Internacionalização da UFSC: comunidade consciente e comprometida com as estratégias

27/09/2018 07:55

Sarah O’Sullivan

A internacionalização na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) deu um passo importante nesta terça-feira, 25 de setembro. Estudantes e servidores participaram da etapa de conscientização sobre o Plano de Internacionalização da universidade. A partir do 1º Colóquio de Internacionalização da UFSC, realizando no Auditório Teixeirão do Centro Tecnológico (CTC), a Secretaria de Relações Internacionais (Sinter) almeja despertar o comprometimento entre servidores e estudantes para que a internacionalização seja cultural nos âmbitos de ensino, pesquisa, extensão e gestão. Assim, a internacionalização deixa de ser algo para depois e passa a ser pensada hoje.

A vice-reitora Alacoque Lorenzini Erdmann frisou a necessidade da formação cidadã planetária, que passa pela internacionalização, “Precisamos de estruturas de formação e de produção do conhecimento articulados para atender aos interesses da Missão e da história da UFSC” e complementou ao dizer “que a universidade tem marcas fortes de internacionalização refletidas na cultura do estado catarinense”.

Um dos desafios levantados foi a necessidade de desmistificar o conceito de que a internacionalização passa pelo simples envio de estudantes e docentes para fora do país. É preciso compreender que a troca de conhecimento com outras nações fortalece a instituição, fomenta o desenvolvimento regional e permite à universidade conhecer o seu melhor.

Lincoln Fernandes

Neste contexto, Lincoln Fernandes, secretário da Sinter, apresentou os seis eixos que norteiam o Plano de Internacionalização, de acordo com o Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI): 1) conscientização, 2) compromisso, 3) planejamento, 4) operacionalização, 5) revisão e, 6) reforço.

“Hoje, aqui, estamos atuando no item 1. O segundo eixo (2) passa pela criação do Comitê de Internacionalização e pela definição das competências das Pró-reitorias e Secretarias da UFSC. O terceiro eixo (3) passa pelo Plano Institucional de Internacionalização, que está atrelado ao PDI. O item 4 se reflete na atuação do Comitê, na tradução dos sites, em nomes comuns de disciplinas, em cursos de idiomas, em projetos e no lançamento do Course Catalogue 2018/2019: courses offered in Foreign Languages for Gratuate and Undergraduate Students. O eixo 5 fará a avaliação e a melhoria contínua da qualidade e do impacto de diferentes aspectos do processo e, o eixo 6, atuará na premiação e reconhecimento da participação de servidores no processo de internacionalização”.

Essa estratégia define uma internacionalização voltada à formação do cidadão para o mundo, sendo que conscientizar a comunidade interna visa mostrar o que está acontecendo na UFSC para se criar uma cultura de internacionalização e fomentar o comprometimento. “A visão de internacionalização é transversal porque não compete apenas à Sinter, pertence a todas as instâncias da UFSC. Todos estão convidados a participar e colaborar com o Plano, que busca, além de conhecermos as nossas fortalezar, melhorar a nossa instituição”, disse Lincoln.

Na oportunidade foi lançado o Course Catalogue 2018/2019: courses offered in Foreign Languages for Gratuate and Undergraduate Students (1° Catálogo de disciplinas ofertadas em línguas estrangeiras pela UFSC) e que proporcionará aos estudantes o convívio internacional.

Mesas de oportunidades

Sarah  O’Sullivan, membro do Education in Ireland, e Hanna Knapp, professora visitante da Alemanha na UFPR, falaram sobre seus países, áreas de pesquisa desenvolvidas, cultura local, bolsas e oportunidades.

Segundo Sarah os investimentos em educação mudaram o contexto da Irlanda em pouco tempo. “Temos orgulho do sistema avançado que mudou o contexto em poucas décadas. A maioria da população, hoje, conclui o ensino médio e vai para a universidade. Temos o melhor salário mínimo da Europa, centros de pesquisa com alto impacto e ações que fixaram os irlandeses no país”. Dentre as áreas de interesse para a formação de grupos de pesquisa entre Brasil e Irlanda estão: Tecnologia da Informação, Robótica, Ética dos Dados (Data Ethics), Plataforma de Modelos de Negócios.

Hanna Knapp

Knapp falou sobre o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico (DAAD no Brasil) e o forte interesse de estudos e pesquisas envolvendo o Brasil e a Alemanha. “O objetivo é promover a internacionalização das instituições de ensino superior da Alemanha”.

O professor da Universidade Estadual Paulista (Unesp), José Celso Freire Júnior, falou a tarde com o propósito de apresentar ideias gerais sobre internacionalização, o que fazer, como fazer e porque fazer, além de algumas soluções adotadas pela Unesp. “Algumas delas já foram abordadas, como o site e documentos em inglês”.

José Celso Freire Júnior

Para Celso é fundamental que as instituições de ensino aproveitem esse movimento para melhorar os seus processos, as oportunidades que oferecem aos seus estudantes, a formação e a busca do conhecimento por meio da pesquisa. “A internacionalização é abrangente, transversal, sendo que o PrInt Capes deu foco às universidade, as motivando a terem um Plano Estratégico de Internacionalização”. O professor reforça que o Brasil tem alcançado destaque no cenário internacional pela quantidade de ciência produzida e, agora, começa a pensar a qualidade dessas parcerias. “Isso mostra que os pesquisadores têm inserção internacional e que a grande questão é como usar essa experiência pessoal para beneficiar a instituição como um todo”.

Após cada uma das falas os presentes puderam aprofundar os assuntos por meio de questionamentos e contribuições.

 

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Nicole Trevisol/Jornalista na Agecom/UFSC

Fotos: Ítalo Padilha/Agecom/UFSC

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