Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades planeja Delegacia da Mulher no Campus Florianópolis

Reunião realizada no início de junho entre Administração Central e Polícia Civil de Santa Catarina para discutir a criação de uma Delegacia da Mulher no Campus Florianópolis. Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC
A recém-criada Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades (Saad) planeja novas ações de inclusão e de apoio à comunidade universitária, entre elas, a implantação de uma Delegacia da Mulher no campus em Florianópolis. A nova delegacia ainda depende de negociações com a Secretaria de Segurança Pública (SSP/SC) e a Polícia Civil, mas tratativas já foram iniciadas. Outra ação em fase de criação é um serviço de apoio à mulher, com atendimento psicológico, assistente social e aconselhamento legal.
Essas ações são agora planejadas pela coordenadoria de Diversidade Sexual e Enfrentamento da Violência de Gênero, em parceria com outros setores da Universidade ligados a questões de gênero, e fobias relacionadas à mulher e ao público LGBT. A secretária da Saad, Francis Tourinho, acredita que é preciso investir em uma série de atividades, desde conscientização, a pesquisas e criação de serviços de apoio para quem sofre discriminação no campus.
A implantação de uma Delegacia da Mulher no campus deve acontecer de forma simultânea à criação de um serviço de apoio à mulher. Uma reunião de alinhamento já aconteceu, envolvendo o reitor Luis Carlos Cancellier e a Delegada de Polícia Civil, Patrícia Zimmermann D’Ávila, coordenadora das Delegacias de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso. “Estamos estudando, temos uma proposta de fazer uma parceria e trazer essa estrutura para o campus”, complementa Tourinho.
“Temos um crescente número de casos de violência no campus. Poucas mulheres da UFSC denunciam, por isso os números de ocorrências são pequenos, mas estão começando a aumentar. O número real é grande. Para a UFSC ser um ambiente saudável, plural, precisamos trabalhar a educação, tomar providências contra o que esta acontecendo, mas principalmente educar para mudar a cultura. Se estamos numa universidade precisamos trabalhar a educação. Acreditamos que não adianta execrar e não dar o direito de educar a pessoa. Quem faz errado tem que também ser educado”, ressalta.
Além disso, a Secretaria coordena atividades de inclusão digital no LabUFSC e prepara novidades também para o laboratório de informática amplamente utilizado por estudantes da UFSC. “Estamos desenvolvendo projetos de adequação do espaço físico para contemplar as necessidades de mães e pais da UFSC, com área kids, com mesa infantil, espaço para um carrinho de bebê. Queremos trabalhar a humanização desses espaços, para possibilitar trabalhos em grupo, que hoje não é contemplado, e projetos de extensão para inclusão da comunidade, para ensinar a usar o computador”, relata a secretária da Saad.
A estrutura da Saad conta com cinco coordenadorias: a de Diversidade Sexual e Enfrentamento da Violência de Gênero; a de Inclusão Digital (LabUFSC); a de Relações Étnico-Raciais; a de Ações de Equidade; e a de Acessibilidade Educacional.
As atribuições da coordenadoria de Relações Étnico-Raciais é atender estudantes de grupos indígenas, bem como alunos negros. “A ideia é ser o setor de apoio, prestar orientações a esses grupos”, explica Tourinho. Outra coordenadoria, a de Ações de Equidade, concentra as atribuições antes alocadas com a Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), pertinentes às políticas de ações afirmativas da UFSC. “O setor trata das cotas de alunos advindos de escola pública e de cotas socioeconômicas. O cadastro desses alunos continua com a Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis (Prae), mas a validação agora é com a Saad. Ainda queremos que seja um setor que pense implementações para boa permanência de alunos cotistas”, ressalta a secretária.
Sobre a coordenadoria de Acessibilidade Educacional, também advinda da estrutura da Prograd, Tourinho aponta a necessidade de ampliar o escopo. “Fazemos assessibilidade, mas precisamos ampliar. Temos uma boa atenção para a questão visual, alunos surdos, mas também temos alunos ingressando na UFSC que lidam com déficit de atenção, autismo,” acrescenta.
Mayra Cajueiro Warren/Jornalista da Agecom/UFSC
mayra.cajueiro@ufsc.br