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Coleção reúne objetos retirados de oito ilhas do Sul do Brasil. Foto: divulgação

Com o objetivo conscientizar as pessoas sobre os riscos do plásticos nos oceanos, o Laboratório de Poluição e Geoquímica Marinha (Lapogeomar) e o Programa de Pós-Graduação em Oceanografia (PPGOceano) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) mantêm o projeto Ilha de Plástico, uma coleção didática e de referência sobre o lixo marinho. Trata-se de um acervo de mais de 900 itens de plástico retirados do mar, provenientes de oito ilhas localizadas no Sul do Brasil.

A coleção conta com algumas peças únicas, como embalagens internacionais, objetos antigos, chinelos, equipamentos de mergulho e artefatos com sinais de interação com a fauna marinha. O projeto busca aumentar a consciência sobre o descarte correto e a diminuição do uso de plásticos, funcionando como uma ferramenta educacional.
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Polvo de espécie não identificada usando um pote vidro como abrigo nas Filipinas. Foto: Brandi Mueller

Latinhas, garrafas, potes, objetos plásticos diversos, e até bateria e vaso sanitário. Em todo o mundo, polvos estão usando lixo humano para se abrigar e para colocar ovos. É o que revela um estudo conduzido por um grupo que reúne pesquisadoras das universidades federais de Santa Catarina (UFSC), do Rio Grande (Furg) e de Pernambuco (UFPE) e da Università degli Studi di Napoli Federico II, na Itália.

A pesquisa, publicada na revista científica Marine Pollution Bulletin, avaliou 261 imagens subaquáticas tiradas em pelo menos 19 países entre 2003 e 2021. Vídeos e fotos coletados de redes sociais e de bancos de imagens foram somados a materiais fornecidos por cientistas e a outros recebidos por meio de campanhas internacionais promovidas pelas pesquisadoras, em uma abordagem de ciência cidadã. O objetivo era determinar como os polvos se relacionam com o lixo marinho e identificar espécies e regiões afetadas.

Foram detectados oito gêneros e 24 espécies de polvos que vivem perto do fundo do oceano interagindo com lixo. Na maior parte dos casos, utilizando-o como abrigo. A professora do Departamento de Ecologia e Zoologia da UFSC Tatiana Silva Leite, coautora do estudo, explica por que isso ocorre: “O polvo perdeu a concha na evolução, então ele sempre está procurando um local para proteção. Espécies pequenas de polvos normalmente usam conchas, e as conchas estão desaparecendo, tanto por retirada quanto pela questão da acidificação dos oceanos”.
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Em 2050, haverá mais plásticos do que peixes nos oceanos. O dado apresentado pelo Fórum Econômico Mundial de Davos é um alerta para o descarte inadequado de embalagens e outros materiais, especialmente plásticos. Por ano, mais de oito milhões de toneladas de plástico são lançados nos oceanos, o equivalente a um caminhão de lixo sendo despejado por minuto no mar. Ainda segundo estimativas, cerca de 90% do material nos oceanos é plástico e, até 2050, 99% das aves marinhas terão ingerido o material.

O problema dos plásticos no mar vem sendo apontado como um dos mais graves que podem afetar irremediavelmente a vida de um planeta saudável. Com o objetivo de discutir e buscar soluções para essa questão, na próxima segunda-feira, 2 de outubro, o projeto Veleiro ECO, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), promove o 1º Encontro sobre Lixo Marinho do Atlântico Sul no Centreventos de Itajaí. O evento integra a programação de lançamento oficial do Veleiro ECO, que ocorre no dia seguinte, terça-feira, 3 de outubro, na Marina Itajaí.

O encontro vai contar com a presença de palestrantes como Amyr Klink, Vilfredo Schurmann e Olivier Petit do TARA Expedition Foundation, veleiro francês que serviu de inspiração para a construção do Veleiro ECO, entre outros pesquisadores e velejadores renomados do Brasil. Em discussão, estarão em pauta temas como sustentabilidade e estratégias no descarte de materiais plásticos, o consumo e o impacto nos oceanos, combate ao lixo marinho com exemplos de ações nacionais e internacionais. Os participantes poderão conferir ainda a Mostra de Cinema Ambiental Planeta.doc sobre Lixo Zero.

Além disso, durante o evento será elaborada a Carta Veleiro ECO – Itajaí 2017 com a formação de uma rede TransAtlântica de pesquisa sobre a problemática do lixo marinho e o estabelecimento de Programa de Educação Ambiental em âmbito nacional com foco na formação de lideranças locais. As inscrições para o Encontro são gratuitas e devem ser feitas pelo site do Veleiro ECO.

A programação completa está disponível aqui.

Mais informações na página do Veleiro ECO.