FAM apresenta mostra infantojuvenil, oficinas e curtas catarinenses nesta terça
Mais uma mostra começa no FAM nesta terça-feira, 21 de junho, a Infantojuvenil, com sessões às 9h e 14h30, no Auditório Garapuvu. São esperadas em torno de quatro mil crianças nas exibições, que acontecem até quinta-feira. As visitas são agendadas pelas escolas e 53 instituições já estão confirmadas, mas as sessões são abertas a todos. Nesta terça, a Mostra também vai para o Hospital Infantil de Florianópolis, às 14 horas, e crianças e adolescentes internados, poderão acompanhar os mesmo filmes que serão exibidos no auditório Garapuvu.
O dia será também de oficinas. Pela manhã, às 9h30, será realizada a oficina Coprodução audiovisual para jovens realizadores, com o cineasta Luís Lomenha, criador da ONG Cinema Nosso, no Rio de Janeiro. Às 14 horas, Marco Aurélio Ribeiro, fotógrafo e presidente da ABD Nacional realiza a oficina Introdução à direção de fotografia.
A Sessão Itapema FM exibe os curtas vencedores da noite anterior, às 12h30, na Sala Goiabeira.
O Fórum Audiovisual continua à tarde, às 15 horas, com o painel Distribuição de filmes latino-americanos, com Ana Luiza Beraba (Esfera Cultural), Abrão Scherer (Imagem Filmes) e Beto Rodrigues (Panda Filmes). A entrada é livre, inscrições só são necessárias para quem quiser certificado.
O DOC-FAM apresenta nesta terça 5x Chico, a visão de cinco cineastas sobre o Rio São Francisco, às 16h30.
A Mostra Catarinense continua à noite, com a estreia de três filmes, Clareando, de José Boita, de Chapecó, O Morto, de Fabrício Porto (Joinville) e A Fresta, de Luana de Amorim Machado (Palhoça), além da exibição de Good Friday with Porão 26, de Howard Cohen, de Florianópolis.
O longa da noite vem do Chile. A vida sexual das plantas, de Sebastián Brahm, trata da transformação abrupta na vida de um casal, causada por um acidente com o marido, e as profundas consequências na relação dos dois.
O universo dos adolescentes surdos em Crisálida
Histórias sobre surdos contadas em sala de aula despertaram a atenção da roteirista e produtora executiva Alessandra da Rosa Pinho que também é aluna do curso de graduação Letras Libras da Universidade Federal de Santa Catarina. Inicialmente, Alessandra pensou em um curta-metragem, mas eram tantas as informações que elas acabaram transformadas em uma série de televisão com cinco episódios na primeira temporada.
A ficção Crisálida apresenta jovens surdos que superam as dificuldades do dia a dia em uma sociedade desenhada apenas para ouvintes. No episódio piloto, que estreia no FAM 20 anos, Rubens (Cleiton Cesar Ribeiro) vive os conflitos da adolescência num universo onde o som não existe.
Segundo dados divulgados pelo último censo do IBGE em 2010, estima-se que o Brasil tenha 10 milhões de surdos. “Os surdos são carentes de cultura, arte, entretenimento. Eles sentem muita falta”, diz Alessandra que começou o projeto ha um ano e meio.
As gravações foram realizadas em três etapas no segundo semestre do ano passado. A primeira delas foi no Colégio São Paulo, em Ascurra, no vale do Itajaí. “Em uma viagem de trabalho nós conhecemos o colégio e o primeiro pensamento meu e do diretor Serginho Melo foi: nós temos que um dia gravar aqui!”, lembra Alessandra que quando criou o roteiro já pensou no colégio. “Todos os alunos do colégio São Paulo participaram do trabalho, foi muito gostoso!”, conta Alessandra.
A crisálida é a casca que envolve o corpo da lagarta e só é rompia quando a borboleta está completamente desenvolvida e pronta para sair. “A borboleta dentro do casulo rompe a crisálida é como um surdo que não sabia libras e aprendeu a língua de sinas”, explica a roteirista.
Produzido pela Raça Livre Produções, o piloto foi Vencedor do VIII Prêmio Funcine Edital Armando Carreirão 2014 e produzido com recursos da Prefeitura Municipal de Florianópolis / Funcine.
O filme é convidado da Mostra Infanto-juvenil e será exibido nos dias 21 (às 14h30), 22 (às 9h) e 23 (às 9h).