Laboratório produz mudas de alta qualidade para produtor rural de SC

19/10/2011 17:12

Professor Miguel Pedro Guerra explica a multiplicação de mudas de qualidade

O professor homenageado com o Prêmio Pesquisador UFSC 2011 do Centro de Ciências Agrárias (CCA), Miguel Pedro Guerra, participa da 10ª Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão (Sepex) com o estande nº 37 do Laboratório de Fisiologia do Desenvolvimento e Genética Vegetal (LFDGV), localizado na seção de Tecnologia.

Cheio de frascos e tubos de ensaio, o local mostra aos curiosos todas as fases de multiplicação de mudas do abacaxi crioulo, as técnicas utilizadas para massificação da produção em laboratório e traça um comparativo com os processos industriais. A planta tem especial importância no Estado, pois Santa Catarina era líder nacional na produção da fruta, quando uma doença fúngica chamada gomose (Fusarium subglutinans var. subglutinans), que leva à morte da planta, diminuiu a produção estadual. O laboratório tem como prioridade desenvolver e aprimorar técnicas para gerar mudas resistentes e/ou isentas de fungos e bactérias, que possam retornar ao pequeno produtor rural.

Clarissa Caprestano, doutoranda em Recursos Genéticos Vegetais e pesquisadora do LFDGV, esclarece que as plantas cultivadas pelos agricultores têm muitos vírus e bactérias.  Já o laboratório trabalha com o cultivo in vitro (em ambiente laboratorial controlado), oferecendo mais qualidade ao produtor final. “Para exemplificar essa proporção de qualidade, constatamos que os agricultores conseguem de sete a dez mudas novas a partir de uma única planta, e nós obtemos milhares de mudas a partir de uma única planta em poucos meses”, diz Clarissa, citando também que uma planta possui de cinco a dez gemas viáveis.

O mestrando em Recursos Genéticos Vegetais, Dorival de Almeida da Silva, aponta que uma muda ruim cria prejuízos em grande escala e pode contaminar o solo do agricultor. “E, como sempre é feita uma aragem na terra, pode vir a prejudicar todas as plantas do produtor e também as próximas safras, incluindo até as do vizinho, se houver troca de mudas contaminada entre eles. Uma muda boa garante ao produtor uma colheita segura e uma continuidade genética, pois será resistente às pragas e manterá o sabor que escolheu”, ressalta. Nesse ponto Dorival salienta o caráter participativo do laboratório com o produtor do campo. “O agricultor seleciona no campo as melhores mudas, as mais resistentes, e a nossa técnica biotecnológica de propagação em massa possibilita manter o padrão em alto nível.”

Fabiano Deola, engenheiro agrônomo e integrante do estande, reitera que a função do laboratório é otimizar a produção do agricultor, diferentemente de empresas privadas. “Essas indústrias como as de sementes de milho, por exemplo, produzem variedades novas através de cruzamentos controlados ou transgenia, criando plantas nem sempre tão adaptadas as necessidades do produtor. Já nós sustentamos as variedades selecionadas ao longo de anos pelos agricultores, interferindo apenas nos pontos onde eles têm enfrentado problemas, que no abacaxi são a quantidade e a qualidade fitossanitária das mudas produzidas, assim o agricultor tem mais chances de ter plantas com uma melhor adaptação a sua finalidade”, relata o engenheiro.

Projeto em Rondônia

O Laboratório de Fisiologia do Desenvolvimento e Genética Vegetal da UFSC também desenvolve um projeto em Rondônia há um ano, onde oferece capacitação para a produção de abacaxi para cooperativas locais, na área próxima à hidrelétrica de Jirau. Clarissa Caprestano explica que a parceria faz parte de uma compensação socioambiental da hidrelétrica. “Há uma biofábrica que alimenta sete cooperativas de produtores com abacaxi, banana e pupunha (fruta típica da Floresta Amazônica). A biofábrica utiliza mão-de-obra dos cooperados e de jovens aprendizes, e a UFSC dá suporte técnico ao projeto.”

Outras informações pelo site http://www.lfdgv.ufsc.br/, pelo telefone (48) 3721-5331 ou pelo e-mail mpguerra@cca.ufsc.br.

Por José Fontenele/Bolsista de Jornalismo da Agecom

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