Especialista do HU fala sobre cuidados e tratamento de alergias 

06/07/2023 14:58

Jane da Silva disse que as alergias podem se manifestar em qualquer idade. Foto: Sinval Paulino/HU-UFSC

O dia 8 de julho é o Dia Mundial da Alergia. Para marcar a data, a médica alergista e coordenadora do Núcleo de Alergia do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago da Universidade Federal de Santa Catarina (HU-UFSC), Jane da Silva, traz uma série de recomendações sobre o tema e chama a atenção para a importância de cuidados preventivos.

Alergia é uma resposta do sistema imunológico contra substâncias que normalmente são consideradas inócuas, ou seja, não causam mal à maioria das pessoas. No entanto, em pessoas predispostas, o contato com tais substâncias através das vias respiratórias e da pele, ou por ingestão, leva a diferentes manifestações no organismo. Essas substâncias são chamadas de alérgenos e podem ser de diversas naturezas, destacando-se os ácaros, pólens, pelos de animais, fungos, alimentos, venenos de insetos, medicamentos, produtos químicos e biológicos. E as manifestações podem ser de diferentes doenças: asma, rinite, conjuntivite, dermatite, esofagite, urticária, angioedema, anafilaxia, entre outras. 
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Alergista do Hospital Universitário explica relação entre a primavera e reações alérgicas

30/09/2021 16:51

A primavera chegou e, com ela, surgem algumas reações alérgicas com sintomas que começam no mês de setembro e podem se manifestar até janeiro, de acordo com a médica alergista Jane da Silva, coordenadora do Núcleo de Alergia do Hospital Universitário Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC/Ebserh). A profissional falou sobre o tema nesta entrevista a seguir:

Nas regiões onde as estações são bem definidas, há ocorrência de casos de alergia ao pólen na primavera. Como é este quadro no Brasil?

No Brasil a estação polínica está presente principalmente na região Sul, onde se observa o aparecimento de sintomas alérgicos com a maior concentração de pólens no ar. Entretanto, ainda são poucos os dados brasileiros que informam de maneira precisa sobre essa relação. Os poucos estudos no Brasil mostram que a polinose, que é a presença de sintomas de rinoconjuntivite e/ou asma, tem prevalência em torno de 15 a 20% das pessoas e que a sintomatologia inicia-se geralmente, em setembro, piora nos meses de outubro e novembro, e em alguns casos, vai até dezembro a janeiro.

Crianças e idosos são mais sensíveis com relação ao pólen?

Não são necessariamente mais sensíveis, mas sabe-se que esses grupos apresentam imunidade reduzida (a criança está em desenvolvimento e o idoso em senescência do sistema imune). Isso os torna mais suscetíveis às formas mais graves das doenças alérgicas. Associado à imunidade alterada, crianças podem não saber comunicar seus sintomas no início do aparecimento, o que retarda seu tratamento. Além disso, dependem de um adulto para fazê-lo. O idoso pode ter problemas cognitivos e fazer uso de medicamentos variados, o que pode interferir na aderência ao tratamento de doenças alérgicas e nas medidas comportamentais de controle de exposição a pólens.

Quais são os sintomas da alergia ao pólen?

Os sinais e sintomas estão relacionados principalmente às vias aéreas superiores, ou seja, de asma e rinoconjuntivite alérgica. Na asma sintomatologia é tosse seca e irritativa, chiado ou sibilância, falta de ar e sensação de aperto no peito. Na rinoconjuntivite são os múltiplos espirros que ocorrem já pela manhã, coriza e congestão nasal (nariz entupido), coceira no nariz e nos olhos, inclusive os olhos podem ficar bem vermelhos e inchados.

Existe alguma forma de prevenir?

Infelizmente não há prevenção, o que é possível é tentar minimizar a exposição e controlar os sintomas com medicamentos. Entre as medidas para minimizar a exposição, estão:

– Abrir as janelas quando a concentração de pólens está baixa (final da tarde) ou manter as janelas fechadas e usar ar-condicionado durante os períodos de alta polinização (especialmente se houver tempestade e muito vento);

– Evitar fazer atividades externas entre 5 e 10 horas da manhã e em dias secos, quentes e com ventos. Dê preferência a atividades externas no final da tarde ou após uma chuva pesada;

– Usar filtros especiais no carro para reduzir a concentração de pólen em seu interior e manter as janelas fechadas.

– Ao chegar em casa remover as roupas e tomar banho, lavando também os cabelos, pois os polens aderem-se às roupas e cabelos;

– Não estender a roupa a secar no exterior, preferir o interior de casa ou usar a máquina de secar;

– Utilizar óculos escuros para combater os sintomas oculares;

– Lavar os olhos e nariz com soro fisiológico várias vezes ao dia.

É verdade que as mudanças climáticas têm contribuído para agravar esta situação?

Estudos indicam que, por influência climática, em alguns locais as estações polínicas parecem estar se tornando mais intensas e prolongadas. Isso naturalmente prejudica as pessoas alérgicas a pólen de modo proporcional.

A poluição e as mudanças climáticas afetam de várias maneiras: promovem crescimento mais rápido das plantas, aumentam a polinização, antecipando e estendendo este período, além de contribuir com maior carga polínica na atmosfera. Há evidências de que os poluentes do ar podem se ligar a grãos de pólens, e estes podem mais facilmente penetrar nas mucosas nasais, dos brônquios e nos pulmões, potencializando a alergenicidade do pólen, que é a condição para tornar-se alérgico. Isso pode fazer com que mais pessoas fiquem sensibilizadas a polens, devido às mudanças no clima.

Há tratamento para alergia a pólen?

Medicamentos antialérgicos podem ser utilizados para o controle da alergia ao pólen, de acordo com a gravidade dos sintomas e da doença alérgica manifestada. Há possibilidade de utilização de vacinas com extratos alergênicos específicos. Estas vacinas podem ser de uso injetável (subcutânea) ou por via sublingual, sempre com a indicação e o acompanhamento de um médico alergista.

Unidade de Comunicação Social – Hospital Universitário (HU-UFSC)

Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares  (Ebserh)

Telefone: (48) 3721-8104

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Alergista do HU/UFSC recomenda cuidados especiais na temporada de frio

25/05/2021 10:02

A temporada de frio chegou a Santa Catarina e neste momento pessoas que têm doenças alérgicas devem tomar cuidados especiais, de acordo com a médica alergista do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU/UFSC) Jane da Silva, que falou sobre o impacto da temperatura e da queda na umidade relativa do ar e alguns cuidados que podem ser tomados, como higienizar os ambientes, manter salas e quartos arejados e intensificar os cuidados diários com higiene pessoal e tratamentos indicados pelos médicos.

Nesta entrevista, ela falou, ainda dos riscos de desencadear uma crise alérgica e como agir nestes casos.

A temporada de frio está chegando em Santa Catarina. Qual é o impacto desta mudança climática para quem tem alergias?

Jane: Pessoas com doenças alérgicas como asma, rinite e dermatite atópica sofrem muito com mudanças bruscas de temperatura. Particularmente no outono e inverno, essas doenças podem piorar (com exacerbações) por causa do frio.

Doenças não infecciosas, como alergias respiratórias e asma, por exemplo, são afetadas com temperaturas mais baixas?

Jane: Sim, em especial pessoas com asma e rinite concomitantes, que é bastante frequente. Inclusive tem-se o conceito de vias aéreas unidas, para explicar a influência dos sintomas nasais sobre os brônquios e vice-versa. Junto com o frio, ocorre também uma queda na umidade relativa do ar. Esses dois fatores interferem em doenças respiratórias, pois tanto a mucosa nasal quanto a dos brônquios promovem umidificação e aquecimento do ar respirado.

O clima frio e seco exige mais das mucosas nasal e brônquicas, que adicionalmente, apresentam vasoconstricção como resposta do organismo ao frio, reduzindo a produção de muco que é auxiliar na proteção das mucosas. Assim, independentemente de haver doenças alérgicas respiratórias, o nariz e os brônquios são órgãos alvo durante outono e inverno e, se houver inflamação, como na asma e rinite, maior é a chance de ter exacerbação de sintomas nesses períodos.

Além de doenças alérgicas respiratórias, é comum também haver piora da dermatite atópica durante o outono e inverno. As pessoas tendem a tomar banhos mais quentes e prolongados, por causa do frio. Isso piora o ressecamento da pele e provoca muito mais coceiras. Ao usarem roupas guardadas e que não foram lavadas, têm contato direto com ácaros na pele, piorando a inflamação da dermatite.
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