Egressa de Cinema da UFSC é diretora assistente em obra candidata ao Oscar; confira a entrevista

29/11/2019 16:00

Nina Kopko. Foto: Alan Sousa

Nina Kokpo é cineasta formada na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e, recentemente, atuou como diretora assistente no filme A Vida Invisível de Eurídice Gusmão, laureado em Cannes como melhor filme da principal mostra paralela e representante brasileiro a uma vaga no Oscar 2020. Na noite da última quarta-feira, dia 27 de novembro, o público que assistiu à estreia do filme no Paradigma Cine Arte, em Florianópolis, pôde ainda participar de debate com a diretora assistente, Nina Kopko, e a produtora, Mariana Coelho, também graduada em Cinema pela UFSC.

Antes da sessão, a reportagem da Agência de Comunicação (Agecom) conversou com Nina, que comentou sobre a obra que estreava, o cinema nacional e como é a carreira desta indústria no Brasil. Aluna da primeira turma de Cinema da Universidade, a diretora assistente destacou a importância da premiação na Europa, ainda mais neste período que vive o país. “Em um momento de sequentes ataques à cultura, jogar essa luz no nosso cinema – dentro do maior festival de cinema do mundo – é muito significativo e relevante”, ressaltou.

Para Nina, A Vida Invisível… é um filme que remete às vidas das nossas avós, mas não deixa de ser um retrato atual sobre a invisibilidade da maior parte das mulheres do país. Ela avalia que a produção contemporânea de cinema no Brasil “é enorme, é diversa, é inventiva, é de alta qualidade”, mas classifica que esta indústria ainda não deixou de estar “ameaçada”.

> Confira abaixo a entrevista:
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‘Em momento de ameaças à cultura, vencer em Cannes é significativo ao cinema brasileiro’

31/05/2019 18:05

Cartaz do filme A Vida Invisível de Eurídice Gusmão

Com previsão de lançamento em novembro, A vida invisível de Eurídice Gusmão é o primeiro filme brasileiro a vencer a premiação principal da mostra “Um certo olhar” (Un certain regard), principal festival paralelo de cinema de Cannes, voltado a filmes com linguagem experimental. A premiação ocorreu na última sexta-feira, 24 de maio, e conta com Nina Kopko, formada em Cinema na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), como diretora assistente.

Com elenco de reconhecimento internacional – com nomes como Fernanda Montenegro, Carol Duarte, Júlia Stockler, Gregório Duvier e Nikolas Antunes – a obra é uma adaptação do livro homônimo de Martha Batalha e narra a história de duas irmãs cariocas que, nos anos 1950, veem seus sonhos fenecerem ante a estrutura patriarcal da sociedade da época.

“É um filme com uma estrutura bem clássica, com início, meio e fim e conta a história de Eurídice, uma mulher impossibilitada de viver seus sonhos, de ser quem gostaria ser para além do papel de mãe, esposa e dona de casa. Guida, a outra protagonista, é uma mãe solo, abandonada pela família – e o Brasil ainda é um dos países com o maior número de crianças sem o pai na certidão de nascimento. Ainda que tenhamos avanços notáveis na independência das mulheres, a maior parcela de nós segue destituída de seus desejos e aspirações, pela cultura patriarcal e pelo capitalismo. O filme pode remeter às vidas das nossas avós, das nossas mães, mas não deixa de ser um retrato atual sobre a invisibilidade da maior parte das mulheres desse país”, afirma Nina.

‘Premiação em Cannes é reconhecimento à alta qualidade do cinema brasileiro’

A primeira conquista para o cinema brasileiro na principal mostra paralela do Festival de Cannes, onde concorrem ao prêmio principal 18 filmes, é de importância ímpar. Segundo Nina, “ganhar esse prêmio é um reconhecimento muito importante, não só para a carreira do filme, mas para o cinema nacional. Somados a essa nossa conquista, o prêmio do júri ao [filme] “Bacurau” [vencedor do prêmio do júri, em Cannes, no dia 29], e a presença de uma diretora estreante na Quinzena dos Realizadores (Alice Furtado, diretora de “Sem Seu Sangue”), traz um holofote para a produção de cinema no país, que é prolífera, consistente e inventiva. Nesse momento de sequentes ameaças à cultura do país, jogar essa luz ao nosso cinema dentro do maior festival de cinema do mundo é muito significativo e relevante”.
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