Professora da UFSC participa de projeto da Funai para recuperação ambiental da Terra Yanomami

09/05/2025 17:13

Professora Catarina Jakovac durante a I Oficina do Plano de Recuperação Ambiental da Terra Indígena Yanomami (TIY), que ocorre neste semana, em Roraima. Foto: reprodução/acervo pessoal

A professora Catarina Jakovac, do Departamento de Fitotecnia do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal de Santa Catarina (CCA/UFSC), participará do Plano de Recuperação Ambiental da Terra Indígena Yanomami (TIY), liderado pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) e a Universidade de Brasília (UnB). Catarina foi convidada pela UnB e atuará como consultora da equipe de meio ambiente, especialista em recuperação e regeneração florestal. A professora da UFSC atuará em todo o processo de criação do plano de recuperação ambiental em conjunto com a equipe de antropólogos e a comunidade indígena do território.

Nesta segunda-feira, 5 de maio, foram iniciadas as atividades do planejamento para o Plano de Recuperação Ambiental da TIY, no Centro Regional Lago Caracaranã, na Terra Indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. O encontro, que perdura até este sábado, 10 de maio, reúne lideranças indígenas, pesquisadores — como a professora da UFSC — e autoridades de instituições ambientais do governo para o alinhamento do projeto.

A TI Yanomami é a maior Terra Indígena do país, com 9.664.975 hectares (96.650 km²) de floresta tropical, que perpassam oito municípios nos estados de Roraima e Amazonas na fronteira com a Venezuela. O território, com área maior que países como Portugal, abriga aproximadamente 27 mil indígenas, divididos em cerca de 384 aldeias, entre povos Yanomami e Ye’kwana. Na TIY, também existem grupos de indígenas considerados isolados, que não mantêm relações permanentes com não indígenas.

Conforme Catarina, o objetivo da iniciativa é definir um plano de execução, identificando quais os melhores métodos de recuperação das diferentes situações e áreas prioritárias para serem recuperadas de acordo com critérios ambientais e bioculturais a serem definidos de forma participativa com os povos originários. Entre 2023 e 2024, o Governo Federal realizou 3.536 ações na TIY. Dessas, 633 foram operações de fiscalização do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que resultaram na aplicação de R$ 69,1 milhões em multas referentes a 211 autos de infração.

Segundo o Ibama, em dezembro de 2024, a TIY não registrou alerta de desmatamento pela primeira vez desde seu estabelecimento, em 1992. O resultado foi obtido após dois anos do início das atividades do Governo Federal com ações contra garimpo ilegal.  “O projeto é uma exigência legal que o governo recebeu de recuperar as áreas que foram invadidas pelos garimpeiros nos anos de 2020 a 2022. Esse projeto faz parte do plano emergencial da Terra Indígena Yanomami, que envolve Casa Civil, Polícia Federal, Força Nacional, Ibama, Funai e outros órgãos de assistência do Governo Federal”, explica a professora.

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