Aloísio Nelmo Klein é Destaque Pesquisador do Centro Tecnológico

13/10/2011 11:13

Há 27 anos Aloísio Klein coordena o Laboratório de Materiais, uma das melhores infraestruturas de pesquisa em metalurgia do pó e tecnologia de plasma no Brasil. Foto: Brenda Thomé

O professor Aloísio Nelmo Klein já orientou 60 estudantes de iniciação científica, 28 mestrandos e outros 21 doutorandos, além de nove pós-doutorandos. Intermediou a ida de mais de 100 estudantes para o exterior, para a realização de estágios, intercâmbios, mestrados e doutorados. Além da contribuição à formação de recursos humanos, pesou em sua escolha no Centro Tecnológico como Destaque Pesquisador UFSC 2011 a relevância de sua pesquisa, que já resultou na aprovação de sete patentes, no Brasil e no exterior, além de seis em tramitação. O Prêmio Destaque Pesquisador vai homenagear 10 professores no dia 19 de outubro, no Centro de Cultura e Eventos, a partir de 18h30min, em cerimônia conjunta com a abertura do 21º Seminário de Iniciação Científica da UFSC.

Físico formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Aloísio Klein, chegou ao Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC logo que concluiu seu mestrado em Engenharia de Minas, Metalurgia e Materiais, também pela UFRGS. Veio para atuar na área de Materiais e além de professores do Departamento de Engenharia Mecânica integrou pesquisadores da Física, Química e Engenharia Química – uma combinação interdisciplinar essencial ao desenvolvimento de projetos de maior porte na área de Engenharia de Materiais.

Em novembro de 1979 foi para a Alemanha para o doutorado em Engenharia Mecânica, área de Materiais, na Technische Universität Karlsruhe – formação que aliada a sua capacidade de trabalho, de agregar pessoas e a sua visão institucional conquistou o respeito do Centro Tecnológico da UFSC.

Trabalho coletivo
Há 27 anos Aloísio Klein coordena o Laboratório de Materiais, atualmente uma das melhores infraestruturas de pesquisa em metalurgia do pó e tecnologia de plasma no Brasil. Ele liderou a criação da pós-graduação em Ciência e Engenharia de Materiais, com união de professores de outros três programas de pós-graduação consolidados na UFSC (Engenharia Mecânica, Física e Química), e também a implantação do Curso de Graduação em Engenharia de Materiais. Mas o pesquisador que é referência catarinense e brasileira em metalurgia do pó, Bolsista em Produtividade nível 1A do CNPq, ressalta a “sorte” de ter sempre bons alunos e faz questão de frisar que suas conquistas e contribuições são resultados do trabalho coletivo.

“Ninguém faz nada sozinho. Trabalho rodeado por pessoas competentes”, diz o professor que obteve a aprovação de 11 grandes projetos de pesquisa junto a órgãos financiadores, como coordenador de grupo de pesquisa interdisciplinar. “O maior projeto envolveu mais de 30 professores; a maioria tem entre cinco e oito professores”, conta.

Visão institucional
“Ele sempre vê a instituição como um dos seus principais objetivos. O espírito agregador e a fidelidade institucional são pontos fortíssimos na carreira na UFSC. Um exemplo foi o esforço na criação do Laboratório Central de Microscopia Eletrônica”, lembra o diretor de Projetos de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pós-Graduação da UFSC Jorge Mário Campagnolo.

No multiusuário Laboratório Central de Microscopia Eletrônica da UFSC, quatro microscópios que ampliam amostras em mais de um milhão de vezes são fundamentais para a pesquisa de novos materiais (interesse principal de Klein, pesquisador da área de metalurgia do pó, campo em que observar a estrutura do material é essencial). Os microscópios são também suporte fundamental a equipes de outros centros de ensino da UFSC, das áreas de biologia, física e química.

Agora ele sonha com a concretização de outro grande projeto institucional: a implantação do Instituto de Ciência e  Engenharia de Superfícies. Assim como o Laboratório Central de Microscopia Eletrônica, o novo instituto é resultado de aprovação pela UFSC de um grande projeto no CTinfra, o fundo da FINEP voltado a viabilizar a modernização e ampliação da infraestrutura e dos serviços de apoio à pesquisa nas universidades.

Pesquisa precisa ter aplicação

Para o professor, inovação é produto para o mercado e não corpo de prova no laboratório

O crescimento e fortalecimento da área de materiais na UFSC conta com outra visão sobre o desenvolvimento da pesquisa que Aloísio Klein compartilha e estimula: os estudos precisam ter aplicação. “Um novo material precisa ser desenvolvido para cumprir uma função de engenharia definida. Inovação é produto para o mercado e não corpo de prova no laboratório”, considera o professor que há anos trabalha com empresas como Embraco (uma parceria de mais de 20 anos) e Lupatech (parceira de 15 anos), entre outras.

Esse pragmatismo está impresso na obtenção de diversas patentes (no Brasil e em outros países). Elas protegem a invenção de produtos ou processos relacionados à industrialização de peças metálicas, e que são capazes de contribuir com aumento de produtividade, redução de custos e eliminação de resíduos.

“Parceria com empresa não significa apenas fornecer um relatório ao final do projeto. Elas devem participar desde a elaboração das idéias e definição de problemas técnicos a serem resolvidos até a implantação industrial da inovação. Em nosso grupo os trabalhos com as empresas parceiras têm continuidade, a empresa acompanha os resultados e redireciona ações”, conta o professor que tem entre as patentes de sua coautoria um reator de plasma para tratamento de peças metálicas, invenção patenteada em conjunto com a Whiripool/Embraco, companhia brasileira líder do mercado latino-americano de eletrodomésticos.

Colaboração nacional
Aloísio Nelmo Klein colabora também com órgãos públicos que financiam a pesquisa. Durante seis anos foi membro do grupo técnico do Subprograma de Novos Materiais do PADCTII – o Programa de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Por quatro anos participou da Comissão de Avaliação e Acompanhamento do Programa de Apoio a Núcleos de Excelência (Pronex), também do MCTI. Atuou ainda durante seis anos (dois mandatos) como membro do Comitê Assessor de Minas, Metalurgia e Materiais, do CNPq.

Além disso, durante 10 anos atuou como membro titular do Conselho Deliberativo do CCB (o Centro Cerâmico do Brasil) – e por cinco foi seu vice-presidente. Entre 2007 e 2010 sua experiência foi compartilhada como membro do Grupo de Estudos do Centro de Gestãoe Estudos Estratégicos, participando da realização de um Estudo Prospectivo em Materiais. Em 2010 participou do comitê de avaliação dos programas de pós-graduação da área de Materiais, para a Avaliação Trienal 2010 da Capes.

“Nestes momentos é preciso olhar o país”, diz o pesquisador que atua também como consultor do CNPq, Capes, Finep, Fapesc e do DAAD, o Serviço Alemão de Intercâmbio Acadêmico.

Saiba Mais:

Prêmios
– 2007   Menção Honrosa no Jornal “A NOTICIA”. Inteligência Catarinense: Quem são, o que estudam e quais as contribuições dos principais nomes da pesquisa do Estado (SC), Jornal a Noticia- Estado de Santa Catarina.
– 2002    Prêmio Paulo Lobo Peçanha – Combustol Industria e Comercio Ltda, pelo trabalho ” Pré-Sinterização de Metal Duro em Reator de Plasma: Manutenção do Teor de Carbono”, Associação Brasileira de Metalurgia e
Materiais – ABM.
– 1999    Prêmio de Inovação Tecnológica FINEP/MCT ganho em parceria com a LUPATECH S/A pelo desenvolvimento do processo de extração de ligantes assistida por plasma em peças feitas por injeção de pós., FINEP-REVISTA EXPRESSÃO.
– 1997    Best Paper in GAS Application – White Martins’ award . Paper Title: PLasma Sintering: A nonel process fro sintering metallic components, First International Latin-American Conference on Powder
Technology.
– 1994    Premio Paulo Lobo Peçanha (ABM) pelo artigo “Comportamento Mecânico do Sistema FeCuSnP sinterizado, apresentado no congresso ABM, ABM.

Produção bibliográfica:
Artigos completos publicados em periódicos:  84
Capítulos de livros publicados: 4
Trabalhos completos publicados em anais de congressos:  167
Resumos publicados em anais de congressos: 13
Processos ou técnicas: 13

Supervisões e orientações concluídas

Dissertação de mestrado: 28
Tese de doutorado: 21
Supervisão de pós-doutorado: 9
Trabalho de conclusão de curso de graduação: 10
Iniciação Científica: 60

Orientações em andamento:
Dissertação de mestrado: 7
Tese de doutorado: 6
Supervisão de pós-doutorado: 3
Iniciação científica: 2

Participação em bancas examinadoras:
Dissertações:61
Teses de doutorado: 45
Qualificações de doutorado: 13
Trabalhos de Conclusão de Curso de graduação: 3

Mais informações: Aloísio Nelmo Klein, klein@emc.ufsc.br

Mais informações sobre o Prêmio Destaqe Pesquisador UFSC/2011:
– Débora Peres Menezes / Pró-Reitora de Pesquisa e Extensão /debora@reitoria.ufsc.br / 3721-9716
– Jorge Campagnolo / Diretor de Projetos de Pesquisa /campagnolo@reitoria.ufsc.br / 3721-9437

Por Arley Reis / Jornalista na Agecom

Professores que serão homenageados com o Prêmio Pesquisador UFSC 2011:
Alckmar Luiz dos Santos / Centro de Comunicação e Expressão
Aloísio Nelmo Klein
/ Centro Tecnológico
Edio Luiz Petrosk /  Centro de Desportos
Eloir Paulo Schenkel / Centro de Ciências da Saúde
José Rubens Morato Leite / Centro de Ciências Jurídicas
Miguel Pedro Guerra / Centro de Ciências Agrárias
Newton Carneiro Affonso da Costa Junior / Centro Sócio-Econômico
Reinaldo Naoto Takahashi / Centro de Ciências Biológicas (CCB)
Ruth Emília Nogueira / Centro de Filosofia e Ciências Humanas
Ruy Exel Filho / Centro de Ciências Físicas e Matemáticas

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Tags: Destaque Pesquisadorsepex

UFSC busca padrão de mapas para pessoas cegas

25/08/2011 08:32

Matriz e mapa tátil produzido no Laboratório de Cartografia Tátil e Escolar

Os estudos da UFSC na área de cartografia tátil resultaram em propostas de padronização que procuram qualificar mapas para pessoas cegas e com baixa visão. Desenvolvido junto ao Laboratório de Cartografia Tátil e Escolar, setor ligado ao Departamento de Geociências, o trabalho é realizado em parceira com a Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE) e a Associação Catarinense para Integração do Cego (ACIC).

“No começo muitas pessoas cegas tinham receio dos mapas táteis”, lembra a professora Ruth Emilia Nogueira, pesquisadora da área de cartografia que acolheu o pedido de ajuda da Federação Catarinense de Educação Especial para adaptação de mapas para deficientes visuais.

Usar o título sempre na parte superior; a simbologia para o norte no campo superior esquerdo (o que facilita o posicionamento do mapa) e uma escala que tem como referência a medida do dedo para simbolizar distâncias aproximadas são algumas das propostas de padronização testadas com pessoas cegas.

“O uso da ponta do dedo indicador como referência para medidas nos mapas foi um pulo do gato. O corpo é usado como referência para escala nas representações gráficas para a pessoa que não possuem a visão”, explica a professora, orientadora de diversos projetos de conclusão de curso e de pós-graduação na área de cartografia.

Segundo ela, os produtos da cartografia tátil podem funcionar como recursos educativos e também como facilitadores para a movimentação em edifícios públicos de grande circulação. Entre eles, terminais rodoviários, de metrô, aeroportos, shopping centers, campi universitários e centros urbanos.

Atlas Geográfico Tátil
Os estudos no Laboratório de Cartografia Tátil e Escolar resultaram em diversos materiais, entre eles um Atlas Geográfico Tátil e um Globo Terrestre Tátil. Os produtos do grupo contemplam diversas peças voltadas para o ensino. Entre elas, mapa tátil das regiões do Brasil, de hidrografia, população e política. Há também mapas voltados para mobilidade, como o do Aeroporto Internacional Hercílio Luz, do Centro de Florianópolis, do Terminal Centro de Florianópolis e da Rodoviária Rita Maria. Todos para leitura com as mãos e disponíveis para download e reprodução a partir do site www.labtate.ufsc.br.

Com a colaboração do professor Adriano Henrique Nuernberg, do Departamento de Psicologia, em um dos projetos de pesquisa mais recentes o grupo avalia a elaboração de conceitos geográficos em estudantes com deficiência visual congênita. A meta é gerar subsídios teóricos para a produção de materiais cartográficos e princípios pedagógicos que permitam ampliar as condições de acesso ao conhecimento espacial por esse grupo.

Outra pesquisa tem como objetivo continuar os estudos para concepção e produção de padrões cartográficos brasileiros para mapas táteis do espaço urbano central e de ambientes internos de edifícios públicos de grande circulação.

“Conseguir ler um mapa é fundamental para domínio do espaço social e físico”, defende a professora Ruth, escolhida este ano pelo Centro de Filosofia e Ciências Humanas da UFSC como Destaque Pesquisadora 2011. Sua dedicação à cartografia será homenageada no mês de outubro, durante a Semana de Ensino, Pesquisa e Extensão da UFSC (Sepex).

Catálogo de símbolos e materiais para mapas táteis
Além de diversos mapas táteis, no site do Laboratório de Cartografia Tátil e Escolas é possível acessar o Catálogo de Materiais Utilizados na Elaboração de Mapas Táteis.O projeto teve o apoio da Finep e do CNPq, como proposta de padronização de mapas táteis para o Brasil e como forma de dar subsídios para a comissão encarregada dessa tarefa na Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). O catálogo de símbolos e materiais mostra os métodos de produção dos mapas táteis em papel microcapsulado e em acetato (uma espécie de fibra).

Traz também detalhes sobre os métodos usados na matriz artesanal dos mapas táteis, construída com componentes simples como cordão, cortiça, miçangas, papel e cola. Nessa fase, miçangas de dois milímetros são usadas para representação dos símbolos que definem os Trópicos e o Equador, por exemplo. Miçangas enfileiradas, que o grupo denomina “do tipo rosário”, são usadas para representar as linhas dos trópicos e Câncer e Capricórnio. Uma cortiça representa o símbolo do norte geográfico.

O grupo alerta que para confeccionar mapas táteis é fundamental a utilização de materiais que sejam agradáveis ao toque e que não machuquem os dedos dos leitores. Materiais como lixa, areia e texturas ásperas ou pontiagudas não devem ser empregadas. Deve-se evitar também materiais muito moles ou que se desfaçam facilmente, pois podem deformar e passar informações inverídicas ou inexatas.

Mais informações: ruthenogueira@gmail.com / (48) 3721-9362, ou Ramal: 8593

Por Arley Reis / Jornalista da Agecom

Saiba Mais:

– O Artigo 59 da LDB afirma que os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização peculiar para atender às suas necessidades.

– Entretanto, ainda não existem normas na Associação Brasileira de Normas Técnicas sobre a elaboração de Mapas Táteis.

– De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 10% da população mundial possui alguma deficiência

– No Brasil, dados do censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2000 indicam que aproximadamente 14,5% da população possuíam pelo menos uma deficiência. O percentual representa mais de 24,5 milhões de brasileiros.

– De acordo com esse censo, 16,6 milhões de brasileiros possuem alguma ou grande dificuldade de enxergar.

– Entre os que se declaram ser incapazes de enxergar, 620 mil têm menos de 40 anos.

Tags: cartografiaDestaque Pesquisadormapas táteis

Centro de Ciências Biológicas homenageia João Batista Calixto com Prêmio Destaque Pesquisador UFSC 50 Anos

02/12/2010 16:17

No final da década de 1960, quando a Faculdade de Medicina do Estado de Santa Catarina foi integrada à Universidade Federal de Santa Catarina, a Farmacologia se tornou uma disciplina vinculada ao Departamento de Patologia. Na década de 1970, os esforços para fazer crescer a UFSC, instalada há poucos anos, levaram à implantação da Coordenadoria  de Farmacologia. Com o objetivo de qualificar o ensino e com a visão sobre a importância de incentivar a pesquisa nesse campo, o então reitor, professor Carpar Erich Stemmer, buscou em outros estados professores que o ajudassem.

O biólogo João Batista Calixto estava em São Paulo, concluindo seu mestrado em Farmacologia pela Universidade Federal de São Paulo (Escola Paulista de Medicina, atualmente Unifesp) e foi convidado para fazer parte dessa história. Ele nem conhecia Florianópolis. “Na época poucos aviões vinham para a cidade ainda bem pequena. Foi ai que descobri que Florianópolis era uma ilha e achei muito interessante”, lembra.

Era um desafio para o recém-mestre que via outras oportunidades. Mas a opção foi por Santa Catarina, onde foi acolhido e contratado como professor visitante da UFSC. Um ano depois fez concurso e passou a integrar uma equipe que hoje é responsável por um dos melhores cursos de Pós-Graduação em Farmacologia do país, conceito máximo 7 na avaliação Trienal 2010 da Capes (nota seis, também de excelência, desde 2000). Sua perseverança e dedicação foram fundamentais nesta trajetória, que será homenageada no dia 16 de dezembro com o Prêmio Destaque Pesquisador UFSC 50 Anos, às 11 horas, na Sala 13 do Departamento de Farmacologia, Bloco D, Ala Nova do Centro de Ciências Biológicas (CCB).

Destaque na bibliografia internacional
Nascido em Coromandel, município do estado de Minas Gerais, João Batista Calixto graduou-se em Ciências Biológicas pela Universidade de Brasília (UnB), em 1973. Em 1976 tornou-se mestre em Farmacologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e em 1984 defendeu o doutorado em Farmacologia na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, ligada à Universidade de São Paulo (USP). Tem registrado em seu longo currículo Lattes mais de 300 artigos publicados em revistas especializadas de nível internacional.

O professor é um dos pesquisadores brasileiros mais citados na bibliografia internacional (mais de seis mil citações), um dos mais respeitados currículos da área médico-científica no país. É uma autoridade no estudo de princípios ativos de plantas, na pesquisa básica sobre dor e inflamação e sistema cardiovascular. É responsável pela formação de recursos humanos de alto nível: já orientou 35 dissertações, 24 teses e 18 pós-doutorandos, além de dezenas de alunos de iniciação científica.

O professor foi por duas vezes presidente da Sociedade Brasileira de Farmacologia Terapêutica Experimental, coordenador da área de Ciências Biológicas II da Capes e, também por duas vezes, membro do comitê assessor do CNPq. É atualmente editor de duas revistas internacionais, faz parte do corpo editorial de várias revistas científicas internacionais e participa como consultor de dezenas de revistas científicas.

Pesquisa com a indústria
Referência na pesquisa colaborativa com a indústria farmacêutica, o professor coordenou a produção do primeiro medicamento totalmente produzido no país. O antiinflamatório Acheflan foi desenvolvido em parceria com os Laboratórios Aché, a partir dos princípios ativos da planta erva-baleeira, também conhecida como maria-milagrosa.

“Todo medicamento de hoje já foi pesquisa básica no passado”, faz questão de lembrar o professor. Pesquisador nível IA do CNPq, membro da Academia Brasileira de Ciências, Calixto tem documentado em seu currículo registros de 18 patentes e o desenvolvimento de outros dois produtos que estão no mercado, além do antiinflamatório Acheflan: o Cronos Flavonoide de Passiflora (creme antirrugas desenvolvido em parceria com a Natura) e o Sintocalmy (fitomedicamento indicado para controle da ansiedade, tensão e distúrbios do sono). Outros produtos investigados por seu grupo de pesquisa estão em fase de testes clínicos e deverão chegar ao mercado nos próximos anos.

Pesquisador reconhecido na academia e no setor produtivo, João Batista Calixto coordena a implantação no Sapiens Parque, em Florianópolis, do Centro de Referência em Farmacologia Pré-Clínica. Construído com recursos do Ministério da Saúde e do Ministério da Ciência e Tecnologia e do governo do Estado de Santa Catarina, o Centro vai abrigar também a pesquisa básica, mas deve ser principalmente dedicado à na busca de inovações, estimulando a integração entre a indústria e a academia.

“O desenvolvimento de uma política nacional que possibilite o crescimento e a estruturação da cadeia produtiva no setor de fármacos e medicamentos é de fundamental importância para o Brasil, não somente em termos financeiros, mas por se tratar de uma área de extrema relevância para a soberania nacional”, defende o pesquisador que com seu trabalho incansável colaborou para que a Universidade Federal de Santa Catarina “atravessasse” a ponte da Ilha de Santa Catarina e se tornasse nacional e internacionalmente reconhecida na área de Farmacologia.

Mais informações com professor Calixto: calixto@farmaco.ufsc.br, (48) 3721-9491, ramal 229.

Mais informações sobre o Prêmio Destaque Pesquisador UFSC 50 Anos:

Professor Jorge Mário Campagnolo – Diretor de Projetos de Pesquisa
Fone: (48) 3721-9437
E-mail: campagnolo@reitoria.ufsc.br

Professor Ricardo Rüther – Diretor do Núcleo de Apoio e Acompanhamento
Fone: (48) 3721-9846

Saiba Mais:

Veja o professor na série Eu Faço Parte dessa História

Homenagens já recebidas pelo professor João Batista Calixto:

2010 – Prêmio Gaspar Stemmer de Inovação, categoria protagonista da Inovação (primeiro lugar), conferido pelo governo do Estado de Santa Catarina, FAPESC.

2008 – Prêmio de Inovação Tecnológica Natura Campus, Natura.

2007 – Prêmio SCOPUS, SCOPUS/CAPES.

2007 – Young Investigators Award, International Association of Inflammation Societies (IAIS).

2006 – Membro da Comissão técnica de Medicamentos – CATEME – Resolução RDC no.24 de 10/02/06, ANVISA.

2006 – Premio FINEP de Inovação Tecnológica da Região Sul, 2006, FINEP.

2006 – Reconhecimento e homenagem de Centro de Ciências Biológicas – 30 anos, UFSC.

2005 – Membro do Comitê Gestor do Fundo de Biotecnologia, Ministério da Ciência e Tecnologia.

2003 – Prêmio “Jovem Investigador” Prof. Dr. José Ribeiro do Valle – 1º colocado, XXXV Congresso Brasileiro de Farmacologia – SBFTE.

2002 – Prêmio José Ribeiro do Valle – 2º colocado, XXXIV Congresso Brasileiro de Farmacologia e Terapêutico Experimental – SBFTE.

2002 – Prêmio Mérito Universitário conferido pela Universidade Federal de Santa Catarina, Universidade Federal de Santa Catarina.

2002 – Classe de Comendador da Ordem, Ordem Nacional do Mérito Científico. Conferido pelo Presidente da República Fernando H. Cardoso.

2001 – Prêmio José Ribeiro do Valle – 2º colocado, FESBE.

2000 – Prêmio José Ribeiro do Valle – 3º colocado, XVI Latinamerican Congress of Pharmacology – ALF.

2000 – Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências, Academia Brasileira de Ciências.

1999 – Prêmio José Ribeiro do Valle – 2º colocado, XIV Reunião Anual da FESBE.

1998 – Prêmio José Ribeiro do Valle XIII – 1º colocado, XIII Reunião Anual da FESBE.

1998 – Prêmio José Ribeiro do Valle – 3º colocado, XIII Reunião Anual da FESBE.

1998 – Prêmio José Ribeiro do Valle – 4º colocado, XIII Reunião Anual da FESBE.

1979 – Prêmio Nacional da Sociedade Brasileira de Anestesiologia e Laboratório Parke-Davis – 1º colocado, Brazilian Society of Anesthesiology.

1978 – Prêmio Nacional da Sociedade Brasileira de Anestesiologia e Laboratório Parke-Davis – 2º colocado, Brazilian Society of Anesthesiology.

Prêmio Destaque Pesquisador

É um reconhecimento da Universidade Federal de Santa Catarina a docentes da instituição por suas contribuições para o avanço do conhecimento e formação de recursos humanos. A atividade faz parte da agenda de comemoração dos 50 anos da UFSC, tem promoção da Pró-Reitoria de Pesquisa e Extensão e apoio da Agecom.

De março a dezembro, 11 professores, coordenadores de importantes estudos em suas áreas, representantes dos 11 centros da instituição, receberão a distinção. Professores homenageados até novembro:

– Raul Antelo (Centro de Comunicação e Expressão)
– Wagner Figueiredo (Centro de Ciências Físicas Matemáticas)
– Markus Vinícius Nahas (Centro de Desportos)
– Ivete Simionatto (Centro Sócio-Econômico)
– Luiz Fernando Scheibe (Centro de Filosofia e Ciências Humanas)
– Antônio Carlos Wolkmer (Centro Ciências Jurídicas)
– Jaime Fernando Ferreira (Centro de Ciências Agrárias)
– Alacoque Lorenzini Erdmann (Centro de Ciências da Saúde)
– Leda Scheibe (Centro de Ciências da Educação)

Por Arley Reis / Jornalista da Agecom

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