Pesquisador aponta protagonismo de mulheres negras em estudos que atualizam judiciário

30/05/2023 09:51

Dora Bertulio (Foto: Sucom/UFPR)

Fundadoras de uma “contracultura jurídica nacional”, duas juristas negras pioneiras nas pesquisas envolvendo as questões raciais e a justiça são apontadas, em estudo da UFSC, como protagonistas na formação de um campo de pesquisa e de prática que hoje repercute em novas leis e na atualização do judiciário. A análise é desenvolvida no estudo de mestrado Pelos Becos da Memória jurídica: as escrevivências de Eunice Prudente e Dora Bertulio na formação do quilombo jurídico teórico-prático Direito e Relações Raciais, defendida no Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

No estudo, o pesquisador Edmo de Souza Cidade de Jesus utiliza o conceito de “quilombo jurídico teórico-prático” para demonstrar como a trajetória e o pensamento das juristas Eunice Prudente e Dora Bertulio inaugurou o campo de estudos Direito e Relações Raciais, que hoje influencia decisões tomadas na mais alta corte da justiça nacional, o Supremo Tribunal Federal. É como se as mulheres pioneiras – muitas vezes ocultadas como tal – tivessem possibilitado as condições teóricas e práticas para que novos pensamentos  surgissem e incidissem diretamente na prática.

Ao investigar as trajetórias de Eunice Prudente e Dora Bertulio, fundadoras deste quilombo jurídico, ele percebeu lacunas sobre a repercussão da produção das juristas. “Apesar de atualmente haver um profusão de pesquisas que tematizam e debatem o papel de centralidade do racismo no Direito, as duas primeiras juristas a fazerem essa crítica na maioria das vezes não eram sequer referenciadas pelos acadêmicos. Temas que elas já haviam trazido em suas reflexões pareciam ter sido objeto de inovação de juristas muito mais novos”, explica.

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Pesquisa premiada da UFSC dá protagonismo às mulheres negras na resistência à ditadura

15/12/2020 09:30

Uma pesquisa realizada na Universidade Federal de Santa Catarina, em co-tutela com a Université Rennes 2, na França, dá uma nova dimensão, na História, ao lugar das mulheres negras nos movimentos de esquerda durante a ditadura militar no Brasil. A tese de doutorado de Tauana Olívia Gomes Silva, orientada pela professora Cristina Scheibe Wolff, do Programa de Pós-Graduação em História, e por Luc Capdevila, conquistou recentemente o primeiro lugar no prêmio da Associação Brasileira de História Oral.

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