Mais um composto sintético pra conta: estudo analisa a contaminação de solos, águas e alimentos pelo PFOS

06/02/2018 09:25

Ele pode estar nos solos, nas águas, no ar e nos alimentos. Aplicado “inofensivamente” para combater o ataque de formigas de corte em cultivos de Pinus e Eucaliptos, na sua grande maioria, o formicida sulfluramida é um composto sintético, estável na natureza e que pode ser armazenado gradativamente pelo corpo humano através da ingestão de alimentos ou água que tiveram contato com esse poluente orgânico persistente (POP).

Segundo a Convenção de Estocolmo, da qual o Brasil é signatário, os POPs “são substâncias químicas que têm sido utilizadas como agrotóxicos e possuem características de alta persistência, ou seja, não são facilmente degradadas”. O Ministério do Meio Ambiente (MMA) esclarece em seu site que esse material pode ser transportado pelo ar, água e solo por longas distâncias e, com isso, “se acumularem em tecidos gordurosos dos organismos vivos, sendo toxicologicamente preocupantes para a saúde humana e o meio ambiente”. Uma vez no ambiente o formicida sulfluramida degrada para o POPs, chamado ácido perfluoroctanosulfônico (PFOS), caracterizado pela Convenção de Estocolmo como um químico de uso industrial.

A pesquisadora da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Juliana Leonel, iniciou a exploração do comportamento deste formicida na costa baiana em 2014 enquanto professora da Universidade Federal da Bahia (UFBA). Agora, membro do corpo docente do curso de Oceanografia da UFSC, vinculado ao Centro de Ciências Físicas e Matemáticas (CFM), a docente inicia as pesquisas sobre o poluente em outras regiões da costa brasileira, por meio de projeto aprovado pelo CNPq (Universal/2016): Origem, Distribuição e Transporte de PFOS para o Atlântico Sul.
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