Comissão Hospitalar de Transplantes do HU-UFSC faz alerta sobre necessidade de doação de córneas

27/05/2021 10:48

Apesar da pandemia e das dificuldades enfrentadas pelas instituições em todo o mundo, é preciso conscientizar a sociedade e profissionais de saúde sobre a necessidade de manter a doação e captação de córnea, principalmente porque há uma demanda muito grande para este tipo de transplante. O alerta é da Comissão Hospitalar de Transplantes (CHT) do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC/Ebserh), antes chamada de CIHDOTT (Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes), formada por enfermeiros e médicos que atuam no hospital.

Enfermeira Izabelle de Freitas Ferreira, integrante da CHT no HU-UFSC/Ebserh

A CHT é encarregada de cuidar e acolher as famílias dos potenciais doadores em cada etapa do processo de doação, formada por profissionais com experiência em estratégias de comunicação para lidar com as famílias em situações críticas e, com isso, conseguem ajudar estes familiares, apresentando a possibilidade de doação. É essencial mostrar que a doação é um direito da família e que há condições para que este direito possa ser exercido e, neste momento, é preciso reforçar a importância da doação.

De acordo com dados repassados pelo Central de Transplantes de Santa Catarina para a CHT do HU, a fila para transplantes, segundo dados de abril deste ano, está em 402 pessoas por causa da pandemia e da consequente redução do número de doações. Para se ter uma ideia, até o início de 2020, antes da pandemia, não havia fila e os pacientes esperavam cerca de uma ou duas semanas, após a preparação, para o procedimento. Hoje, as poucas córneas que chegam ao banco do Estado são reservadas para casos urgentes, como queimaduras químicas, traumas e lesões.
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UFSC na mídia: Programa de transplante de SC é referência

25/06/2019 12:35

Raphael passou por dois transplantes em 15 dias. Foto: Gabriel Lain/DC

A oportunidade de continuar vivo é o maior anseio de quem aguarda na fila por um transplante. As palavras são do representante comercial, Raphael Francisco Thiesen, de 52 anos. No Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU/UFSC), em Florianópolis, ele se recupera do procedimento cirúrgico que passou há um mês, exatamente, quando recebeu um novo fígado, o segundo em menos de 15 dias.

— O primeiro foi no dia 13 (maio), mas tive um coágulo. Então precisei fazer outro transplante de urgência – conta.

Agarrado na sua fé, lembra de quando descobriu os problemas de saúde em dezembro de 2017. Na época, não deixou de trabalhar, mas acrescentou uma agenda médica à sua rotina: procurou profissionais para assisti-lo e iniciou o processo de tratamento para cirrose hepática. No mesmo tempo, e com a realização de novos exames, recebeu o diagnóstico de um câncer agressivo no fígado. Confiante, não se deixou abater.
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Hospital Universitário está preparado para segundo transplante de fígado

05/12/2011 17:51

Procedimento é de alta complexidade e representa a qualificação do hospital

O segundo transplante de fígado em Florianópolis pode ser realizado ainda este ano no Hospital Universitário da UFSC. No dia 25 de novembro, foi feita a primeira cirurgia deste tipo na capital, após dez meses de treinamento e em parceira com o Hospital Santa Isabel, de Blumenau, único até então a realizar o procedimento. A operação, que durou quase sete horas, teve o envolvimento de 20 profissionais e correu dentro do esperado. Nilson Roberto dos Santos, de 47 anos, passa bem e o HU dá um passo decisivo para o atendimento de alta complexidade.

O transplante teve à frente o cirurgião-chefe Mauro Igreja, do Hospital Santa Isabel. Para sua concretização, todos os profissionais envolvidos passaram por treinamento, incluindo médicos e enfermeiros. A preparação foi feita principalmente em Blumenau, referência nacional em transplante hepático. Foram dez meses de acompanhamento de cirurgias e adaptação de instalações hospitalares para realizar o procedimento. Além de Nilson, que recebeu o órgão, outros dois pacientes já estão à espera de um novo fígado e o segundo transplante hepático no HU deve ocorrer ainda este ano.

A cirurgia é considerada um marco divisor nos centros cirúrgicos, já que o procedimento é de alta complexidade e representa a qualificação do hospital. Para o diretor do HU, Felipe Felício, a operação significa um avanço em todos os aspectos. “Não é qualquer hospital que pode fazer este tipo de procedimento. Com essa conquista, o HU vai se tornando autossuficiente e o governo começa a nos ver com outros olhos”.

Além de conseguir reconhecimento, o hospital conquista avanços em sua infraestrutura e no orçamento. Cirurgias de transplante de órgãos são os procedimentos mais bem pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e, no caso do transplante de fígado, o hospital recebe R$ 68.838,89 por cirurgia realizada, divididos entre os serviços hospitalares e profissionais.

O primeiro transplante de fígado em Florianópolis aconteceu de sexta (25 de novembro) para sábado e o paciente, que sofria de cirrose, não teve maiores complicações. Na terça-feira (29), Nilson saiu da UTI e foi para um quarto, onde ficará por, aproximadamente, 20 dias. Após receber alta, ele deverá receber acompanhamento médico por mais 30 dias, com consultas regulares.

A doutora Ester Dantas, do serviço de gastroenterologia do HU, avaliou e identificou o problema do paciente, orientando-o a fazer o transplante. A médica explicou que, para a seleção do receptor do órgão, adota-se o critério MELD, que calcula a gravidade de cada caso por meio de uma fórmula matemática baseada em valores numéricos provenientes de exames laboratoriais. O critério foi adotado pelo Sistema Nacional de Transplantes (SNT) em 2006.

Para Dantas, a realização do transplante deve trazer mais inovação e modificações no HU para os próximos anos. “Esta cirurgia só foi possível graças ao esforço de todos os funcionários, em conjunto. Agora, a equipe está mais entusiasmada e motivada do que nunca”. Segundo a médica, há um projeto para ampliar os procedimentos na área de transplantes e tornar o HU um hospital de atendimento de alta complexidade. Ela ainda elogia o esforço da direção para que a parceria com o Santa Isabel se mantivesse.

Avanços da medicina em Florianópolis
Referência no Estado, desde o ano passado o HU faz diversas intervenções cirúrgicas complexas. Um mês atrás, foi realizada a primeira cirurgia neurofuncional para a cura da epilepsia, uma alteração na atividade elétrica do cérebro que causa convulsões repentinas. A próxima operação deve acontecer em breve.

Em abril deste ano, o hospital se tornou o único centro a realizar o implante coclear, intervenção feita para reparar perdas profundas de audição. A primeira cirurgia aconteceu em agosto e obteve sucesso. Em dezembro de 2009 foi realizado o primeiro transplante de córnea, o que permitiu executar cirurgias de glaucoma e catarata.

Para o ano que vem, o diretor Felipe Felício informa que existe a proposta de implantar o transplante de rim. Para ele, é importante avançar, mas com cautela. “Eu gosto de fazer as coisas com calma, para não haver problemas. Este ano foi muito bom, tivemos grandes conquistas. Para o próximo ano, estamos estudando novos avanços e possibilidades”. Em sua opinião, o HU acaba de ultrapassar um divisor de águas nos procedimentos médicos. “Este ano fechou com chave de ouro. Se o próximo ano for parecido com este, já fico muito feliz. E posso garantir que toda a equipe do hospital vai trabalhar duro para vencer novos desafios”, finaliza Felício.

Uma segunda oportunidade na vida
Nilson Roberto dos Santos tem 47 anos e sofre, há pelo menos sete, de doenças hepáticas. Residente em Florianópolis e pai de três filhos, enfrentou diversas internações no Hospital Universitário. Há dois anos, foi detectado, pela equipe da médica Ester Dantas, que ele sofria de cirrose em estágio avançado. Nilson precisava, então, de um novo fígado e entrou na lista de espera por um transplante no Hospital Santa Isabel, em Blumenau. Um ano e meio depois, entre consultas e exames regulares, a doutora lhe perguntou se aceitaria ser transferido para o HU, tornando-se o primeiro paciente a realizar um transplante de fígado em Florianópolis. Ele aceitou.

Após sete horas na mesa de cirurgia, Nilson foi encaminhado à UTI e, quatro dias depois, para um quarto isolado, onde sua mãe, filha e irmã se revezam para acompanhá-lo. Os visitantes devem vestir avental, máscara e luvas para entrar no local. Nilson se sente bem e contou que está se recuperando rápido. Para ele, Deus lhe deu uma segunda oportunidade na vida e toda a equipe médica está de parabéns. “Agradeço a todos os profissionais que tornaram este momento possível, a toda minha família, amigos e, especialmente, a Deus, que sempre esteve ao meu lado”.

Emocionado, ele fez uma homenagem ao seu doador e à sua família. “É triste perder alguém, mas essa perda não foi em vão. Com certeza, essa família salvou várias vidas além da minha e é muito abençoada”. Nilson falou que, sem a doação, ele não sobreviveria. “Eu não tenho nem palavras para agradecer este ato tão generoso que fizeram por mim. O único que posso fazer é agradecer por uma ação tão bonita.”

Ainda elogiou todos os médicos e enfermeiros que lhe trataram. Para ele, todos os hospitais do Estado deveriam investir em uma ala de transplantes. “Acredito que todas as cidades deveriam ter uma equipe tão atenciosa e competente quanto a que cuidou de mim. Devemos valorizar e agradecer, sempre, a estes profissionais que trabalham para devolver a vida para quem ela ainda não terminou”.

Mais informações junto à direção do Hospital Universitário: (48) 3721-9163 / 3721-9164

Por Nayara Batschke / Bolsista de Jornalismo na Agecom

 

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