Robô móvel de baixo custo para desinfectar ambientes é desenvolvido em pesquisa na UFSC

19/08/2020 17:23

Em meados de março, quando a pandemia começava a afetar o Brasil com mais intensidade, Patricia Della Méa Plentz conversou com o irmão Rodrigo Della Méa Plentz,  coordenador do Serviço de Fisioterapia da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre, sobre as dificuldades e preocupações que os hospitais enfrentavam para atender pacientes com Covid-19 e que tipos de robôs poderiam ajudar os profissionais de saúde. Além de fraterno, o diálogo evoluiu para uma pesquisa de um robô móvel de baixo custo para desinfecção de ambientes, já que Patrícia é professora do Departamento de Informática e Estatística (INE) e pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Computação da UFSC e Rodrigo também é professor da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre.

“Quanto menos gente envolvida, melhor para evitar infecções. Como atuo na área de robótica móvel, comentei com ele: ‘precisamos pensar num robozinho, ou para atender pacientes ou para permitir uma televisita por um tablet’”, conta Patrícia. Nas conversas, Rodrigo lembrou que eram necessárias soluções para desinfecção de ambientes – num primeiro momento, hospitais, mas depois para outros pontos com grandes aglomerações, como escolas, postos de saúde e shopping centers. Eles aproveitaram um edital do CNPq, oferecendo bolsas para propostas envolvendo o combate ao SARS-CoV-2, e iniciaram o projeto – agora com a participação do doutorando Sergio Pfleger.

A pesquisa ainda é incipiente, mas algumas questões já foram definidas: um robô móvel e autônomo, que use lâmpadas de LED Far-UVC para a desinfecção. “O tamanho do robô vai ser determinado pelo ambiente que vai desinfectar, que ainda não definimos, e a quantidade de aglomeração neste ambiente – se ele vai usar mais ou menos luz. Isso implica em ter mais ou menos baterias para ele carregar”, explica a pesquisadora. É nisto que o bolsista Sergio trabalha atualmente: qual a quantidade de luz necessária para desinfectar um determinado ambiente e o quanto isto requer em bateria. “O ideal, e o que vamos perseguir neste projeto, é quanto menor o robô, melhor. Nós vamos ir ao limite do que for possível”, diz Patrícia. Ela lembra que nos Estados Unidos e Alemanha, há estruturas do gênero com até um metro e oitenta de altura usando este tipo de luz, com um custo proporcionalmente maior. São duas alternativas em estudo: uma com uma série de lâmpadas apenas na parte de baixo do robô (para desinfecção do piso) e outra com uma lâmpada também na parte de cima (para desinfecção de móveis e objetos que compõem um determinado ambiente).
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