade em respirar; dor ou pressão persistente no peito; confusão mental ou incapacidade de despertar; lábios ou rosto azulados.

Outros sintomas não respiratórios que também podem ocorrer são: febre; cansaço, dores no corpo e mal-estar, diarreia (raro) e dor de cabeça. Em recém-nascidos, os sintomas mais frequentes são a instabilidade térmica, atividade diminuída, recusa alimentar e frequência respiratória aumentada.

Ações desenvolvidas pela UFSC Araranguá 

As professoras Lívia Arcêncio do Amaral e Danielle Vieira, coordenadoras do Laboratório de Pesquisa em Fisioterapia Cardiovascular e Respiratória da UFSC (Lacor), têm tem dado suporte intelectual para o desenvolvimento do protocolo de atendimento fisioterapêutico de pacientes com Covid-19. Além disso, juntamente com alunas envolvidas no projeto, têm desenvolvido material de divulgação para pacientes com doenças respiratórias crônicas. O Lacor conta com páginas no Facebook e no Instagram

O  Grupo Prematuridade, coordenado pela professora Cristiane Moran, com colaboração do Lacor e da fisioterapeuta do Hospital Regional de Araranguá Susana da Costa Aguiar, elaborou um protocolo de atendimento para a população infantil, com estratégias hospitalares e domiciliares para os cuidados e prevenção da Covid-19. O material será disponibilizado em breve no site do Grupo Prematuridade e na página do Instagram.

O projeto de extensão “Atividade: grupo de atividade para idosos com doenças crônicas não transmissíveis”, coordenado pela professora Heloyse Uliam Kuriki, desenvolveu uma cartilha com orientações para manutenção de realização de exercícios domiciliares durante o período de distanciamento social. 

O Grupo de Trabalho da UFSC Araranguá de Enfrentamento à Pandemia do Covid-19, coordenado pela professora Ione Schneider,  foi criado com o intuito de o Campus Araranguá auxiliar a sociedade neste momento de crise. Já foram realizadas atividades de educação em saúde com abordagem a aproximadamente 3 mil pessoas em barreiras sanitárias. Também são prestados auxílios no monitoramento da pandemia e planejamento das ações na região, no setor de saúde da mulher da Secretaria Municipal de Saúde e no monitoramento de casos suspeitos nos município de Balneário Arroio do Silva e Araranguá. A equipe também trabalha na construção e na divulgação de boletins epidemiológicos e materiais informativos. Além disso, servidores e alunos voluntários desenvolvem diversas ações, como a produção de máscaras para serem utilizadas na proteção dos profissionais de saúde. As atividades e os boletins podem ser acessados no site do grupo de trabalho e no Instagram. 

 

Notícia atualizada em 17 de abril de 2020, às 17h50.

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